Polícia

Crack está em 84% das cidades de MS; Chapadão do Sul está entre os casos mais graves

O crack está presente em 84,8% dos municípios de Mato Grosso do Sul. Das 79 cidades do Estado, pelo menos 67, incluindo Campo Grande, enfrentam problemas relacionados à droga.

Os dados estão em mapeamento feito pelo Observatório do Crack, da CNM (Confederação Nacional de Municípios), atualizado em tempo real, com informações enviadas pelas prefeituras.

De acordo com o Observatório, em 17 cidades do interior, mais a Capital, o nível dos problemas relacionados ao crack é muito alto. Em outros 38 municípios, o alerta é médio; e, em 11, baixo.

Apenas duas cidades, Juti e Jaraguari, não apresentaram problemas por conta da droga. Outros 10 municípios não enviaram respostas oficiais para que fossem usadas no levantamento.

O nível dos problemas relacionados ao consumo da droga é mais alto nas regiões Leste, Centro e Sul. Mas, não de forma generalizada.

No Sul, por exemplo, a incidência é alta apenas em Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaquiraí, Naviraí, Caarapó, Bela Vista, Coronel Sapucaia e Ponta Porã, as últimas três localizadas na região de fronteira.

Na região Central, Campo Grande e Nova Alvorada do Sul também aparecem com nível alto. Já na região Leste, o ranking mostra Bataguassu, Brasilândia, Água Clara, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul e Costa Rica.

Na região Oeste, do Pantanal, apenas Ladário aparece com alto nível de ameaças da droga.

Pelo relatório, a maioria dos municípios onde a droga tem causado problemas tem mais de 10 mil habitantes. O maior e mais populoso entre eles é a Capital, com 863,9 mil habitantes. Já o menor é Glória de Dourados, com 9,9 mil moradores.

De acordo com Eduardo Stranz, consultor da CNM, a droga continua avançando em municípios menores e rurais, com menos de 7 mil moradores.

Segundo ele, o fato de a maioria dos municípios responder espontaneamente ao questionário indica a gravidade do problema. “São prefeituras que têm a coragem de se expor porque é algo que afeta muito a população. É como um grito de socorro”, disse.

Apesar disso, praticamente nada mudou na política de governo. “Não houve investimento e o recurso que estava previsto em alguns programas sofreu contingenciamento”, ressaltou.

Veja um retrato de como a droga está afetando os municípios sul-mato-grossenses e as principais regiões atingidas

Como resolver – O Campo Grande News questionou a prefeitura de Campo Grande e Glória de Dourados (maior e menor município com nível alto de problemas relacionados ao consumo de crack) sobre a incidência do problema e o que está sendo feito para amenizar a situação.

Na Capital, o poder público respondeu que o município dispõe hoje de três unidades voltadas ao tratamento de dependentes químicos, sendo duas adultas e uma infanto-juvenil, que atende adolescentes até 17 anos. A Capital tem 31 leitos para este tipo de atendimento.

O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD 24 horas) é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas.

Segundo a prefeitura, os CAPS AD 24 horas oferecem atendimento à população, realizam o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Os CAPS também atendem aos usuários em seus momentos de crise, podendo oferecer acolhimento noturno por um período curto de dias. São oferecidos nesta unidade 12 leitos de internação, onde o paciente fica acolhido por até 15 dias.

Caso tenha o acompanhamento familiar, o paciente poderá continuar a fazer o tratamento intensivo na unidade, sendo liberado apenas para dormir em casa.

A UAA (Unidade de Acolhimento Adulto ) – inaugurada em Campo Grande em abril de 2015 – é um serviço da Rede de Atenção Psicossocial que oferece acolhimento transitório às pessoas de ambos os sexos, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.

A unidade localizada na Rua Joaquim Murtinho, número 1.786, centro, funciona como casa onde as pessoas que estão em tratamento nos CAPS têm apoio profissional e podem viver por um período. “Acolhem até 15 adultos por até seis meses, apoiando seus moradores na busca de emprego, estudo e alternativas de moradia. São espaços abertos, de acolhimento sempre voluntário”, informou a prefeitura.

Recentemente, a prefeitura inaugurou o primeiro CAPS Infanto-juvenil, voltado a crianças e adolescentes, com atendimento 24 horas. São oito leitos de internação, sendo quatro masculinos e quatro femininos para atender, principalmente, usuários de drogas e propiciar um tratamento que ocorre através também do acompanhamento familiar.

Ainda conforme a prefeitura, existe ainda um trabalho de abordagem social, chamado ‘Consultório na Rua’. É um programa instituído pela Política Nacional de Atenção Básica. Segundo o município, o ‘Consultório na Rua’ realiza mais de 500 atendimentos mensais em Campo Grande.

CLIQUE AQUI e acesse o mapa completo.

Fonte: CG News

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