China retira oficialmente embargo à carne bovina brasileira
A presidenta Dilma Rousseff e o presidente chinês, Xi Jiping, assinaram protocolo para oficializar a liberação de venda de carne bovina para o mercado chinês, embargada desde 2012 devido a suspeita de registro de mal da vaca louca, ocorrido no Paraná.
O encontro ocorreu durante intervalo da reunião de Cúpula do G20, em Brisbane, na Austrália, na noite de sábado, pelo horário de Brasília, segundo comunicado da Presidência.
Em julho, o ministro da Agricultura, Neri Geller, disse que a China havia suspendido o embargo, após visita do presidente chinês ao Brasil.
Com o acordo bilateral, a expectativa do governo brasileiro é vender de 800 milhões de dólares a 1,2 bilhão de dólares de carne para China em 2015.
No encontro, foram tratados ainda avanços das relações entre os dois países no setor aéreo, como a venda de aeronaves da Embraer para a China.
O último encontro da presidenta Dilma com Xi Jinping ocorreu em julho, no Brasil, durante a realização da VI Cúpula do Brics em Fortaleza (CE).
O atual ministro da Agricultura, Neri Geller, que está em missão diplomática na China, após passar pela Arábia Saudita em uma negociação para derrubar o embargo à carne bovina brasileira, informava que o objetivo da viagem era abrir mercados para a proteína animal, assim como para o milho. Geller deixa claro que a intenção é trazer novas possibilidades para a produção excedente do centro-oeste, assim como a valorização da produção brasileira.
O acordo com a Arábia Saudita já está consolidado e em breve receberá carne de origem brasileira, aguardando apenas a resolução de trâmites legais para tornar a decisão oficial. Na China a situação também está prestes a acontecer (oficializado como o anuncio da Australia) em que o Brasil deixaria realizar embarques por Hong Kong, passando vender carne diretamente para Pequim. Segundo o ministro, a venda por Hong Kong eleva de 25% a 30% os custos de produção aos produtores brasileiros.
A expectativa é de que a partir de janeiro já haja embarque de cerca de US$ 300 a US$ 400 milhões em carne bovina com destino ao mercado chinês. O que representa um aumento imediato no consumo de grãos na ordem entre 1,5 milhões de toneladas a 1,8 milhões de toneladas. Para o ministro, a situação já está consolidada e o momento é de investimentos para o setor de proteína animal.
Milho
Em sua visita diplomática à China, o ministro também tenta o acordo para abertura de mercado para o milho brasileiro. O compromisso ainda não foi firmado e deverá se consolidar na próxima reunião que será realizada já no próximo sábado (15). Segundo Geller, a principal intenção deste acordo é trazer uma resolução de curto prazo para o excedente de produção de milho, que beneficiará principalmente o centro-oeste. Caso a decisão seja firmada, o Brasil passará a realizar o embarque não apenas da proteína, levando a produção de grãos brasileira a novas possibilidades.
Fonte: Notícias Agrícolas