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Clima quente e seco dificulta combate a incêndios no Mato Grosso do Sul

A baixa umidade relativa do ar e as temperaturas elevadas vêm favorecendo o surgimento de focos de incêndios em diferentes regiões do Mato Grosso do Sul, incluindo o Pantanal sul-mato-grossense.

Só nos últimos dias, bombeiros militares, brigadistas e voluntários foram mobilizados para tentar apagar as chamas que se espalham por diferentes áreas de cinco municípios: Água Clara, Bela Vista, Brasilândia, Corumbá e Porto Murtinho.

Segundo o Corpo de Bombeiros, das cinco principais frentes de combate ao fogo, a situação mais crítica é a de Porto Murtinho, onde as chamas já atingiram a terra indígena Kadiwéu e ameaçam avançar sobre propriedades rurais. Na região, os bombeiros se dividiram em quatro frentes para tentar debelar as chamas.

Na semana passada, ao menos oito pontes de madeira foram incineradas entre Porto Murtinho e a cidade vizinha, Corumbá, município sul-mato-grossense com a maior porção territorial de bioma Pantanal e onde, segundo o próprio governo estadual, foram registrados 502 focos de calor entre 1º de janeiro e 25 de julho (contra 2.595 ocorrências registradas no mesmo período de 2020, o maior número registrado desde 2017).

Na quinta-feira (19) o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, disse haver indícios de que os incêndios foram criminosos. “Isso está nas mãos da Polícia de Mato Grosso do Sul. Vamos investigar e buscar os responsáveis”, disse o secretário.

Diretor da organização não governamental (ONG) Instituto Homem Pantaneiro, gestora de áreas protegidas no pantanal sul-mato-grossense, Ângelo Rabelo disse à Agência Brasil que, em algumas regiões do Pantanal menos atingidas pelas queimadas do ano passado, o acúmulo de material orgânico favorece o surgimento de incêndios de grandes proporções.

“Este ano, a situação do Pantanal se apresenta mais crítica em função das condições climáticas ainda mais adversas. Principalmente em regiões como Porto Murtinho, Nabileque [ao sul de Corumbá] e da Serra da Bodoquena, que não foram tão atingidas em 2020, o fogo vem alcançando grande escala”, comentou Rabelo.

Na região do Paraguai Mirim, próxima a Corumbá, equipes estão desde ontem fazendo o rescaldo de parte da área atingida por um grande incêndio que neste domingo começou a ser controlado. Já em Brasilândia, na região Leste do estado, o fogo segue consumindo parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cisalpina, na divisa com o estado de São Paulo. As chamas surgiram na unidade de conservação de responsabilidade da Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp) na última terça-feira (17).

De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o início da atual temporada de incêndios no estado, mais de 445 bombeiros militares foram mobilizados para enfrentar as chamas, além de brigadistas, voluntários, 162 viaturas e 12 aeronaves. “Diariamente são feitas avaliações para traçar as melhores estratégias de combate e ações a serem executadas a fim de preservar o Meio Ambiente”, explica a corporação, em nota.

Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), é possível que, a partir da próxima quarta-feira (25), uma frente fria supere a massa de ar quente e seco, provocando chuvas, refrescando a temperatura e favorecendo, ao menos temporariamente, o trabalho de combate às chamas em parte do estado.

Fonte: Agência Brasil

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