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Agro debate estratégias para enfrentar o protecionismo mundial

A Abrapa participou, nesta quinta-feira (14), do primeiro dia de debates do 40º Encontro Nacional de Comércio Exterior – Enaex 2021. O evento, realizado de forma virtual pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), reúne, até amanhã, autoridades públicas e representantes de entidades privadas em torno do tema Reformar para Crescer.

O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, apresentou dados do setor e estratégias de conquista dos mercados interno e externo em painel sobre Cenários e Perspectivas para o Agronegócio no Mundo mais Protecionista. Busato lembrou que o Brasil já foi grande importador de algodão, se tornou um mercado de oportunidade e, há apenas quatro anos, se destacou como fornecedor global, se consolidando como segundo maior exportador mundial da pluma – atrás, apenas, dos Estados Unidos.

Apesar da posição de destaque, o mercado asiático, destino de 99% da pluma brasileira, ainda prefere a fibra norte-americana e paga mais por ela.  “Na média, nosso algodão é melhor que o americano em comprimento de fibra, resistência e micronaire, e igual em uniformidade de fibra. No entanto, no ano passado, vendemos nosso produto 8% mais barato que os americanos”, pontuou Busato.

Foi para reduzir essa diferença e ampliar a fatia brasileira no mercado mundial, que hoje é de 24%, que a Abrapa criou o Cotton Brazil. Lançado em 2020, o projeto é executado em parceria com a Agência Brasileira de Promoçãode Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com o apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e dos Ministérios de Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Estamos mostrando ao mercado asiático que o Brasil, como quarto maior produtor de algodão do mundo, tem quantidade, qualidade, rastreabilidade e o programa de sustentabilidade mais completo em nível mundial”, relatou o presidente da Abrapa.

Ricardo Santin, presidente da Asscoiação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), participou do mesmo painel e também destacou o compromisso do agro com práticas responsáveis. “Além de fazer bem, o Brasil precisa levar a mensagem que é um país que produz sustentavelmente”, afirmou. Ressaltou, ainda, a necessidade de mais acordos comerciais.

Bartolomeu Braz, vice-presidente da Aprosoja, acredita que é preciso enfrentar o protecionismo mostrando que o Brasil está apto a abastecer a demanda mundial atual e futura. “Temos condições de produzir com sustentabilidade, qualidade e responsabilidade, em menos área, transformando pastagens degradadas em áreas produtivas”, ponderou.

A diversificação de parceiros comerciais foi apontada como fundamental por Marcos Jank, coordenador do Centro Insper Agro Global.  “Não podemos ter dependência tão forte da China. Nossa presença tem que se fortalecer nos países emergentes do Oriente, começando pela Ásia e avançando para a África”, afirmou, elogiando a estratégia da Abrapa de investir em um amplo projeto de promoção no sudeste asiático.

Jank acredita que é preciso reforçar a comunicação. “Temos que levar para fora nossas soluções, como as variedades que nos permitiram chegar ao cerrado, a questão da produtividade mais alta e das duas safras, a integração lavoura-pecuária, o plantio direto, energias renováveis, alta conversão de grãos em carnes. Todas essas coisas que o Brasil fez em agricultra tropical não têm paralelo no mundo e são as soluções reais para equilibrar o meio ambiente e alimentação”, ressaltou. No encerramento do painel defendeu, ainda, novos acordos comerciais e a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

Fonte: Abrapa

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