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Mercado vê cenário mundial turbulento e Brasil tem soja com preços recordes para a temporada

O quadro de turbulência na economia mundial, que ganhou força nesta terça-feira (16), pesou sobre as cotações da soja na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa encerraram os negócios com baixas de 14,50 a 16 pontos entre os principais vencimentos.

No Brasil, entretanto, com a disparada do dólar, os preços no mercado de portos chegaram a registrar os recordes da temporada com R$ 66,00 para Paranaguá e R$ 68,30 para Rio Grande, ambos os valores referentes à soja da safra nova. No fechamento, porém, a soja no terminal gaúcho ficou em R$ 67,20 e no paranaense conseguiu manter os R$ 66.

Os prêmios também seguem positivos nos portos e contribuem para a formação atrativa dos preços da soja que ainda está nos campos dos produtores brasileiros. Para janeiro/15, o prêmio é de 85 centavos de dólar sobre o valor praticado na CBOT, 53 cents para março, 31 para abril e 28 para maio/15.

“Mesmo com Chicago fraco, temos visto, o mercado seja no milho ou na soja, indicando preços bem melhores do que se imaginava dois meses atrás”, diz Steve Cachia, consultor de mercado da Cerealpar. “A variação na taxa de câmbio não foi pequena e isso acabou compensando (as perdas na CBOT)”, completa.

Dólar e Petróleo – O dólar disparou não só frente ao real, mas diante da cesta das principais moedas internacionais. No Brasil, a moeda norte-americana fechou o dia com 1,87% de alta a R$ 2,7355, mas na máxima da sessão bateu em R$ 2,76 com ganhos superiores a 2%.

Entre os principais fatores de influência para o dólar está a elevada aversão ao risco que vem sendo observada nos mercados mundiais dado o significativo aumento das taxas de juros na Rússia – que subiram de 10,5 para 17% – o tombo da moeda do país, o rublo, e a continuidade da queda nos preços do petróleo.

Além disso, no Brasil, também há um quadro de incertezas que influenciam a subida da moeda norte-americana. O mercado está atento às ações que serão tomadas pela nova equipe brasileira mas, nem mesmo a informação de que o Banco Central deverá continuar com as operações de leilões de swaps cambiais não foi forte o bastante para conter a alta do dólar.

Ao mesmo tempo, o petróleo também amargou mais um dia de baixas – chegou a perder os US$ 55,00 por barril em Nova York – e o impacto mais severo dessa queda vertiginosa das cotações deverá ser sentido pelos países emergentes, já liderados pela Rússia.

A agência de notícias France Presse, nesta terça, disse que “em busca de novos motores de crescimento, os países emergentes, e alguns deles afetados pelo preço do petróleo, podem ser vítimas indiretas da crise na Rússia e da consequente desconfiança dos mercados”. Para o Valor Econômico a perspectiva também não é boa. “Os mercados emergentes terminarão o ano quase do mesmo jeito que começaram: em queda livre. Da Rússia à Venezuela, da Tailândia ao Brasil, as ações, os bônus e as moedas estão despencando”.

Rússia – No foco do mercado e dos investidores estão as notícias, principalmente, vindas da economia da Rússia. A moeda do país, o rublo, perdeu quase 27% frente ao dólar frente às inseguranças sobre a economia local por conta dos preços do petróleo, o que poderia invabilizar a saúde econômica russa.

Depois que a moeda despencou, o Banco Central da Rússia optou por aumentar em 6,5% a taxa de juros do país para 17% na tentativa de conter baixas ainda mais fortes. O temor dos investidores agora é de que essa medida possa ser tomada por outras economias emergentes, segundo analistas, para tentar segurar a desvalorização de suas divisas. Somente em 2014, o rublo acumula uma baixa e 60%.

Segundo apurou o G1, “o Banco Central explicou nesta madrugada que a alta das taxas de juros é uma tentativa de conter a inflação e a baixa da moeda provocados, em parte, pela drástica queda dos preços do petróleo”. Além disso, de acordo com o que informou a agência de notícias russa Interfax, a autoridade monetária deverá adotar outras medidas como tentativa de estabilizar o mercado financeiro da nação.

Além de toda essa tensão no câmbio, a Rússia informou ainda que irá manter, em 2015, o atual nível de produção de petróleo e que concorda com a mesma avaliação anunciada nas últimas semanas pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de que os mercados de commodities irão se corrigir por conta do própria, segundo o ministro de energia russo Alexander Novak.

Reação do Mercado – Como explica o consultor de mercado da Cerealpar, paralelamente a esse cenário de turbulência e nervosismo no quadro macroeconômico mundial, o mercado da soja ainda observa a situação de oferta – consolidada nos EUA e caminhando bem na América do Sul – e de uma demanda internacional muito forte e agressiva.

Além disso, o mercado vê ainda uma movimentação típica de dezembro, segundo explica Cachia, que é um mês típico de baixas, com um ajuste de posições por parte dos grandes fundos especulativos.

Fonte: Notícias Agrícolas

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