Fundação Chapadão confirma primeiro foco de ferrugem asiática em Chapadão do Sul
A região dos Chapadões é destaque na produção de soja no Brasil e tal fato se deve a medidas integradas no sistema de produção utilizadas na região. A safra 2019/2020 não tem sido diferente e um ponto que chama atenção é a excelente sanidade das lavouras.
Dentre os principais fatores que reduzem a produtividade de soja estão as doenças, com destaque para a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrizi). Trabalhos conduzidos pela Fundação Chapadão mostram que esta doença pode reduzir em até 18,5 sacas/há, conforme mostram os estudos realizados nos últimos 12 anos.
A principal estratégia de controle da ferrugem-asiática é o monitoramento. Para isso a Fundação Chapadão possui um Laboratório de Diagnose de doenças, coordenado pela Pesquisadora Rayane Gabriel da Silva, onde são realizadas centenas de análises com objetivo de identificar a sua incidência na região dos Chapadões. A pesquisadora relata que somente nesta safra já foram analisadas mais de 815 amostras de folhas de soja em toda a região. Ainda segundo a pesquisadora, é importante monitorar a partir da emergência e intensificar o monitoramento próximo ao florescimento ou ao fechamento das ruas de semeadura e/ou à constatação da ferrugem na região, coletando folhas dos terços médio e inferior das plantas e encaminhar ao laboratório.
Trabalhos a campo para validar as estratégias de controle desta doença estão sendo coordenados pelo pesquisador Alfredo Riciere Dias, e um destes trabalhos tem por objetivo validar o monitoramento e simular a realidade do produtor. O pesquisador destaca que dentro da instituição são conduzidas áreas chamadas de “unidade de alerta”, que são lavouras de soja semeada na mesma época e utilizando a mesma cultivar da grande maioria dos produtores, onde não é realizado o controle químico com fungicidas, no intuito de identificar a presença de esporos que causam a ferrugem-asiática. Nesta área, no dia 20/01/2020, a equipe identificou o primeiro foco que foi confirmado pelo laboratório da Fundação Chapadão. E nesta quinta-feira (30) foi constatado o primeiro foco de ferrugem-asiática em lavoura comercial em Chapadão do Sul – MS.
Segundo o pesquisador Alfredo Riciere Dias, o produtor tem feito muito bem o seu dever de casa, utilizando de todas as estratégias de controle possíveis e, por isso, houve um atraso de 45 dias na incidência da doença na região, quando comparada à safra 2018/19.
“Na última semana iniciamos a colheita da soja em áreas de cultivar de ciclo precoce, e com isso passamos a ter maior probabilidade de ocorrência da doença nas lavouras, assim não devemos diminuir o ritmo e sim intensificar a atenção, pois temos regiões (Paraíso das Águas e Cooper) onde o cultivo é mais tarde e necessitam de cuidado” disse o pesquisador.
A Fundação Chapadão, por intermédio de sua equipe de pesquisadores, se coloca à disposição para o esclarecimento de dúvidas.
Engº. Agron. Me. Alfredo Riciere Dias, Pesquisador em Fitopatologia.
Engª. Agron. Mestranda Rayane Gabriel da Silva, Pesquisadora Diagnoses de Doenças e Nematoides.