Os investimentos previstos no setor de florestas em Mato Grosso do Sul vão tornar o Estado o primeiro do ranking nacional de produção de celulose já a partir de 2017. Essa projeção foi reforçada por Beatriz Milliet, diretora de Relações Governamentais e Institucionais da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) na palestra “Panorama da Indústria de Árvore Plantada”, ministrada na noite desta segunda-feira (15) no seminário “Panorama do Setor Florestal Mundial, Brasileiro e Sul-Mato-Grossense”.
“Nós vemos o Mato Grosso do Sul com uma vocação muito forte para o eucalipto, pois tem condições geográficas e climáticas favoráveis, além de políticas para atração de investimentos do setor que nos levam a essa projeção realista de que o Estado já será, a partir do próximo ano, o maior produtor de celulose no país. Além disso, até o ano de 2020, Mato Grosso do Sul vai atrair 64% de todo o investimento privado previsto pelo setor no Brasil, o que demonstra e referenda essa vocação para florestas plantadas”, afirmou Beatriz Milliet.
O seminário foi aberto pelo governador Reinaldo Azambuja, que falou sobre as propostas do governo do Estado para solucionar os gargalos logísticos e tornar Mato Grosso do Sul mais competitivo. Uma das frentes é a negociação para a retomada da ferrovia. “Com ela vamos ganhar potencial e teremos mais competitividade. A perenização da Hidrovia Paraná-Tietê também é um avanço logístico para o setor florestal do Estado”, disse.
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, ministrou a palestra “Cluster Florestal Sustentável” e apresentou os dados regionais das florestas plantadas, bem como as ações do governo do Estado, realizadas por meio da Semade e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) para o crescimento do setor. “A celulose já está consolidada no Estado. Temos os principais players mundiais, Fibria e Eldorado, com investimentos de R$ 15 bilhões na ampliação de suas unidades em Três Lagoas. Além disso, temos uma área planta de eucalipto já próxima de 1 milhão de hectares. Já captamos investimentos no setor de móveis, biomassa e agora trabalhamos para atrair outros empreendimentos que utilizem essas florestas plantadas”, comentou.
O evento foi realizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade), em parceria com a Fiems, Ibá, Reflore-MS, Sinpacems e Famasul.
Panorama do setor
Mato Grosso do Sul conta atualmente com 920 mil hectares de plantação de eucalipto. A projeção da Reflore-MS e Famasul é de que o Estado chegue a 1 milhão de hectares até o fim do ano – nos últimos 10 anos o crescimento médio da área plantada de florestas em Mato Grosso do Sul foi de 22%, segundo o Ibá. Com esse patamar de produção, segundo a diretora do Ibá, Beatriz Milliet, “os investimentos previstos para o Mato Grosso do Sul permitirão ao Brasil se manter como 2° maior produtor mundial de celulose em 2017. Além disso, a participação nas exportações do setor mais que dobrará a partir de 2018, de 16,5% para 35%”.
De acordo com o Engenheiro Florestal Moacir Reis, diretor da Reflore-MS, apesar do crescimento do plantio, a estrutura dos municípios que abrigam o setor, como Três Lagoas e região, não têm suportado a demanda. E para dar continuidade ao desenvolvimento do mercado, é preciso investimentos. “A duplicação da BR-262 é essencial, a colheita precisa chegar até a fábrica”, apontou.
Em sua palestra, o secretário Jaime Verruck apontou que Mato Grosso do Sul atualmente é o segundo Estado do país em área de eucalipto. “A área plantada cresceu de 47% nos últimos 3 anos. Temos uma produtividade média de 39 metros cúbicos por hectare e 500 mil hectares de florestas certificadas . Para o ano que vem, a previsão é de que, além da ampliação do eucalipto, nós tenhamos 12 mil hectares de pinus e 30 mil hectares de seringueira”, informou.
O titular da Semade ressaltou também a importância da biomassa para o setor de florestas. “Temos hoje 13 projetos de termoelétrica de biomassa e eucalipto e uma usina já em implantação em Mato Grosso do Sul. No ranking nacional, o Estado é o 3º, com 10,1% da capacidade total do Brasil”, afirmou. “O futuro já está definido para o Estado. Temos de focar em parcerias público-privadas e aproveitar o conjunto de fatores favoráveis que dispomos, como o clima, mecanização, hidrografia e legislação”, finalizou.
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