Acomodados em UTI’s móveis, três pacientes do interior de Mato Grosso do Sul aguardam há horas por atendimento médico no Hospital Regional, em Campo Grande. Um deles estaria em estado grave, com quadro de hemorragia interna. As informações são do delegado plantonista Cléverson Alves, que registrou a denúncia na madrugada desta terça-feira (03).
O marido de uma jovem de 24 anos, que enfrenta graves problemas de diabetes, foi quem denunciou o caso à polícia.
Segundo ele, a esposa saiu em uma ambulância do Hospital Municipal de São Gabriel do Oeste, com transferência autorizada pela Central de Regulação Estadual de Vagas para qualquer hospital público da Capital. Chegando à cidade por volta das 2h, em nenhum deles havia vaga disponível. Orientados por médicos, o casal seguiu para o Hospital Regional, onde outros três moradores de cidades esperavam por atendimento na mesma situação: em ambulâncias.
“Uma médica nos disse que tem três ambulâncias do interior no pátio e um dos pacientes pode morrer a qualquer momento, pois está com hemorragia interna. Isso é um absurdo. Sem disponibilizar leitos suficientes para atendimento, o Estado deveria encaminhar esses pacientes para a rede de saúde particular”, sugeriu Cléverson.
Ainda conforme a autoridade policial, a Central de Regulação de Vagas afirmou que não há o que ser feito. “Uma médica ligou no setor e, sem justificativas, disseram que não tinham o que fazer”, pontuou.
O caso foi registrado como omissão de socorro na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).
CASO COM MORTE
Fato parecido ocorreu em fevereiro deste ano, no Hospital Universitário da Capital. Sebastião Nogueira da Silva, 62 anos, que havia sido transferido de Costa Rica, esperou quase oito horas dentro de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, respirando com ajuda de aparelhos. Sebastião não resistiu à demora para o socorro adequado e acabou falecendo.
Correio do Estado