O médico cardiologista e ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa Vieira Pontes (51), morreu após reclamar de dores de cabeça e passar mal. O caso aconteceu por volta das 20h deste domingo (11), na casa de massagem e sauna Espaço Relax, na Rua Boa Vista, no Centro de Campo Grande.
Segundo informação da polícia, o médico passou mal e teve uma convulsão. A médica, que fez o primeiro atendimento, disse que o cardiologista tinha uma “punção” no braço, provavelmente referente à aplicação de algum medicamento. Dorsa tinha lesão no supercílio e no rosto, compatíveis com a queda e a convulsão, quando teria batido o rosto no chão.
Segundo relatos do recepcionista da casa de massagem à polícia, a vítima chegou ao local por volta das 16h se queixando de dor de cabeça e que parecia estar impaciente. Por volta das 19h, José Carlos começou a passar mal em um dos quartos da sauna, frequentada pelo público gay.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e a equipe médica ainda tentou reanimá-lo, mas sem sucesso. A Polícia Civil registrou o caso como morte a esclarecer. Há suspeitas de suicídio ou overdose por medicamentos. O corpo foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico.
O Campo Grande News tentou falar com o proprietário da sauna, mas as ligações não foram atendidas. Ontem, o estabelecimento realizou uma festa com o nome Caliente, que começou às 15h.
Dorsa era um dos envolvidos na “Máfia do Câncer”, esquema investigado pela Polícia Federal, e respondia na Justiça por falsificação e uso de documentos, peculato, formação de quadrilha e fraude em licitação.
Operação Sangue Frio
Nas primeiras horas da manhã do dia 19 de março de 2013, munidos com 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de afastamento de funções, policiais federais foram ao Hospital do Câncer Alfredo Abrão, ao HU, à residência do médico oncologista Adalberto Abrão Siufi e à clínica NeoRad.
A ação, resultado de apurações feitas pela PF, CGU (Controladoria Geral da União) e MPF (Ministério Público Federal), era contra o que foi chamado de “Máfia do Câncer”.
Logo depois da operação, José Carlos Dorsa foi afastado da direção do HU por 60 dias e próximo à data do retorno, pediu para sair do cargo. Na unidade, foram investigadas fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras.
CGNews