Soja: Investidores se posicionam antes do USDA e mercado tem leve queda na CBOT nesta 5ª
Depois de sessões consecutivas de alta na Bolsa de Chicago, os futuros da soja voltaram a recuar levemente nesta quinta-feira (8). Assim, por volta das 7h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam pouco mais de 3 pontos, variando entre US$ 8,87 e US$ 9,00 por bushel.
O mercado internacional segue à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chegam nesta sexta-feira (9) e segue se movimentando com o objetivo de garantir um bom posicionamento. As expectativas das consultorias privadas para o reporte devem sair nas próximas horas.
Paralelamente, os investidores ainda focam a evolução da colheita nos EUA esbarrando no ritmo lento de comercialização no país, o que acaba trazendo uma estabilidade para os negócios que, durante toda a semana, apesar dos fechamentos positivos, testaram os dois lados da tabela.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Nesta quarta-feira (7), os futuros das soja registraram um novo pregão de volatilidade na Bolsa de Chicago, mas conseguiram encerrar o dia do lado positivo da tabela. Os principais vencimentos terminaram o dia com pequenas altas de 3 a 3,75 pontos e todas as primeiras posições na casa dos US$ 8,90 por bushel. No maio/16, o mercado conseguiu terminar os negócios com US$ 9,03.
Como tradicionalmente acontece em semanas de relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado vem caminhando de lado nos últimos dias, com os traders buscando garantir um posicionamento seguro à espera das novas informações. O boletim menal de oferta e demanda chega nesta sexta-feira, dia 9 de outubro.
Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o USDA, sendo um órgão ainda bastante conservador, não deve trazer novidades muito significativas nesse próximo reporte, mas ainda assim traz essa ansiedade para os negócios e deve impactar na formação dos preços, mesmo que pontualamente.
Paralelamente, explica ainda que a postura do produtor norte-americano neste momento ainda é um dos principais fatores de suporte para as cotações que vem sendo observado pelos investidores. As vendas estão lentas no país diante de preços pouco atrativos e, apesar do bom avanço da colheita – já concluída em mais de 40% da área – o mercado não sente o impacto mais severo da chegada dessa nova oferta. Ao mesmo tempo, a demanda melhor pela soja dos EUA contribui para o andamento dos preços em um cenário como este.
Ao lado dos fundamentos, uma mudança no mercado financeiro também vem sendo sentida entre as commodities agrícolas. Os fundos de investimento parecem estar menos avessos ao risco e buscaram, nos últimos dias, ativos um pouco mais sensíveis, ou seja, voltam à ponta compradora do mercado com o objetivo de cobrir parte de suas posições.
“Investidores estão mostrando clara preferência por risco devido a expectativas de que o Fed não mude sua política monetária por enquanto”, escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes divulgada pela agência de notícias Reuters, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano, e justificando ainda as baixas consecutivas registradas pelo dólar nos últimos dias não só frente ao real mas às principais divisas de economias emergentes.
Mercado Interno
No Brasil, esse recuo da moeda norte-americana acabou por neutralizar as altas de Chicago e, consequentemente, limitando o ritmo dos negócios no país.
O produtor, que vinha participando das boas oportunidades geradas pela composição de fatores – principalmente o dólar em patamares bastante elevados – voltou a se retrair e aguardar por novos momentos.
Afinal, no atual conjunto de fatores para a formação dos preços no mercado brasileiro, as cotações vêm perdendo força. Nesta quarta-feira, os preços da soja, tanto disponível quanto futura, fecharam o dia em com estabilidade e sem uma direção comum.
Em Rio Grande, o produto da safra velha subiu 0,36% para R$ 83,80 por saca, enquanto o da safra nova avançou 1,10% para R$ 82,40. Por outro lado, em Paranaguá, manutenção dos R$ 81,00 no disponível e queda de 0,61%, para R$ 82,00, no mercado a futuro.
Depois de operar durante quase todo o dia em queda, o dólar voltou a subir no final da tarde desta quarta mais uma vez motivado pelas turbulências da cena política. Os vetos presidenciais sendo discutidos no Congresso Nacional e as contas públicas analisadas no TCU (Tribunal de Contas da União) estão na mira dos investidores.
Assim, por volta das 15h40, a moeda era cotada a R$ 3,8734, com alta de 0,79%, depois de bater em R$ 3,7880 na mínima da sessão. “Quem tinha vendido (dólares) nos últimos dias está comprando hoje. Ninguém quer pagar para ver se os problemas políticos vão se resolver”, disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters.
Fonte: Notícias Agrícolas