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Morte de PM em Figueirão aumenta estatísticas de suicídio entre policiais

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em especial a 4ª CIPM de Chapadão do Sul, está de luto pela trágica morte de seu ilustre soldado Iago Kammler (26) ocorrida neste domingo (12), no município de Figueirão, onde o policial estava lotado.

Natural de Toledo (PR), Iago estava na Polícia havia apenas 4 anos.

Antes de tirar a própria vida, o policial deixou uma mensagem escrita aos colegas.

“Obrigado por toda ajuda e ensino que me deram todos esses anos, desculpem por minhas falhas e por meus erros. Tudo que eu sempre quis foi fazer a coisa certa e lutar contra a bandidagem. Eu falhei, infelizmente o mal sempre vence. E agora eu só quero ficar em paz. Por favor, continuem lutando contra o mal por mim, espero não ter morrido em vão. Se tiver algum órgão meu que possa ser doado, eu quero que doem. Meu corpo está em casa, a porta está aberta. Minha continência e meu respeito a vocês que foram minha família. Desculpem me despedir assim, mas eu cansei desse mundo”.

O Comando da 4ª CIPM, sediada em Chapadão do Sul, publicou uma nota em que lamenta profundamente o ocorrido.

“Com muita tristeza que comunicamos o falecimento do Policial Militar, SD KAMMLER, lotado no GPM de Figueirão.

Kammler foi um policial militar dedicado, apaixonado pela profissão e destemido. Doou sua vida e seu coração à segurança da sociedade. Sua imagem sempre viverá entre nós, policiais militares.

A 4ª Companhia Independente de Polícia Militar externa as mais sinceras condolências à família e aos amigos, e roga a Deus que conforte a todos nesse momento de dor, bem como se coloca à disposição dos familiares”.

 

Policiais em perigo

Uma matéria da revista Exame, publicada em setembro do ano passado, diz que no Brasil o número de policiais que tiram a própria vida é maior do que a quantidade que morre em confronto com bandidos.

Para especialistas, diz a matéria, o volume de suicídios acende um alerta sobre a necessidade de as corporações prestarem melhor assistência à saúde mental dos seus agentes.

O estresse inerente à função policial e conflitos institucionais, como assédio moral, foram apontados pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo como fatores que podem contribuir para essas mortes.

Segundo o estudo paulista, oito fatores que, em conjunto, podem contribuir para esses casos.

São eles: falta de suporte de serviço de saúde mental, depressão, conflitos institucionais, conflitos familiares e problemas financeiros, isolamento social, rigidez e introspecção, subnotificação de tentativas de suicídio, e fácil acesso à arma.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a distúrbios mentais e, portanto, podem ser evitados com o tratamento certo.

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