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Soja tem 5ª feira forte, recupera os US$ 10 em Chicago e preços sobem no Brasil

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago mostraram uma expressiva recuperação na sessão desta quinta-feira (4), fecharam a sessão com altas de dois dígitos nos principais vencimentos e de volta à casa dos US$ 10,00 por bushel. O contrato janeiro/15, o primeiro e mais negociado nesse momento, encerrou a sessão com US$ 10,10, depois de, na máxima da sessão bater em US$ 10,16. Já o vencimento maio/15, referência para a safra brasileira, terminou o dia cotado a US$ 10,24, mas no melhor momento chegou a US$ 10,29. O farelo de soja negociado na CBOT subiu mais de 1% nos principais vencimentos.

Os números da demanda pela soja norte-americana foram os protagonistas do mercado na sessão desta quinta-feira já que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou, em seu boletim semanal de vendas para exportação, números que ficaram muito acima das expectativas para a soja em grão e também para o farelo, trazendo um novo fôlego para as cotações.

Além disso, segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, depois das fortes baixas dos últimos dias, os preços mais ‘baratos’ chamaram de volta à ponta compradora do mercado os fundos de investimento e especuladores e “muitas ordens de compras foram acionadas hoje”, confirmando uma ainda forte movimentação técnica do mercado.

Demanda e Números do USDA – O relatório do departamento agrícola norte-americano informou que, na semana que terminou em 24 de novembro, as vendas para exportação totalizaram 1.179,8 milhão de toneladas e, embora o volume tenha ficado abaixo do registrado na semana anterior, superou expressivamente as projeções que davam conta de algo perto de 750 mil toneladas somente.

Com esse número, o acumulado do total de soja já comprometido na temporada 2014/15 chega a 39.650,4 milhões de toneladas, contra uma estimativa do USDA de 46,81 milhões de toneladas para todo o ano comercial. Assim, já há, aproximadamente, 88% do total vendido. No ano passado, nesse mesmo período, o acumulado na temporada era de 37,518 milhões de toneladas.

No farelo de soja, enquanto as expectativas do mercado variavam entre o cancelamento de 50 mil toneladas e a venda de 60 mil, as vendas vieram positivas em 26,8 mil toneladas e elevando o acumulado no ano comercial a 6,671 milhões de toneladas, volume que é um recorde histórico para o período.

Para alguns analistas, a demanda pela commodity deve seguir aquecida e atuando como o principal fator de suporte para as cotações já que, em forma de farelo e ao lado do milho, é o principal insumo alimentar para os rebanhos e as carnes, apesar de algumas baixas pontuais nos últimos dias, vieram registrando níveis recordes pelo mundo. A carne bovina negociada na Bolsa de Chicago, por exemplo, viu as cotações chegarem ao limite de alta na última semana.

Caminho do Mercado – Ainda de acordo com Vlamir Brandalizze, o mercado tem fôlego para garantir mais algumas altas diante dessa demanda aquecida e tentar voltar a se consolidar na casa dos US$ 10,00 por bushel no mercado spot, ou seja, no vencimento janeiro. Entretanto, lembra ainda que, com um mercado que segue técnico e sem um fator novo, esses ganhos se mostram frágeis, podendo ser temporários. “O mercado pode voltar a subir, mas, novamente, pode encontrar resistência quando se aproximar dos US$ 10,70, como já aconteceu”.

Já nos próximos dois ou três meses, o mercado poderia ver ainda, de acordo com o consultor, o USDA reajustando alguns de seus números, como as exportações, principalmente diante da agressividade dos compradores, levando sua projeção para algo perto de 50 milhões de toneladas e, consequentemente, revisando também suas perspectivas para os estoques de soja do país. Então, para que isso aconteça, seria necessário o USDA trazer essa confirmação em seus próximos boletins. Na segunda-feira, 10 de dezembro, será reportado o novo relatório mensal de oferta e demanda da instituição.

Mercado Interno – No mercado brasileiro, os preços da soja foram beneficiados pela conjunção da forte alta em Chicago e dos ganhos do dólar frente ao real. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana subiu 1,29% e fechou a R$ 2,5898 e, na máxima da sessão, chegou a R$ 2,5933.

Dessa forma, as cotações subiram nos portos e no interior do país. Em Rio Grande, a soja futura subiu 2,42% para R$ 63,50 e a disponível teve ganho de 0,76% para R$ 66,50 por saca. Em Paranaguá, a alta foi ainda mais expressiva – de 3,31% – para R$ 62,50/saca. Nas principais praças de comercialização, ganhos de 0,57 a 1,72%.

Fonte: Notícias Agrícolas

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