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À espera do USDA, soja tem sessão de pouca movimentação em Chicago nesta 3ª

Os futuros da soja, nesta manhã de terça-feira (10), operam próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago e atuando em campo misto. Os investidores seguem na defensiva à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão divulgados hoje em seu novo boletim mensal de oferta e demanda.

Assim, por volta das 7h50 (horário de Brasília), os primeiros vencimentos perdiam pouco mais de 0,50 ponto enquanto os mais distantes subiam pouco mais de 2.

Entre as expectativas do mercado para o reporte estão a possibilidade de um corte nos estoques finais de soja dos EUA bem como na safra brasileira 2014/15 na casa de 1 milhão de toneladas.

 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Na sessão desta segunda-feira (9), os preços da soja fecharam o dia em campo positivo, porém, com o mercado ainda em compasso de espera pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão divulgados neste dia 10 de fevereiro, terça-feira.

Entre os principais vencimentos, os ganhos ficaram entre 4,50 e 5,75 pontos, com o contrato maio/15, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,85 por bushel. O agosto/15 terminou o dia cotado a US$ 9,89.

Segundo o analista de mercado e economista Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o mercado, além do aguardo pelos novos dados do USDA, encontrou suporte ainda no movimento positivo também das cotações do petróleo, o mercado acionário estável e o dólar index mais fraco frente a uma cesta de moedas internacionais, fator este que aumenta a competitividade dos produtos negociados nas bolsas americanas.

Além disso, outro componente que contribuiu para um cenário favorável para os preços foi o anúncio do USDA de uma nova venda de soja para a China, neste caso de 120 mil toneladas da safra 2014/15.

Paralelamente, o mercado contou ainda com os números do embarques semanais norte-americanos também reportado pelo USDA e os dados ficaram dentro das expectativas dos traders. Na semana que terminou em 5 de fevereiro, os EUA embarcaram 1.485,490 milhão de toneladas, enquanto as projeções variavam de 1,22 milhão e 1,5 milhão de toneladas. Na semana anterior, esse número foi de 1.700,569 milhão e, no mesmo período do ano passado, o total foi de 1.566,439 milhão de toneladas.

No acumulado do ano, os embarques norte-americanos da oleaginosa já somam 38.954,560 milhões de toneladas, contra 33.101,166 milhões do mesmo intervalo da safra 2013/14.

 

Mercado Interno

No Brasil, o cenário é diferente e o mercado vem se descolando parcialmente de Chicago em função da valorização do dólar frente ao real nos últimos dias. Nesta segunda, a moeda norte-americana fechou praticamente estável, no entanto, ainda próximo das máximas em 10 anos e buscando os R$ 2,80.

O dólar, nesta sessão, recuou 0,03% em um movimento de ligeira realização de lucros depois das últimas altas e terminou o dia em R$ 2,7774, e na máxima bateu nos R$ 2,7969. “Não dá para saber até onde o dólar vai chegar. E como a perspectiva é incerta, qualquer susto se transforma em um movimento expressivo”, disse o gerente de câmbio do Banco Confidence, Felipe Pellegrini à agência de notícias Reuters.

E ainda segundo analistas ouvidos pela agência, o mau humor global não enxerga perspectivas de alívio no curto prazo, o que significa dizer que a divisa poderia manter sua força e dar continuidade à sua escalada frente à moeda brasileira.

Além das preocupações e incertezas no quadro internacional, há ainda um cenário de pouca confiança no governo brasileiro e na condução da economia do país, como explica Motter, e esse é o componente que favorece essa forte alta do dólar frente ao real, o que tem sido, consequentemente, o diferencial para a formação dos preços da soja no Brasil. Em muitas regiões, as cotações, segundo o analista, chegaram a subir de R$ 1,00 a R$ 2,00 por saca nos últimos dias.

Nos portos, os preços também já se mostram ligeiramente mais atrativos. Somente nesta segunda-feira, o valor subiu 1,59% no terminal de Paranaguá para R$ 64,00 para a soja com entrega em abril/15. Já em Rio Grande, a alta foi um pouco mais modesta – 0,16% – mas a cotação terminou o dia em R$ 64,20/saca para maio/15.

Apesar disso, a comercialização no Brasil segue travada e os produtores têm vendido de “forma extremamente comedida”, segundo relata Motter. O sojicultor brasileiro, como explica o analista, aposta em melhores oportunidades de venda adiante e dessa forma segue relutante em entregar sua soja nos atuais níveis de preços praticados, apesar da boa recuperação observada na última semana.

 

Expectativas para o USDA

“A opinião geral sobre qualquer boletim de fevereiro do USDA termina em uma questão: se um relatório é divulgado e ninguém presta atenção ele faz algum barulho?”, diz Darin Newsom, analista sênior do site DTN The Progressive Farmer.

A opinião de Camilo Motter é a mesma do analista internacional de que esse boletim de fevereiro do USDA deverá trazer poucas alterações em relação aos números de janeiro.

Para os estoques finais norte-americanos, por exemplo, são esperadas mudanças bem conservadoras. As expectativas para os estoques de soja dos EUA variam de 11,97 milhões a 9,8 milhões de toneladas. A média de 10,94 milhões é menor, portanto, do que o total reportado no boletim de janeiro de 11,16 milhões de toneladas.

As expectativas do mercado sobre os estoques finais mundiais variam de 92 milhões a 88,8 milhões de toneladas. A média, de 90,5 milhões, fica, no entanto, ligeiramente abaixo do número de janeiro de 90,78 milhões de toneladas.

Apesar das notícias das perdas com a seca e dos problemas enfrentados pelos produtores aqui no Brasil, o corte esperado para a safra brasileira de soja é bastante conservador. As expectativas para a colheita é de 94,5 milhões de toneladas, com máxima em 95,8 milhões e mínima de 93 milhões de toneladas. Em janeiro, o USDA estimou a safra do Brasil foi estimada em 95,5 milhões de toneladas.

Dessa forma, para o analista da Granoeste, o mercado deverá buscar os US$ 10,00 em Chicago caso seja confirmada essa redução nos estoques finais norte-americanos ao mesmo tempo que for reportado um corte na produção sulamericana, principalmente no Brasil.

“O que devemos ver, caso isso se confirme, é um freio nas quedas, mas uma motivação mais forte para novas altas deverá ser vista quando os fundos voltarem comprando ao mercado”, acredita Motter.

Fonte: Notícias Agrícolas

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