Durante a Sessão da Câmara de Chapadão do Sul (MS) desta segunda-feira (27), o vereador Toninho Assunção (PSB) usou a tribuna, durante o Grande Expediente, para contar, pela primeira vez em público, a sua luta e a vitória contra o câncer.
Tudo, segundo Toninho, começou em 2008 quando, diagnosticado com um tumor no rim esquerdo, passou por uma delicada cirurgia para a retirada do órgão afetado, realizada no Hospital da Beneficência Portuguesa, na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
Devido à gravidade e ao tipo de câncer, Toninho foi orientado pelos médicos a fazer um acompanhamento, pelo menos a cada seis meses. Atendendo à orientação, após o prazo estipulado Toninho voltou a realizar novos exames, mas como estava bem e a doença não havia ainda se manifestado novamente, não prosseguiu com o acompanhamento. Até que, em 2011 os próprios médicos, preocupados com a ausência de seu paciente, entraram em contato com o mesmo e o alertaram de que deveria realizar novos exames. Começava aí uma grande batalha, talvez a maior de sua vida, pois a doença o atacava novamente e desta vez entre a musculatura das costas, próximo à coluna vertebral.
Com o apoio de amigos e a influência de seu médico, Toninho conseguiu que fosse examinado por uma equipe do Hospital do Câncer de Barretos, onde, novamente passou por uma delicada cirurgia que, apesar do risco, não deixou nenhuma sequela.
Mas, a doença não dava tréguas. Meses depois, exames detectaram um novo tumor, desta vez, próximo ao coração. Nova cirurgia, um longo período de recuperação, acompanhamento médico constante, até que o pior aconteceu. O câncer havia se espalhado pelo fígado e pulmões. Este diagnóstico poderia abalar qualquer um, já que a partir daquele momento não teria mais cirurgia que resolvesse. Apenas o tratamento quimioterápico.
Sem se deixar abalar, Toninho começou o tratamento via oral, porém, sentia que “morria” por dentro e por vezes pensou em abandonar tudo e deixar nas mãos de Deus. Seu corpo enfraquecia e sua qualidade de vida era péssima, efeito colateral da forte medicação. Até que no início de 2014 ficou sabendo, por intermédio de um amigo da família, da existência de um medicamento que prometia a cura da doença em poucos meses. Toninho então, sem que os médicos soubessem, trocou a quimioterapia pela pílula de Fosfoetanolamina, um composto pesquisado há décadas e distribuído irregularmente, já que barreiras burocráticas e o interesse financeiro dos grandes laboratórios impediam o cidadão ter livre acesso ao mesmo.
Em 18 de janeiro de 2014 Toninho deu início ao tratamento com a “fosfo”. Três meses após, exames detectaram que os tumores haviam parado de crescer e alguns até diminuíram de tamanho, para espanto dos médicos. Após 15 meses de tratamento, novos exames e a constatação de que um dos órgãos, o fígado, estava praticamente limpo da doença. Para encurtar a história, conta Toninho, há uma semana, em nova análise, obteve a comprovação de que havia, finalmente, vencido o câncer.
Foi uma dura batalha. A decisão de trocar o tratamento convencional por outro, até então, pouco conhecido. A substituição de um medicamento que custava em torno de R$ 650 cada comprimido, por um que se pagava a bagatela de R$ 0,11 a cápsula. Mas, nesse momento, o que menos importava era o valor do tratamento e sim a qualidade de vida, que melhorou em muito e, o mais importante, a cura definitiva da doença.
Durante este depoimento, Toninho enalteceu a presença e o apoio incondicional de sua esposa Rosane e da família, além da sua fé, sempre inabalável.
O vereador, ao final, lamentou que o interesse financeiro dos grandes grupos e do próprio governo esteja acima do bem estar da população. Toninho Assunção chegou a dizer que duvida muito que a produção da “pílula” seja autorizada, pois seria o fim da “indústria do câncer”, que rende bilhões e bilhões de dólares de lucro aos laboratórios.
O Presidente da Câmara, Alírio Bacca, parabenizou Toninho Assunção e sua esposa Rosane, presente à Sessão. “É uma bela história, parabéns. Deus é grandioso”, disse Alírio Bacca.