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Governo anuncia fim da paralisação, mas caminhoneiros dizem que a greve continua

O acordo decidido na noite desta quinta-feira (25), em Brasília, não garante o fim dos bloqueios, já que o movimento não é liderado por sindicatos. Com influência em mais de cem pontos de paralisação, o Comando Nacional do Transporte não aceitou a oferta do governo e prometeu continuar com a greve. “Nós estamos com lucro zero, aí o governo nos propõe de ficar tendo lucro zero mais seis meses. Eu acho que eles não regulam certo da cabeça. Devem estar com problema. Infelizmente não teve acordo, nós não aceitamos a proposta”, declarou Ivar Schmidt, o principal porta-voz da entidade. Ivar, que dialoga com os representantes regionais do movimento pelo Whatsapp, disse qual foi a orientação enviada aos colegas na noite de quarta: “O recado é claríssimo: o movimento continua.”

Proposta – A proposta do governo aceita pelos sindicatos prevê o congelamento do preço do diesel pelos próximos seis meses, além de duas outras garantias: a primeira é uma carência de 12 meses para os caminhoneiros autônomos ou microempresas que tenham adquirido caminhões por meio de dois programas do governo, o Finame e o Procaminhoneiro. A segunda é a sanção integral da Lei do Caminhoneiro, aprovada pelo Congresso neste mês. A medida atualiza as regras sobre carga de trabalho, horas de descanso e pagamento de pedágios pelos caminhoneiros.

Um dos representantes da categoria que participou da reunião, o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, pediu o fim da greve. “Diante da gravidade que se encontra o país neste momento, nós pedimos a sensibilidade dos caminhoneiros de liberar as rodovias pelas conquistas que tiveram aqui”, disse ele. Apesar da exigência do ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, de que o acordo só será cumprido quando as estradas forem liberadas, Diumar deixou claro que não poderia “garantir que a greve vai acabar”.

A Folha, no entanto, diz que não há certeza no fim da paralisação. Segundo o jornal, o presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, que participou das negociações, afirmou que as entidades presentes à reunião eram favoráveis ao fim do movimento, mas que ele não poderia “garantir que a greve vai acabar”.

Os protestos já vinham causando desabastecimento de alimentos em algumas cidades do país e encarecendo produtos.

“O movimento foi levantado de forma autônoma, independente pelos caminhoneiros. Cabe a eles avaliar as conquistas e o esforço do governo para ver se compensa continuar o movimento.”

O caminhoneiro Odi Antonio Vani, que coordena o movimento em Palmeira das Missões, no oeste do Rio Grande do Sul, diz que as promessas não foram suficientes. Segundo ele, não adianta postergar o pagamento dos empréstimos do financiamento do BNDES porque isso não resolve o problema.

“O que queremos é a redução dos custos do diesel e o aumento do valor do frete.”

 

Governo acredita no fim do movimento

Em Brasília o Governo dá como certo o fim da paralisação. Após negociações que se estenderam por mais de dez horas, o governo e representantes de caminhoneiros anunciaram  terem chegado a um acordo para tentar por fim ao bloqueio das estradas.

Participaram da reunião a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos; o Sindicato Goiânia e Região; o Sinditac RM; Sinditac Goiás; Sinditac Ponta Grossa PR; Sindicato Nacional dos Cegonheiros; Cnttl-Cut; Sinditac SJP-PR; Sinditac SJC e Sinditaque-SP. Além da CNTA, assinaram o acordo com o governo outras nove entidades.

 

Líder de caminhoneiros ataca governo e descarta proposta

O caminhoneiro Ivar Schmidt é o principal porta-voz do Comando Nacional do Transporte, uma entidade sem personalidade jurídica que tem causado dor de cabeça tanto ao governo quanto aos sindicatos que deveriam representar a categoria. Líder do movimento que paralisa estradas em todo o país, ele conversou com a reportagem do site VEJA na noite desta quarta-feira. Minutos antes, Ivar havia deixado uma reunião infrutífera com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, que tomou a frente das negociações sobre o tema.

A audiência só ocorreu por insistência de Ivar. Durante o dia, Rossetto priorizara o diálogo com os sindicatos de caminhoneiros – embora a paralisação tenha sido articulada sem a participação de entidades de classe. O diálogo entre os representantes regionais do movimento se dá por meio das redes sociais e principalmente pelo aplicativo de celular Whatsapp, que permite a troca instantânea de mensagens. Foi por meio do programa que, na noite desta quarta-feira, Ivar orientou os colegas a manterem o bloqueio.

Fonte: Notícias Agrícolas

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