Agronegócio

Soja e Milho: Mercados operam com estabilidade na CBOT nesta 6ª feira à espera do USDA

À espera dos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira (11), o mercado internacional de grãos opera próximo da estabilidade para soja, milho e trigo. Os traders seguem buscando um posicionamento antes da divulgação das informações atualizadas e, neste mês, não há um senso comum entre as expectativas para o boletim mensal de oferta e demanda.

Depois de encerrarem a sessão anterior em campo positivo, os principais vencimentos da soja, por volta das 8h10 (horário de Brasília), subiam entre 0,25 e 1,75 pontos, enquanto os futuros do milho vinham registrando ligeiras perdas de menos de 1 pontos. Assim, o contrato novembro/15 – referência para a a safra americana de soja – era negociado a US$ 8,75 por bushel. Já no mercado do cereal, a posição dezembro/15 era cotada a US$ 3,74.

“Uma parte dos analistas acredita que o USDA possa apresentar uma manutenção dos números, enquanto outra acredita que possa haver uma redução depois de alguns pequenos sobressaltos do clima que aconteceram nos últimos dias”, disse o consultor de mercado Mársio Ribeiro, da TRINI Consultoria. “Nós acreditamos, principalmente, em uma manutenção tanto para milho, quanto para a soja”, completou.

Veja como fecharam os mercados de soja e milho nesta quinta-feira:

Os futuros da soja, na sessão desta quinta-feira (10), fecharam o dia do lado positivo da tabela, porém, bem próximos da estabilidade. Os vencimentos mais negociados encerraram o dia com ligeiros ganhos, de pouco mais de 1 pontos, refletindo a cautela do mercado à espera do novo boletim que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 11 de setembro.

Em busca de um bom posicionamento antes da chegado do reporte mensal de oferta e demanda, os traders trouxeram pouca movimentação para os negócios e, como tradicionalmente acontece, as expectativas são grandes antes da chegada das informações atualizadas. Entretanto, as projeções neste mês não contam com uma unanimidade.

“Uma parte dos analistas acredita que o USDA possa apresentar uma manutenção dos números, enquanto outra acredita que possa haver uma redução depois de alguns pequenos sobressaltos do clima que aconteceram nos últimos dias”, disse o consultor de mercado Mársio Ribeiro, da TRINI Consultoria. “Nós acreditamos, principalmente, em uma manutenção tanto para milho, quanto para a soja”, completou.

Entretanto, Ribeiro afirma ainda que caso esses números sejam mesmo mantidos não está afastada uma pressão sobre os futuros da oleaginosa em Chicago, quais poderiam ainda se manter abaixo dos US$ 9,00 por bushel. No reporte de agosto, o USDA estimou a safra 2015/16 dos EUA em 106,58 milhões de toneladas e os estoques finais em 12,78 milhões de toneladas.

Ainda de acordo com o consultor, a influência do mercado financeiro também continua presente nos negócios com os futuros dos grãos no cenário internacional, e um dos fatores observados mais de perto, além da saúde da economia chinesa, é o andamento do dólar. A oscilação da divisa é acompanhada não só frente ao real, mas também à uma cesta de principais moedas.

Dólar e Mercado Interno

“Temos o dólar fazendo uma pressão ainda grande, subindo bastante aqui no Brasil e isso pode trazer uma alteração, principalmente para o produtor brasileiro. Essa elevação no aspecto de preços para exportação favorece muito, embora haja o outro lado – dos custos de plantio – mas, para efeito de exportação, é favorável. Tanto que percebemos um mercado interno ainda bem forte, mesmo com as quedas que houve nos preços em Chicago”, diz Ribeiro.

Nesta quinta, o dólar fechou com 1,34% de alta, valendo R$ 3,8504 na venda. A divisa registrou um dia positivo, porém, de volatilidade. Com a notícia do rebaixamento do grau de investimento do Brasil – que perdeu seu selo de bom pagador – pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, a divisa disparou e chegou a bater em R$ 3,91 na máxima do dia. Porém, o Banco Central anuncio um leilão de dólares e a intervenção acabou forçando uma perda de força da alta.

Assim, o preço da soja disponível subiu 1,34% para R$ 83,00 por saca, enquanto em Paranaguá se manteve estável em R$ 80,00. No caso do produto da safra nova, foi registrado um ganho de 0,62% no terminal gaúcho – para R$ 81,50 – e estabilidade no paranaense, onde fechou com R$ 79,00. No interior, a cotação subiu 0,69% para R$ 61,62 em Jataí/GO, e 0,74% para R$ 68,00 em Ubiratã e Londrina, ambas as praças no Paraná.

Esse ganho da moeda norte-americana, ainda segundo o consultor da TRINI, motivou uma retomada, mesmo que parcial, do ritmo de negócios com a soja no mercado brasileiro, uma vez que as condições e oportunidades de venda são ainda melhores. Além disso, acredita ainda que, caso novas agências de classificação de risco tomem a mesma postura da Standard & Poor’s em relação à economia brasileira, o câmbio poderia subir ainda mais.

“Há um descolamento do mercado externo em relação ao interno. Havia um receio de quem segurasse esse produto pudesse vir a ter algum problema com uma possível queda de Chicago (…) Então, é bem possível que o produtor brasileiro tenha oportunidades de fazer bons negócios ainda nesse mês de setembro e até mesmo no início de outubro. Há muita dependência, nesse momento, do relatório do USDA desta sexta”, explica Mársio Ribeiro.

Para o banco internacional Société Générale, nas próximas oito semanas, o dólar poderia atingir o patamar de R$ 4,40 caso as cenas política e econômica do Brasil não apresentem melhoras significativas e reduzam os sentimento de insegurança e incerteza por parte dos investidores.

Milho: Em meio à forte alta do câmbio, preços sobem 3% na BM&F; em Paranaguá, alta foi de 1,58%

As principais posições do milho na BM&F Bovespa fecharam a sessão desta quinta-feira (10) em alta. O vencimento novembro/15 e janeiro/16 encerraram o pregão com valorização de mais de 3%. Inclusive, o contrato jan/16 subiu de R$ 34,19/sc para R$ 35,30 a saca.

As cotações encontram suporte no dólar, que terminou a quinta-feira a R$ 3,86 e alta de 1,66%, mas chegou ao patamar de R$ 3,90 durante o dia. O câmbio acabou perdendo parte da força depois que o BC anunciou os leilões de dólares, conforme informou o site G1. A moeda norte-americana sobe depois que a agência de risco Standard & Poor’s tirou o grau de investimento, o selo de bom pagador do Brasil.

“Temos o câmbio ajudando o milho, temos os preços nos portos acima dos R$ 30,00 e na BM&F, as cotações bem próximas dos R$ 35,00/sc. A moeda americana valorizada tem contribuído para as exportações com valores remuneradores, o que tem ajudado o produtor brasileiro”, afirma Mársio Antônio Ribeiro, consultor de mercado da TRINI Consultoria.

No Porto de Paranaguá, o dia também foi de alta ao preço do milho. A saca para entrega outubro/15 fechou a R$ 32,50, com ganho de R$ 1,58%. Assim como as cotações na bolsa brasileira, o dólar também foi o principal fator de impulso aos preços.

Em relação às exportações, os analistas ressaltam que os embarques estão caminhando e devem ganhar força a partir de setembro até o final do ano. Com isso, a projeção é que o Brasil supere nesta temporada o volume recorde embarcado de milho, de 2013 com 26 milhões de toneladas do grão.

Além disso, os participantes do mercado também observam as primeiras projeções de área que será destinada ao cereal na safra de verão. Essa semana, a Céleres informou que a área de milho deverá cair 2% em comparação com a safra passada e somar 5,89 milhões de hectares. Já a INTL FCStone indica uma área semeada ao redor de 5,8 milhões de hectares, com queda de 5,6% em relação ao ano anterior.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho terminaram essa quinta-feira (10) do lado positivo da tabela. Ao longo do dia, as principais posições do cereal ampliaram os ganhos e finalizaram o pregão com valorizações entre 5,00 e 5,25 pontos. O contrato dezembro/15 era cotado a US$ 3,74 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 3,69 por bushel.

Os analistas ressaltam que, a sessão de hoje foi de ajuste de posição por parte dos investidores frente ao novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O relatório será reportado nesta sexta-feira (11) e há muitas especulações sobre os números que o órgão poderá apresentar, especialmente em relação ao tamanho da safra de milho do país nesta temporada.

Isso porque, em seu último boletim, o departamento indicou uma safra do cereal ao redor de 347,64 milhões de toneladas. Contudo, devido às intempéries climáticas registradas no início do desenvolvimento da cultura no Meio-Oeste, consultorias privadas e analistas apostam em uma produção abaixo da estimativa oficial.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo site internacional Farm Futures, a produção deverá totalizar 339,62 milhões de toneladas na safra 2015/16. Até o momento, os relatos não oficiais sobre o andamento da colheita em algumas localidades do Corn Belt, em especial o sul de Illinois e Indiana, indicam uma produtividade média menor do que o apontado pelo USDA, de 178,65 sacas por hectare.

Entretanto, o consultor de mercado da TRINI Consultoria, Mársio Antônio Ribeiro, pondera que o USDA pode trazer uma revisão nas estimativas para os estoques de passagem. “Podemos ter uma elevação nos estoques de passagem dado os números das exportações que têm se mostrado abaixo da expectativa. Consequentemente, se essa estimativa se confirmar, poderemos ter uma pressão nos preços do cereal”, explica.

Paralelamente, as novas previsões climáticas indicam que temperaturas mais baixas estão se movendo em todo o Cinturão do Milho nesta quinta-feira, juntamente com chuvas para Missouri e Wisconsin. Já a projeção mais alongada indica clima mais quente e úmido sobre a região, nos próximos 6 a 10 dias de acordo com informações do NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país.

Fonte: Notícias Agrícolas

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