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Na CBOT, mercado tem dia de ligeiras altas e jan/16 retoma nível dos US$ 8,60/bu

Na Bolsa de Chicago (CBOT), a sessão desta terça-feira (17) foi ligeiramente positiva aos preços da soja. As principais posições da oleaginosa fecharam o dia com ganhos entre 3,75 e 4,50 pontos e consolidaram o 2º dia consecutivo de leves altas. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,64 por bushel, depois de ter iniciado o pregão a US$ 8,61 por bushel.

De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, os preços permanecem trabalhando de maneira bastante técnica, no intervalo de US$ 8,50 a US$ 8,65 por bushel. “Hoje, temos um movimento de compra de posições vendidas no caso da soja e do milho”, explica Paul Georgy, CEO da Allendale em entrevista ao site AgWeb.

Por um lado, os produtores finalizaram a colheita da soja nos Estados Unidos, com expectativa de uma safra ao redor de 108,35 milhões de toneladas para essa temporada, conforme última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). “E em meio aos preços mais baixos, os produtores americanos já estão conformados de que não irão conseguir vender a soja com uma margem de lucros. A safra já está nos armazéns e os agricultores esperam as nevascas nos próximos dias. Com isso, estamos caminhando para um final de ano antecipado, com mercado técnico”, explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Frente a esse cenário, os participantes do mercado acompanham as informações vindas do lado da demanda. Contudo, o consultor ainda sinaliza que, os compradores chineses adquiriram bons volumes de soja do Brasil ao longo do ano. “Temos nesse momento, centenas de navios chegando à China e o país não tem necessidade de grandes compras. Os compradores estão atuando pouco no mercado e deixando para comprar o grão mais adiante e não carregar armazenamento”, completa.

Do mesmo modo, a evolução da safra no Brasil continua no radar dos investidores. Até o momento, cerca de 60% da área projetada para essa temporada já foi cultivada, porém, alguns estados ainda enfrentam dificuldades com o clima bastante irregular.

Inclusive, nesta terça-feira, um dos mais respeitados consultores agrícolas do mundo, Michael Cordonnier, manteve a projeção para a safra brasileira de soja em 100 milhões de toneladas. Entretanto, o especialista não descartou perdas de agora em diante frente ao clima adverso em algumas localidades.

“Em áreas isoladas de Mato Grosso, menos da metade da soja foi plantada quando normalmente, a semeadura deveria estar caminhando para o final. Algumas regiões terão que ser replantadas devido à má germinação. Os produtores relatam que a falta de chuvas em algumas localidades chega a 15/20 dias e as temperaturas em torno de 40ºC”, afirma Cordonnier.

No caso da Argentina, o consultor estima a produção em 58 milhões de toneladas de soja nesta safra. “O tempo na Argentina tem sido geralmente bom para o plantio, embora tenha ficado um pouco mais seco nas localidades do sul e ocidentais. O cultivo da soja precoce também foi retardado devido às temperaturas mais frias do que o normal. A perspectiva é que haja um bom avanço com os trabalhos da soja, uma vez que o milho já está praticamente plantado”, explica.

“A eleição do segundo turno presidencial na Argentina é importante, pois ambos os candidatos prometem reduzir as retenciones, o que tornaria o país mais competitivo. A eleição acontece no próximo dia 22 de novembro”, afirma Motter.

Mercado interno

Apesar da ligeira queda no câmbio, as cotações da soja no Porto de Paranaguá subiram nesta terça-feira (17). A saca disponível fechou o dia a R$ 81,50, com leve alta de 0,62%. Já a cotação futura, saca para entrega em maio/16, encerrou a R$ 74,00 e ganho de 1,37%. Em Rio Grande, a soja disponível terminou o dia a R$ 81,00, já para a cotação futura não houve indicação.

Por sua vez, a moeda norte-americana finalizou a sessão a R$ 3,8170 na venda, com perda de 0,04%. Ainda segundo dados da agência Reuters, o movimento é decorrente da cautela por parte dos investidores em meio às votações no Congresso relacionadas ao ajuste fiscal e depois do Banco Central reforçar a sua intervenção no mercado ao ofertar dólares com compromisso de recompra.

Os analistas ainda ressaltam que, nesse instante, os produtores rurais brasileiros estão mais focados nos trabalhos nos campos. “Quase não temos mais negócios para soja e milho. Os produtores estão fora do mercado, atentos ao plantio e ao tratamento das lavouras. Os agricultores buscam melhor produtividade, pois os dados indicam que ainda temos um El Niño bastante forte pela frente. Cenário que poderia ocasionar problemas climáticos, especialmente na Argentina e mudar a figura de um mercado baixista”, pondera Brandalizze.

Fonte: Notícias Agrícolas

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