Soja: Mercado tem novo dia de leves altas e contrato maio/16 já supera os US$ 9 em Chicago
A manhã desta quinta-feira (1) é de leves altas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 2,75 e 3,50 pontos, levando os contratos março e maio/16 a operarem já na casa dos US$ 9,00 por bushel. O novembro/15, referência para a safra norte-americana, era negociado, no mesmo mesmo momento, a US$ 8,95.
O mercado vinha refletindo ainda os últimos números ligeiramente altistas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre os estoques trimestrais do país, que ficaram ligeiramente abaixo das expectativas médias dos traders.
Entretanto, esse movimento positivo deve ser pontual, segundo explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, e altas mais firmes deverão ser observadas somente após o final da colheita nos Estados Unidos. Até o último domingo (25), 21% da área norte-americana já havia sido colhida, ainda de acordo com os números do USDA.
Paralelamente, as informações da demanda também seguem aparecendo timidamente e dão força entre os negócios para a soja na CBOT. Hoje, o departamento agrícola dos EUA traz mais dois boletins importantes, sendo um o semanal das vendas para exportação e o outro de esmagamento de soja no país, que chega após três anos sem ser divulgado.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
O mercado internacional da soja fechou a sessão desta quarta-feira (30) em campo positivo na Bolsa de Chicago. O dia foi volatilidade, como tipicamente acontece em dias de boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os futuros da oleaginosa testaram os dois lados da tabela após a chegada dos números, mas terminaram em campo positivo.
Entre os principais vencimentos, os ganhos ficaram entre 6,50 e 7,75 pontos, com o todos os contratos acima dos US$ 8,90 por bushel. A posição novembro/15 ficou em US$ 8,92 e a maio/16 em US$ 8,99 por bushel, referências para as safras norte-americana e brasileira, respectivamente.
Depois de uma reação fraca, as cotações parecem ter digerido as informações do USDA para subir. Os estoques trimestrais em 1º de setembro nos Estados Unidos vieram em 5,2 milhões de toneladas, contra a expectativa média de 5,55 milhões. E essa reação dividiu as opiniões dos analistas internacionais.
Para alguns, os números do departamento serão rapidamente absorvidos e o mercado vai acompanhar de forma ainda mais expressiva o desenvolvimento da colheita no país. Os trabalhos, também de acordo com os últimos dados do USDA, já foram concluídos em 21% da área até o último domingo (25).
E esse otimismo para a nova safra acaba sendo o principal limitador para o avanço das cotações. “No entanto, os preços baixos paracem estar estimulando a demanda para os três grandes grãos (soja, milho e trigo”, disse Sal Gilbertie, da Tecrium Trading em entrevista ao site Agriculture.com.
Para Camilo Motter, economista e analista da Granoeste Corretora, o relatório não teve nenhum grande impacto no mercado. Entre um corte na produção 2014 para 106,88 milhões de toneladas, os estoques mais baixos do que o esperado e boas perspectivas para a safra 2015/16, os investidores perderam suas referências e tiraram a direção do mercado.
“O mercado ficou sem saber pra onde ir. Os investidores não sabiam se compravam ou se vendiam. Somente no final parece que houve uma interpretação mais assentada nos fatos”, diz Motter. “Acho que o mercado tende a buscar os US$ 9,00, mas encontra sérias dificuldades diante da safra que vem cehgando. É a luta dos próximos dias entre os bulls e os bears”, completa.
No Brasil
Os preços no Brasil, por outro lado, recuaram nesta quarta-feira. A baixa do dólar se manteve no foco dos negócios e os valores perderam força tanto nos portos quanto no interior do país.
Em Paranaguá, o dia fechou sem indicativo de preços para a soja disponível e, o produto futuro recuou 2,38% para R$ 82,00. Em Rio Grande, a disponível perdeu 0,23% para R$ 87,00 e futura foi a R$ 85,00, caindo 0,58%.
Já no interior, as baixas passaram dos 2% nesta quarta-feira, com exceção da praça de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde a cotação subiu 2,50% e foi a R$ 82,00 por saca.
Nesta quarta-feira, o dólar caiu 2,31% e fechou o dia com R$ 3,9655. Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, o mercado financeiro parece ter recebido bem às decisões “tomadas pelo governo para apaziguar as tensões com a base aliada”. Ainda assim, a moeda norte-americana registrou sua terceira alta mensal consecutiva e encerrou setembro com 9,33%. Nos últimos três meses, o ganho acumulado é de 27,55%.
Fonte: Notícias Agrícolas