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Soja caminha de lado em Chicago nesta 4ª feira em semana de espera pelos novos números do USDA

Nesta quarta-feira (7), a poucos dias do novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado internacional da soja opera bem próximo da estabilidade. As cotações da oleaginosa, por volta das 7h40 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 2 pontos entre as principais posições, que se mantinham no patamar dos US$ 8,90 por bushel, com exceção do maio/16, referência para a safra brasileira, que vinha cotado a US$ 9,01.

O mercado dá continuidade aos pequenos ganhos registrados no fechamento de ontem e ainda reflete a postura mais cautelosa dos investidores antes da chegada do reporte mensal de oferta e demanda, na próxima sexta-feira (9). As especulações sobre a nova safra norte-americana são elevadas e, por isso, geram ainda mais ansiedade entre os traders. As informações mais esperadas são sobre a produção e produtividade, além dos estoques, como tradicionalmente acontece.

Além disso, o relatório chega em um período em que o momento de pico da colheita no país – que já está concluída em mais de 40% da área – se depara com boas notícias sobre a demanda pela soja norte-americana que chegaram nos últimos dias, inclusive sobre o consumo interno da oleaginosa pelas indústrias locais. Assim, enquanto os trabalhos de campo limitam as altas, a demanda vem para dar suporte ao mercado, bem como a retração vendedora do produtor americano.

Completando o quadro, há ainda um movimento dos investidores de uma recompra de posições em commodities agrícolas, deixando o dólar diante de sua baixa frente à algumas das principais moedas emergentes nas última sessões, como explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.

“O que traz um mercado trabalhando com certa volatilidade ainda é a dúvida que reina sobre dinheiro, dúvida se haverá aumento ou não da taxa de juros nos EUA já traz alguma conclusão entre os gestores de recursos, que trocaram dólares por commodities agrícolas, ou seja, vendem dólares e compram agrícolas”, explica o analista. E esse é um movimento, ainda segundo Mariano, que já vem acontecendo nos últimos dias, dando importante suporte para as cotações.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

O mercado da soja fechou em alta nesta terça-feira (6) na Bolsa de Chicago. O dia foi de volatilidade, o mercado testando os dois lados da tabela, exibindo ganhos de mais de 10 pontos ao longo dos negócios, mas encerrando a sessão com pequeno avanço de 3,75 a 4 pontos entre os principais contratos. O milho e o trigo também subiram, com o último liderando as altas e encerrando os negócios com altas superiores a 10 pontos.

Ainda nesta terça, o dólar registrou sua terceira sessão consecutiva de baixas frente ao real, perdendo o patamar dos R$ 3,90 com baixas que passaram de 1% neste pregão. O recuo chega mesmo diante de uma série de incertezas que ainda ronda a cena política e econômica do Brasil. E essa queda do dólar também foi fator de suporte para as cotações das commodities agrícolas negociadas nas bolsas americanas, inclusive a soja, uma vez que as torna mais competitivas e atrativas para os fundos e importadores.

A moeda, porém, vem perdendo força não só frente à divisa brasileira, mas também diante de outras tantas emergentes com as sinalizações e expectativas de que o Federal Reserve (o banco central norte-americano) eleve a taxa de juros dos EUA somente em 2016 por conta dos indicadores econômicos do país ligeiramente mais fracos nos últimos meses, segundo explicaram analistas.

Assim, o dia foi de poucos negócios no Brasil e de estabilidade ou ligeiras baixas para os preços internos. No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou a terça-feira estável com R$ 81,00, enquanto perdeu 0,83% no terminal de Rio Grande, para ser cotada a R$ 83,50 por saca. No caso do produto da nova safra, que já tem 40% vendida antecipadamente, os preços ficaram em R$ 82,50 e subindo 0,61% no porto paranaense, enquanto recuou 0,85% para R$ 81,50/saca no gaúcho.

No interior do país, algumas praças exibiram baixas de mais de 1%, como Ubiratã e Londrina, no Paraná, e perderam o patamar dos R$ 70,00 por saca, encerrando o dia a R$ 69,50; em São Gabriel do Oeste/MS, baixa de mais de 7% para R$ 71,00. Em contrapartida, as praças de Mato Grosso – Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra – registraram ganhos de 5,38% e 2,99%, respectivamente, encerrando os negócios com R$ 68,50 e R$ 69,00 por saca.

Dessa forma, as vendas voltaram a perder ritmo nesse início de outubro. O mercado, segundo relatam os analistas e consultores, segue bastante comprador – o que pode ser observado em prêmios ainda positivos nos portos do Brasil, com valores, em Paranaguá, por exemplo, que variam de 20 a 35 cents de dólar por bushel sobre os valores praticados em Chicago -, porém, já bem vendidos, os produtores brasileiros esperam agora por novas oportunidades que possam voltar a remunerar bem, seja via câmbio, ou via Chicago.

“O produtor brasileiro tem muito risco, um cenário conservador no mercado internacional, então, ele só tem o câmbio para se agarrar. E o câmbio é uma variável bem difícil de se mensurar e prever, com enormes riscos embutidos e, assim, ele não pode ficar totalmente descoberto com isso. É muito perigoso deixar o câmbio aberto”, diz Flávio França Junior, consultor da França Junior Consultoria.

Mercado Internacional

Em Chicago, parte da volatilidade acentuada registrada nesta semana se dá em função da espera dos traders pela chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na sexta-feira, 9 de ourtubro. O mercado, que vem observando muito especulação sobre os números da safra 2015/16, se mostra ansioso, como tradicionalmente acontece.

“O atrativo do relatório está em torno dos numeros de produção dos EUA. Pessoalmente, não acredito em grandes alterações, talvez no milho haja algum ajuste negativo; na soja também pode haver. Mas, de maneira geral, as consultorias se renderam aos números do USDA, sobretudo na soja que havia mais disparidade.Todos viram que a safra estava em boa forma”, explica Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais.

Na outra ponta, os fundamentos já conhecidos. A colheita nos EUA se desenvolve bem, sob condições climáticas bastante favoráveis, e já chegou, até o último domingo (4), a 42% da área cultivada com a oleaginosa. Além disso, os indicativos de produtividade que chegam do campo são bastante positivos e também pesam na formação dos negócios.

Ainda entre os fundamentos, as últimas informações sobre a demanda tem dado sustentação às cotações, e otimizadas na medida em que, com preços pouco atrativos em Chicago, os produtores dos Estados Unidos também estão retraídos em suas vendas.

“Temos que lembrar que a demanda está se tornando um bela pano de fundo para sustentar os preços. Na verdade, a redução das preocupações com a demanda”, diz Motter. Além disso, lembra também que é importante que se observe a oferta, bem como sua chegada efetiva ao mercado, por vários ângulos. No curto e médio prazo, no entanto, a oferta está determinada e isto, no presente caso, é limitador de altas”.

Fonte: Notícias Agrícolas

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