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Soja sobe em Chicago e preços nos portos brasileiros fecham entre R$ 64,50 e R$ 65,50

Em compasso de espera pelo novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado futuro da soja fechou a sessão desta terça-feira (9) em campo positivo. As principais posições negociadas na Bolsa de Chicago encerraram os negócios com ganhos entre 5,50 e 6 pontos. O contrato janeiro, o mais negociado ainda, ficou cotado em US$ 10,49, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, em US$ 10,62 por bushel.

No Brasil, os preços da soja pegaram carona no avanço em Chicago e também avançaram nos portos, mesmo com um fechamento negativo do dólar frente ao real. A moeda norte-americana recuou 0,51% para R$ 2,5981, mas no porto de Paranaguá, por exemplo, a soja com entrega para maio/15 teve alta de 1,57% e fechou o dia a R$ 64,50. O produto disponível ficou em R$ 65,00. Já no porto de Rio Grande, a soja futura subiu 0,77% para R$ 65,50 por saca, enquanto no disponível a cotação perdeu 1,45% para R$ 68,00.

O dia, entretanto, foi de poucos negócios, com o produtor brasileiro ainda reticente em efetivar novas vendas. Entretanto, tem sido uma opinião comum entre analistas e consultores que esse é um momento importante para o mercado e que poderia dar renda ao sojicultor. Assim, a sugestão dos especialistas é de que o produtor encare o momento como uma oportunidade de fazer suas contas com um dólar ainda em bons patamares e prêmios ainda em campo positivo nos portos brasileiros.

Novo relatório do USDA

O departamento agrícola norte-americano divulga, nesta quarta-feira (10), seu novo boletim mensal de oferta e demanda. O relatório de dezembro costuma ser bastante conservador, segundo relatam analistas e, deve trazer ajustes somente nos números referentes à demanda e aos estoques finais, tanto mundiais quanto dos Estados Unidos.

Para Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest, o reporte deve trazer uma revisão nas exportações americanas de soja, atualmente estimadas pelo USDA em 46,81 milhões de toneladas – com mais de 39 milhões já comprometidos – e também no volume da oleaginosa a ser esmagada nos EUA. No boletim de novembro, o processamento foi projetado em 48,44 milhões de toneladas.

E esse aumento nas vendas, ainda de acordo com Araújo, é reflexo do acelerado ritmo das vendas para exportação e dos embarques quem vêm sendo registrados nessa temporada. Só as compras chinesas estão 12,3% maiores nesta temporada do que no ano comercial 2014/15.

Para os estoques finais norte-americanos de soja, as expectativas indicam uma redução em relação aos números de novembro. As projeções variam de 10,89 milhões a 12,38 milhões de toneladas, com uma média de 11,73 milhões de toneladas. No relatório anterior, os estoques foram reportados em 12,25 milhões de toneladas.

Sobre os estoques finais de soja mundiais, as expectativas têm variado de 91,3 milhões a 88,5 milhões de toneladas. A média, nesse caso de 89,9 milhões, ficaria abaixo do número de novembro, quando o USDA reportou os estoques em 90,3 milhões de toneladas.

Para a produção de soja do Brasil na safra 2014/15, estimada em novembro pelo USDA em 94 milhões de toneladas, há poucas mudanças. Há expectativas indicando a manutenção desse número, enquanto a Reuters aposta em 93,39 milhões de toneladas. Para a colheita da Argentina, a agência aposta em um aumento de 55 para 55,45 milhões de toneladas e outras projeções acreditam que o número não passará por ajustes.

Para Ênio Fernandes, consultor de mercado, os preços da soja têm um quadro de sustentação entre os US$ 10,00 e US$ 10,70 por bushel e deve se manter nesse intervalo até que novas informações cheguem ao mercado, principalmente com o boletim do USDA a ser divulgado em janeiro. Será esse reporte, segundo o consultor, que poderá mexer mais expressivamente com o rumo das cotações.

Paralelamente, o que traz alguma pressão limitadora das altas nessa momento, uma vez que a demanda aquecida segue no foco, de acordo com os analistas, é o comportamento do clima na América do Sul – que tem apresentado melhores condições para o desenvolvimento das lavouras da nova safra tanto no Brasil quanto na Argentina, os dois principais produtores do continente – bem como o ritmo da conclusão do plantio em ambos os países.

Fonte: Notícias Agrícolas

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