Soja: USDA indica atraso no plantio nos EUA e mercado sobe pelo 2º dia consecutivo na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja iniciaram a sessão desta terça-feira (23) em campo positivo, com ligeiros ganhos. As principais posições da commodity exibiam altas entre 1,25 e 1,75 pontos, por volta das 7h57 (horário de Brasília). O vencimento novembro/15, referência para a safra americana, era cotado a US$ 9,60 por bushel.
O mercado tenta dar continuidade ao movimento positivo após fechar o pregão anterior com ganhos de mais de dois dígitos. As cotações voltaram a subir impulsionadas pelas previsões de mais chuvas para o Meio-Oeste dos EUA. De acordo com informações da empresa de meteorologia DTN, as precipitações deverão continuar no cinturão produtor norte-americano nos próximos dias, com exceção dos estados de Missouri e leste de Kansas.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de acompanhamento de safras e indicou o plantio da soja da safra 2015/16 completo em 90% da área estimada até o último domingo (21). A média dos últimos cinco anos é de 95%, mesmo índice observado em igual período de 2014. Na semana anterior, a semeadura do grão estava completa em 87% da área.
E, segundo informações das agências internacionais, a janela ideal de plantio para a oleaginosa termina na próxima quinta-feira. Além disso, o órgão também indicou uma redução de 67% para 65% de lavouras em boas ou excelentes condições. Já o índice de plantações em condições ruins ou muito ruins subiu de 6% para 8%.
Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:
As cotações futuras da soja fecharam a sessão desta segunda-feira (22) com altas expressivas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram os ganhos ao longo das negociações e exibiram valorizações entre 18,00 e 19,50 pontos. O contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 9,59 por bushel.
De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado foi impulsionado pelas chuvas previstas no Meio-Oeste dos EUA. Após um final de semana bastante chuvoso, as previsões climáticas ainda indicavam precipitações para mais volumosas, especialmente nos estados mais ao norte do cinturão produtor, até o final desta segunda-feira.
Segundo dados do site Farm Futures, quase três quartos da safra de soja receberam mais do que o dobro do normal de chuvas para esse período na última semana. No caso da oleaginosa, a preocupação dos investidores é em relação ao plantio da safra 2015/16, que até a última semana ainda não havia sido concluído.
Conforme o último boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o dia 14 de junho, cerca de 87% da área havia sido semeada com a oleaginosa. No mesmo período do ano anterior, o número era de 91%. O relatório ainda apontou que 67% das plantações estavam em boas ou excelentes condições. O órgão atualiza as informações no final desta segunda-feira, após o fechamento dos negócios em Chicago.
“Já os mapas de 7 a 15 dias mostram uma diminuição das chuvas. e os 30 a 90 dias, apesar de uma acertabilidade menor, também indicam precipitações dentro da média. Então, hoje é um bom momento para fazer as posições. Temos a primeira posição na CBOT que rompeu o patamar de resistência dos US$ 9,65 por bushel, contudo, o vencimento se aproximou dos US$ 9,95 por bushel, porém, não quebrou esse nível. Isso é um sinal positivo para os produtores se preparem, quem precisa de caixa é um bom momento para vender”, explica Fernandes.
Na visão do analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, o momento também deve ser encarado como uma oportunidade de venda por parte dos produtores. “Estamos vendo esse movimento sazonal de alta e é sempre um bom momento de venda. Sabemos que é uma questão de chuvas e se tivermos a melhora no plantio e desenvolvimento da cultura o mercado irá devolver os ganhos recentes. Se as precipitações pararem teremos muita umidade no solo, o que fará com que as plantas aguentem possíveis veranicos mais adiante”, ratifica.
Outro fator que também deu suporte aos preços da oleaginosa foi a demanda por farelo de soja, que permanece aquecida nos EUA. “A demanda interna por farelo de soja é boa, principalmente pelo mercado de carne, com a recomposição de planteis de suínos e aves. Então, essa questão vem garantindo uma maior demanda pelo farelo e as margens de esmagamento continuam positivas no país. Em maio, o esmagamento foi recorde e devemos ter um novo recorde em junho. O farelo tem contribuído para os ganhos da soja nas últimas semanas, porém, se o farelo cair, a soja também irá recuar”, afirma Vanin.
Ainda hoje, o USDA reportou o novo boletim de embarques semanais. Até a semana encerrada no dia 18 de junho, os embarques da soja somaram 178,09 mil toneladas do grão, na semana anterior, o número ficou em 226,61 mil toneladas da oleaginosa. No total, os embarques do grão somam 47.589,90 milhões de toneladas, contra as 49.260,00 milhões de toneladas projetados pelo departamento.
Mercado interno
A forte alta observada no mercado internacional também influenciou os preços praticados nos portos brasileiros, apesar da queda observada no dólar. O câmbio encerrou o dia a R$ 3,08, com queda de 0,64%. Nesta segunda-feira, a soja disponível no Porto de Paranaguá encerrou o dia a R$ 70,00, com alta de 2,19%. Já o preço futuro, para entrega em março/16, o ganho foi de 2,11%, com o preço a R$ 72,50.
O cenário também se repetiu no Porto de Rio Grande, a soja disponível terminou a segunda-feira a R$ 70,50, com alta de 1,15%. A cotação futura, para entrega maio/16, fechou a R$ 74,30, com valorização de 0,81%.
Ainda de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, o preço da soja também subiu na região de Não-me-toque (RS), para R$ 58,50, com alta de 0,86%. Nas praças de Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, o ganho foi de 1,75%, com a saca do grão a R$ 58,00.
Na região de Cascavel (PR), a alta foi menor, de 0,88%, com a saca da oleaginosa negociada a R$ 57,50. Em São Gabriel do Oeste (MS) e Jataí (GO), os valores também registraram ligeira valorização, de 0,90% e 1,10%, com os preços em R$ 56,00 e R$ 55,91, respectivamente.
Fonte: Notícias Agrícolas