Com leve alta, soja espera números do USDA sobre exportações
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com leve alta na manhã desta quinta-feira (25). O mercado dá continuidade ao ligeiro avanço registrado na sessão anterior, porém, segundo analistas, esses ganhos não são muito consistentes já que não há novos fatores que possam estimular as cotações para o lado positivo da tabela.
Por volta das 7h30 (horário de Brasília), os vencimentos mais negociados subiam entre 3,25 e 4,25 pontos, com o contrato novembro trabalhando a US$ 9,40 por bushel. A posição maio, referência para a safra brasileira, trabalhava a US$ 9,64.
Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de vendas de exportação e os números poderiam trazer alguma movimentação mais expressiva para o mercado. As vendas da safra 2014/15 já passam de 25 milhões de toneladas no acumulado da temporada e a estimativa do departamento é que as exportações do ano comercial, que só termina em 31 de agosto de 2015, sejam de 46,7 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo, no entanto, o mercado segue pressionado pelo avanço da colheita nos Estados Unidos, pelas boas condições de clima e pelos relatos de alta produtividade que chegam ao mercado à medida em que os trabalhos no campo avançam.
Entretanto, os atuais patamares de preços praticados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos não têm estimulado a comercialização e as vendas seguem travadas. Diante dessa menor pressão de oferta, apesar da chegada da nova safra americana, os prêmios no mercado americano – no Golfo do México, portanto – já oscilaram de 20 a 30 pontos para cima essa semana, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Com informações já conhecidas pelos investidores, os futuros da soja, nesta quarta-feira (24), fecharam mais uma sessão com estabilidade na Bolsa de Chicago e oscilações bem pouco expressivas. Durante todo o pregão os principais vencimentos registraram pequenos ganhos que não passaram dos 5 pontos.
Para Bob Burgdorfer, analista de mercado e jornalista do site norte-americano Farm Futures, esse pequeno avanço dos preços foi resultado de um movimento de cobertura de posições e de algumas compras especulativas depois das baixas registradas nos últimos dias.
“A maior parte das notícias sobre a safra dos Estados Unidos é baixista, com clima ideal para o desenvolvimento da colheita no Meio-Oeste norte-americano”, afirma Burgdorfer. As previsões climáticas seguem indicando temnpo quente e seco para as principais regiões produtoras até o início de outubro, o que deverpá ajudar na secagem do milho e da soja e facilitar o andamento dos trabalhos de campo.
“Além disso, os mercados exportadores se mostram mais quietos essa semana, ao contrário do que vimos na semana passada, quando a China comprou mais de 2 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos”, completa o analista.
Nesta quinta-feira (25), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de vendas para exportação e os números poderiam incentivar um movimento mais expressivo do mercado, seja de baixa ou alta para as cotações.
Para Flávio França Junior, consultor de mercado, o mercado da soja, no entanto, mantém seu perfil baixista, o que deve ser intensificado à medida em que avança a colheita nos Estados Unidos. Dessa forma, acredita também, portanto, que os preços podem não ter encontrado suas mínimas ainda.
“O perfil do mercado internacional continua o mesmo, confirmando a possibilidade de os preços recuarem um pouco mais com o andamento da colheita. O mercado não tem força no curto e médio prazo para uma alta expressiva diante dessa avalanche de soja norte-americana”, explica o consultor. “O mercado precisa de um fato novo para subir de forma consistente e as atenções começam a se voltar agora para a definição de área e o plantio na América do Sul”, completa.
Mercado Interno
No mercado interno, o cenário também não apresenta grandes alterações, uma vez que os atuais patamares de preços não incentivam a efetivação de novos negócios. Embora ainda remuneradores, os produtores brasileiros apostam em melhores oportunidades de venda mais adiante, bem como alguns analistas de mercado, e evitam os negócios futuros.
Com isso, a comercialização da safra 2014/15 do Brasil está bastante atrasada em relação a anos anteriores e, de acordo com França Junior, esse é um período que exige do produtor cautela e observação do mercado. Já para os negócios ainda da safra 2013/14, o consultor afirma que é preciso observar os picos de preços que ainda são registrados, o bom avanço da taxa de câmbio e também os prêmios nos portos.
“O produtor precisa ter muita atenção agora à formação de seus custos e não pode abrir mão de tecnologia. Um erro comum é em ano de preços mais baixos haver um corte de custos, mas em anos como esse não pode errar e não pode haver muito risco”, orienta o consultor.
Além disso, é importante ainda que o produtor brasileiro siga observando o andamento da taxa de câmbio e o seu impacto na formação dos preços internos. Depois de bater nos R$ 2,41 na sessão anterior e contribuir para as cotações da soja nos portos e no interior do Brasil, nesta quarta o dólar fechou com baixa de quase 1% frente ao real e terminou o dia a R$ 2,38. O recuo da moeda norte-americana se deu com a maior intervenção do Banco Central no andamento dos negócios.
De acordo com informações da agência Reuters, “a medida do BC deve evitar que a moeda norte-americana continue subindo no mesmo ritmo das últimas semanas, mas não é suficiente para impor uma trajetória de queda mais consistente, já que incertezas eleitorais e internacionais devem continuar pesando sobre o mercado brasileiro”.
Ainda assim, os preços subiram em algumas praças como Não-Me-Toque/RS, com ganho de 0,98% para R$ 51,50/saca, R$ 54,00 em Cascavel/PR, subindo 2,86% e alta de 1,45% para a soja no porto de Paranaguá, onde o dia terminou com o preço valendo R$ 56,00.
Fonte: Notícias Agrícolas