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Soja: Mercado espera números de lado e caminha de lado em Chicago nesta 4ª

Os futuros da soja operam, mais uma vez, com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta manhã de quarta-feira (8). Os principais vencimentos subiam pouco menos de 1 ponto, porém, o mercado seguia caminhando de lado. O maio/15 era cotado a US$ 9,71 por bushel.

Amanhã, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo boletim mensal de oferta e demanda e, dessa forma, os investidores seguem buscando um bom posicionamento antes da chegada dessas informações.

 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Na sessão desta terça-feira (7), o mercado internacional da soja fechou em baixa na Bolsa de Chicago, com as posições mais negociadas perdendo entre 6 e 7,50 pontos. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, terminou o dia com US$ 9,71 por bushel, e o agosto/15 encerrou os negócios valendo US$ 9,75.

Com baixas em Chicago e mais um dia de pouca movimentação do do dólar frente ao real, as cotações da soja nos portos brasileiros também recuaram. Em Paranaguá, o preço foi para R$ 68,00 com entrega abril/15, registrando uma baixa de 1,45%. Em Rio Grande, queda de 0,56% para o produto para maio/15 e R$ 71,40 por saca, e baixa de 0,29% para R$ 69,00 na soja disponível.

 

Dólar – Nesta terça-feira (7), o dólar fechou o dia com leve alta sobre real, de 0,38% a R$ 3,1341 e interrompeu uma série de cinco sessões consecutivas de baixas. Nesse período, a queda acumulada passou de 3,5%. “Teve diminuição das pressões lá fora e aqui, mas o cenário ainda é volátil”, disse o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria à agência Reuters.

 

Bolsa de Chicago e Prêmios

Segundo explicaram analistas, o mercado em Chicago seguiu com seu movimento de realização de lucros, principalmente com os investidores à espera do novo boletim mensal de oferta e demda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no próximo dia 9 de abril.

“Na Bolsa de Chicago, os últimos dias têm sido de estabilidade, considerando apenas que haverá uma redução de estoques nos EUA”, explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. Segundo expectativas, o USDA deve trazer estoques próximos a 10,1 milhões de toneladas nesse reporte, contra as 10,48 milhões de toneladas estimadas no boletim de março. Para os estoques finais mundiais de soja o volume esperado se mantém na casa das 89,5 milhões de toneladas.

“Além disso, houve um aumento na procura pelo produto brasileiro. Portanto, tivemos uma alta recente para os prêmios para a soja brasileira em Paranaguá em torno de 7 a 9 centavos, então, a demanda por tudo brasileiro é evidente e característica a cada dia”, constata Mariano, mostrando que esse foi mais um fator de pressão sobre as cotações na CBOT.

Com o produto brasileiro mais barato – principalmente em função de uma recente valorização do dólar frente ao real e com a chegada da oferta de soja a medida em que a colheita avançava por todo o país – os compradores se voltaram não só para o Brasil, mas para a América do Sul de uma forma geral.

Os bons patamares de preços que foram registrados pela soja nas últimas semanas – com as cotações superando os R$ 74,00 no terminal de Rio Grande, por exemplo – incentivaram um significativo avanço da comercialização no Brasil, a qual já passa se aproxima de 55%, segundo sinalizam analistas. Entretanto, o quadro, nesse momento, já apresenta algumas alterações.

 

Demanda

A demanda pela soja brasileira segue muito aquecida, há muitos compradores no mercado e uma enorme quantidade de navios ao largo dos portos brasileiros para embarcarem soja não só para a China, mas também para outros destinos. Por outro lado, os produtores agora se retiram da ponta vendedora do mercado, aguardando melhores oportunidades de comercialização. A expectativa para esta safra é de que o Brasil exporte cerca de 48 milhões de toneladas de soja.

Reflexo disso são os prêmios nos portos brasileiros que se mantêm positivos, dando alguma sustentação às cotações e iniciando a semana em alta em relação aos valores praticados na semana passada. No porto de Paranaguá, os prêmios variam de 42 e 44 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago para principais vencimentos de entrega; no terminal de Rio Grande, esses valores passavam de 60 cents para as principais posições.

E ainda sobre uma demanda aquecida mundialmente, inclusive pela soja norte-americana para o produto que ainda há disponível, há prêmios no Golfo do México, principal canal de escoamento da oleaginosa exportada dos EUA, que variam de 65 a 70 cents de dólar sobre os preços registrados em Chicago.

Em um levantamento divulgado no site SIM Consult, do consultor de mercado Liones Severo, é possível constatar um aumento de 185% nas importações chinesas de soja nos últimos 10 anos. Caso o ritmo das compras da nação asiática continue nessa curva crescente, os volumes adquiridos na safra 2024/25 poderiam bater na casa das 137 milhões de toneladas.

Entretanto, como afirma a consultoria, os fatores são concorrentes e limitantes, e assim, muito provavelmente esse mesmo desempenho pode não se confirmar, porém,  traz, pelo menos, a compreensão dos últimos três anos de escassez no suprimento de soja nos paises produtivos.

Fonte: Notícias Agrícolas

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