Tradicionalistas do CTG Cultivando a Tradição, de Chapadão do Sul, aproveitam ao máximo a Semana Farroupilha para vivenciar os costumes e as tradições do gaúcho, especialmente a lida campeira. Tem sido comum nestes dias festivos, antes mesmo do nascer do sol, ver um fogo aceso em frente ao Galpão Crioulo, a chaleira preta ao pé do braseiro e a cuia de chimarrão passando de mão em mão.
De vez em quando alguém pega um pinho e se arrisca a cantarolar alguma canção que faz lembrar do pago sulino e traz o Rio Grande mais pra perto. Outro já faz uns versos de improviso e desafia alguém para uma trova. E assim, entre cantigas, causos e anedotas, o dia amanhece. É hora de um café bem reforçado, feito na cambona preta e com um tição em brasa mergulhado que é pra realçar o aroma e o sabor, bem à moda dos tropeiros.
Desta forma, com esses pequenos gestos, é que o gaúcho revive sua cultura, suas tradições e passa adiante os costumes do seu povo e os mantêm vivos geração após geração.
A Semana Farroupilha, maior festa popular do Rio Grande do Sul, é um período dedicado ao culto às tradições e, como diz a canção:
Enquanto houver um gaúcho…
Sempre haverá gaiteiro criando as melodias
Um violão e um pandeiro seguindo a mesma harmonia
Sempre haverá namoros nascidos nesses galpões
Aonde as almas se encontram juntando dois corações
Enquanto houver um gaúcho…
Sempre haverá churrasco, a canha e o chimarrão
Prazer desfrutado à volta de um velho fogo de chão
Sempre haverá quem goste de um paladar mais forte
Pois se a vida não é doce, não há de ser doce a morte
Enquanto houver um gaúcho…
Sempre haverá campeiros, embora cresçam cidades
E o que não muda no povo é nossa hospitalidade
Sempre haverá o progresso construindo nova história
Mas a alma do Rio Grande vive na nossa memória (Wilson Paim)