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Em semana curta para o mercado, soja opera com estabilidade em Chicago nesta 3ª feira

Na manhã desta terça-feira (25), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com leve alta, subindo entre 2,50 e 3,25 pontos nos principais vencimentos por volta das 7h30 (horário de Brasília).

O mercado procura trabalhar próximo da estabilidade e com oscilações pouco expressivas nessa semana que é mais curta para o mercado internacional. Assim, os investidores procuram se posicionar da melhor forma antes do feriado do Dia de Ação de Graças, que é comemorado nos Estados Unidos nesta quinta-feira, 27 de novembro.

Paralelamente, entre os fundamentos, o mercado observa ainda a finalização da colheita nos Estados Unidos que, segundo o boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegou a 97% até o último domingo (23) e também o comportamento do clima na América do Sul.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja fecha com leve baixa na CBOT, mas sobe em Rio Grande e retoma os R$ 64

Na sessão desta segunda-feira (24) na Bolsa de Chicago, os preços da soja fecharam em campo negativo. O mercado devolveu boa parte das altas registradas na sessão anterior – quando fechou com mais de 17 pontos positivos – e fechou o dia com quedas entre 5,25 e 6,75 pontos entre os principais vencimentos. O contrato janeiro/15 terminou os negócios valendo US$ 10,33, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 10,45 por bushel.

Apesar das perdas registradas em Chicago, a alta do dólar frente ao real também nesta segunda-feira neutralizou parte das perdas registradas na CBOT e conferiu algumas altas para os preços da soja nos portos brasileiros. No terminal de Rio Grande, a cotação do produto com entrega para maio/15 subiu 0,79% para R$ 64,00 e o disponível teva ganho de 1,56% para recuperar os R$ 65,00 por saca. Já o preço no porto de Paranaguá permaneceu estável em R$ 63,00.

No mercado disponível, as cotações não terminaram o dia com uma direção comum. No interior do Paraná, os preços permaneceram estáveis na casa dos R$ 58,00, R$ 57,50 para a região de Não-Me-Toque, no RS, e de R$ 55,00 a R$ 54,00 entre Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis. Já no MS, na região de São Gabriel do Oeste, baixa de mais de 1% a R$ 59,00 por saca, mas ganhos de quase 1% nas regiões de Caarapó – R$ 60,50 – e Dourados – R$ 61,50.

A moeda norte-americana subiu mais de 1% e encerrou o dia a R$ 2,5488 depois de uma sessão bastante volátil, quando chegou a recuar e operar na casa dos R$ 2,50 novamente, registrando a mínima da sessão. “O mercado aproveitou a queda para recomprar (dólares)”, disse o operador de um importante banco nacional, ressaltando que, apesar da perspectiva de mudança na política econômica, a deterioração dos fundamentos macroeconômicos brasileiros sustenta a cautela dos investidores, segundo informou a agência de notícias Reuters.

Bolsa de Chicago

Um dos principais fatores de pressão para as cotações nesse momento é a conclusão da colheita da safra 2014/15 nos Estados Unidos. Ainda nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga um novo boletim semanal de acompanhamento de safras e, de acordo com analistas, o relatório deverá trazer a conclusão da colheita norte-americana e esse é um fator que pesa sobre as cotações nesse momento. Na semana anterior, o índice de área colhida foi reportado em 94%.

E as baixas registradas nessa semana, quando é comemorado o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos na quinta-feira (27), são intensificadas por um movimento sazonal de vendas por parte dos fundos, como explica o consultor de mercado Ênio Fernandes. “Há uma pressão maior de venda nessa semana. Quem comprar ou vender soja na quarta-feira (26) só poderá sair dessa posição na próxima segunda-feira (1º de dezembro). Com isso, eu acredito que esse movimento pode se estender, portanto, por três ou quatro dias e depois passar por uma retomada”, diz.

Para Fernandes, o mercado, apesar dessa pressão da nova safra recorde dos EUA chegando mais efetivamente ao mercado com a conclusão da colheita, ainda pode voltar a buscar os patamares de US$ 10,70 a US$ 10,80 até janeiro, porém, será decisiva o impacto do andamento do clima na América do Sul daqui em diante.

“Ao mesmo tempo em que temos um fator negativo nos Estados Unidos – que é a chegada dessa nova oferta – temos ainda um fator negativo também aqui no Brasil, que são as chuvas, principalmente no Centro-Oeste”, diz o consultor. No entanto, Fernandes afirma ainda que ainda não há uma consolidação dessa nova safra da América do Sul, já que muitos problemas climáticos seguem sendo registrados pelos produtores e um cenário mais real sobre a colheita sul-americana deverá ser conhecido somente em meados de janeiro. “O clima no Rio Grande do Sul, no Centro-Oeste e na Argentina é o que vai dar o direcionamento para os preços”, completa.

Outro fator que pode contribuir para esse suporte para os preços, ainda segundo o consultor, é a postura adotada pelo produtor tanto brasileiro quanto norte-americano de reter suas vendas frente a preços baixos. “Essa profissionalização do produtor rural pode ajudar a dar sustentação às cotações”. Além disso, uma potencialização da demanda com esse mercado mais pressionado poderia ser outro fator altista para os preços.

Nesta segunda-feira, por exemplo, o USDA anunciou a venda de 235 mil toneladas de soja em grão para a China, com embarque na safra 2014/15, além de 174 mil toneladas de farelo para a Tailândia, números que seguem indicando uma força crescente e ainda muito presente da demanda, principalmente por parte da China, no mercado.

Paralelamente, os embarques para exportação também reportados pelo departamento agrícola dos EUA ficaram acima das expectativas. Os embarques semanais somaram 2.784,91 milhões de toneladas na semana que terminou em 20 de novembro e ficaram acima das expectativas. O mercado projetava algo entre 2,45 milhões e 2,72 milhões de toneladas. Porém, o número veio abaixo do registrado na semana anterior de 3.113,31 milhões de toneladas.

No acumulado do ano, porém, o total já é de 19.410,09 milhões de toneladas, volume que é mais de 3 milhões de toneladas maior do que o registrado no mesmo período da temporada 2013/14. A estimativa do USDA para as exportações de todo o ano comercial é de 46,81 milhões de toneladas.

Fonte: Notícias Agrícolas

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