Soja: Mercado só deve mudar direção na CBOT com safra no Brasil abaixo das 90 mi de t, diz consultor
A movimentação no mercado internacional da soja segue fraca nesse final de semana na Bolsa de Chicago. Na sessão desta quinta-feira (29), por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos registravam perdas de pouco menos de 1 ponto, com o maio/15, cotado a US$ 9,76 por bushel.
O que falta aos negócios são novidades – vindas tanto dos fundamentos de demanda quanto do lado da oferta – e nem mesmo as perdas que vêm sendo registradas pelo Brasil a fora têm sido suficientes para alavancar o mercado.
Para o analista de mercado Fernando Muraro, da AgRural, a marca dessa safra brasileira é a irregularidade e, em função de temperaturas excessivas e da falta de chuvas, ao menos de 3 a 5 milhões de toneladas já foram perdidas nesta temporada.
No entanto, o analista afirma ainda que para que o mercado internacional mude seu foco e volte a subir os números deveriam vir abaixo das 90 milhões de toneladas, porém, chegar a esse número final tem sido o trabalho mais difícil até o momento, já que as condições das lavouras têm variado muito, inclusive dentro do mesmo estado.
Nesta quarta-feira (28), os preços da soja fecharam novamente com preços mais baixos na Bolsa de Chicago. As perdas entre os principais vencimentos, no entanto, foram amenas e ficaram entre 3,50 e 4,25 pontos. Apesar disso, os valores praticados nos portos brasileiros subiram, apoiados na ligeira alta do dólar frente ao real.
No terminal de Paranaguá, a cotação para o produto com entrega em abril/15 subiu 0,69% para R$ 58,60. Em Rio Grande, a soja para maio/15 conseguiu avançar 0,51% para R$ 59,60 por saca, enquanto o produto disponível se manteve estável nos R$ 62,00.
No interior do país, o dia também foi de pouca ou quase nenhuma movimentação e os preços mantiveram a estabilidade em quase todas as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas junto aos sindicatos rurais e cooperativas. Somente em Jataí/GO e Cascavel/PR foram registradas alterações de mais 0,19% para R$ 53,20 e menos 0,925 para R$ 54,00, respectivamente.
Os negócios no Brasil ainda se mostram bastante travados, de um lado pelos nada atrativos preços que têm sido praticados atualmente – o que inibe as ofertas de venda por parte dos produtores – e também diante do avanço da colheita em importantes regiões produtoras do Brasil, apesar das baixas produtividades que vêm sendo registradas.
“Segundo colaboradores do Cepea, as produtividades das áreas colhidas estão distintas inclusive numa mesma região, mas o que prevalece são rendimentos entre 25 e 30 sacas por hectare, especialmente no oeste do Paraná”, informou o Cepea. A instituição informou ainda que a média ponderada da soja no estado do Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, teve queda de 2,6% entre 16 e 23 de janeiro, indo para R$ 56,92/sc de 60 kg na sexta.
Dólar
Nesta quarta, a moeda norte-americana terminou o dia subindo 0,25% ante o real para R$ 2,5769, com os investidores de olho nas declarações das autoridades do Federal Reserve (Fed), que é o banco central norte-americano.
A instituição informou que continuará com a sua promessa de de ser “paciente” na hora de elevar os juros nos Estados Unidos e trouxe ainda uma melhor avaliação da economia e do mercado de trabalho no país. Paralelamente, informou ainda que espera um “declínio adicional da inflação”. E essas declarações, de acordo com analistas, confirmam que o aperto na política monetária norte-americana não deverá vir tão cedo.
Bolsa de Chicago
A falta de movimentação continuou no mercado internacional da soja nesta quarta-feira (28) e as cotações seguiram caminhando de lado na Bolsa de Chicago. Faltam novidades concretas que possam estimular movimentações mais fortes dos preços e direcionar melhor o mercado e, ainda segundo sinalizam analistas, não deverão surgir informações que sejam suficientes para alavancar os negócios pelo menos até o final dessa semana. Dessa forma, o mercado segue se comportando de forma mais técnica do que baseado em seus fundamentos nesse momento, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze.
Fonte: Notícias Agrícolas