Tem início nesta quarta-feira (20), às 18h58 (BR), o Outono no hemisfério sul. É uma estação considerada de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco. Neste período, as chuvas são mais escassas no interior do Brasil, em particular no semiárido nordestino e no norte de Minas Gerais. Na parte norte das regiões Nordeste e Norte ainda é época de muita chuva, principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mais ao sul de sua posição climatológica. Também, caracteriza-se pelas primeiras incursões de massas de ar frio no ano, oriundas do sul do continente, que provocam o declínio das temperaturas do ar, principalmente na Região Sul e parte da Região Sudeste.
Durante esta estação, observam-se as primeiras formações de fenômenos adversos, tais como: nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul; e friagem no sul da Região Norte e nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até mesmo no sul de Goiás.
Condições oceânicas observadas e tendência
Nos últimos meses, a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial mantevese acima da média. Porém, a partir de novembro de 2018, houve uma expansão de águas mais quentes em toda faixa equatorial do Pacífico, com anomalias acima de 0,5ºC, condição necessária para o estabelecimento do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS).
Os modelos de previsão climática, gerados pelos principais centros internacionais de Meteorologia, indicam, com uma probabilidade superior a 70%, que o início do outono de 2019 será marcado pela atuação do fenômeno El Niño de fraca intensidade até o início do inverno do hemisfério sul. Esta situação contribui, para que os impactos sobre a precipitação e temperatura no Brasil, não ocorram de forma generalizada e significativa. No entanto, as condições climáticas frequentemente associadas ao El Niño, como excessos de chuvas sobre a Região Sul e diminuição sobre a parte norte e nordeste do país, bem como uma tendência de aumento moderado das temperaturas médias na parte central, não estão descartadas e podem ocorrer de maneira irregular em alguns locais durante os próximos meses. Neste sentido, é recomendável o acompanhamento das atualizações futuras do progresso do El Niño através do monitoramento da TSM no Pacífico e assim verificarmos a persistência do fenômeno.
Região Centro-Oeste
Durante os meses de verão, as chuvas são mais frequentes na Região Centro-Oeste do Brasil, devido à presença de sistemas atmosféricos como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Entretanto, os episódios de ZCAS foram mais evidentes nos meses de dezembro/2018 e fevereiro/2019. Diferentemente, durante o mês de janeiro/2019, a situação foi atípica e houve a predominância de sistemas de bloqueios atmosféricos que ocasionaram déficit de precipitação e elevadas temperaturas.
Mesmo com o retorno das chuvas sobre áreas do sul de Goiás e Mato Grosso do Sul no mês de fevereiro/2019, a estação de verão foi marcada por volumes de chuva abaixo da média histórica em grande parte da Região Centro-Oeste.
A previsão para o outono indica uma probabilidade das chuvas ocorrerem dentro da normalidade a, ligeiramente, acima da média climatológica em grande parte da região, exceto no noroeste de Goiás, onde existe a possibilidade das chuvas serem mais fracas.
Ressalta-se que, a partir do mês de maio tem-se o início de período seco na parte central do país. As temperaturas deverão ficar acima da média em toda região, principalmente no leste de Mato Grosso e Goiás. Contudo, não se descarta a possibilidade da ocorrência das primeiras geadas e friagens sobre o Mato Grosso do Sul e sul de Goiás.
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET