Soja tem leve recuperação e fecha a 4ª feira em campo positivo na CBOT
Depois de uma sessão em que os preços operaram durante todo o tempo em campo negativo, com os dois primeiros contratos trabalhando abaixo dos US$ 10,00 por bushel, o mercado internacional virou e fechou os negócios registrando leves altas de 2,25 a 2,50 pontos nos principais vencimentos. A posição março/15 conseguiu uma leve recuperação e encerrou o pregão a US$ 10,05 por bushel, já o janeiro/15 ficou com US$ 9,98. O maio/15, referência para a safra brasileira, fechou a sessão valendo US$ 10,13/bushel.
Com um pregão onde as cotações trabalharam durante todo o tempo no vermelho e em um dia de recuo do dólar frente ao real, depois de uma sessão de volatilidade, os valores da soja nos portos para o produto futuro também caíram. Em Paranaguá, a baixa foi de 2,42% para R$ 60,50 e em Rio Grande de 0,80%, para R$ 62,00. Porém, ainda no terminal gaúcho, o produto disponível subiu mais de 3% e fechou em R$ 66,00 por saca.
Nesta quarta, a moeda norte-americana terminou a sessão com baixa de 0,74% a R$ 2,5567, com o mercado de olho no cenário externo e na expectativa pelas informações que chegam do Copom (Comitê de Política Monetária), principalmente sobre o futuro da taxa básica de juros. “A perspectiva para o dólar no curto prazo está um pouco indefinida. Vamos começar a ter mais sinais sobre isso com a decisão do Copom, mas ainda precisamos observar outros fatores, como a ata e a política fiscal”, disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel à agência de notícias Reuters.
No mercado disponível, a quarta-feira também foi negativa e as cotações perderam valor em quase todas as praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas junto à cooperativas e aos sindicatos rurais. Nas praças da região Sul o recuo foi de pouco mais de 0,8%, com os preços ainda variando entre R$ 57,00 e R$ 58,00. Em Mato Grosso, perdas de mais de 1% e a oleaginosa cotada a R$ 56,00 em Campo Novo do Parecis. Em Jataí/GO, a baixa foi de R$ 0,57% para R$ 52,70.
Em Chicago, o mercado continua apresentando ainda uma movimentação bastante técnica, com uma forte atuação dos fundos especulativos, principalmente frente a uma influência mais forte do cenário macroeconômico nos últimos dias, vinda, na maior parte, da movimentação nos negócios com o petróleo. Assim, de acordo com o que explicam os analistas, se de um lado os altos preços estimulam as vendas por parte dos fundos, os baixos favorecem as compras e motivam esses ligeiros ganhos registrados nesta quarta.
A Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) decidiu, na última semana, não cortar a produção e, com isso, tornam o produto mais barato – já que conseguem extrair com um menor custo de produção – e mantém suas margens garantidas. Ao mesmo tempo, a demanda por outros combustíveis como biodiesel – que tem como uma das principais matérias-primas o óleo de soja – e o etanol de milho menos competitivos, já que se tornam mais caros frente ao petróleo, o que pesa, portanto, sobre os negócios de ambas as commodities.
Entretanto, há informações entre os fundamentos que, apesar de já conhecidas pelo mercado, ainda pesam sobre os negócios. A colheita da safra 2014/15 já está praticamente concluída nos Estados Unidos e, na América do Sul, as condições climáticas já se mostram mais favoráveis ao andamento das lavouras, principalmente no Brasil e na Argentina.
“Temos um mercado pressionado que deve durar mais alguns dias e acredito que possamos virar o ano assim”, acredita Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, que chama atenção ainda à necessidade se acompanhar de perto a movimentação da demanda mundial pela oleaginosa, principalmente por parte da China, bem como das condições de seus estoques. “Poderia haver um esfriamento da demanda chinesa agora, e o mercado já desconfia um pouco disso e, se esfriar um pouco, tende a se voltar a comprar um pouco mais na América do Sul, programando embarques para fevereiro, março e abril”, completa.
Frente a isso, será necessária ainda uma atenção também à divulgação dos boletins semanais de embarques e vendas para exportação por parte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que são reportados às segundas e quintas-feiras, respectivamente.
“Enquanto as exportações ainda permanecem em níveis recordes, os compradores estão começando a desacelerar suas compras diante da melhora das condições meteorológicas na América do Sul”, acrdita Bryce Knorr, analista de mercado e editor sênior do site norte-americano Farm Futures.
Fonte: Notícias Agrícolas