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Organização criminosa de policiais militares facilitava contrabando em Mato Grosso do Sul

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público Estadual, confirmou que os policiais militares investigados em inquérito fazem parte de uma organização criminosa estruturada para facilitar o contrabando principalmente de cigarros em Mato Grosso do Sul.

Na operação deflagrada nesta quarta-feira (16), foram necessários 125 policiais militares e nove promotores de Justiça para cumprimento de 20 mandados de prisão de prisão preventiva (sem prazo) e 45 de busca e apreensão. O Juízo da Auditoria Militar também expediu um mandado prisão temporária (prazo de 5 dias), mas ele não foi cumprido.

Os integrantes da ação, batizada de Oiketicus, foi distribuída em 16 cidades e foram vistoriadas residências dos policiais militares, entre eles dois oficiais, bem como companhias e bases da própria Polícia Militar.

A Corregedoria da corporação atuou em conjunto na operação, que não conseguiu cumprir o mandado de prisão temporária. As buscas e prisões aconteceram em Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá

“As investigações correm no âmbito do Gaeco e visam o desbaratamento de organização criminosa composta por policiais militares que atuam, primordialmente, na facilitação do contrabando de cigarros. Dentre os policiais militares presos estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande”, informou o Gaeco, por meio de nota.

Conforme apurado pela reportagem, como nem todos os mandados foram cumpridos, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não iria pronunciar-se oficialmente.

O comandante-geral da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, afirmou em rápida entrevista ao Portal Correio do Estado que a corporação também investiga casos suspeitos de corrupção por meio da Corregedoria. “Quero reforçar que a Polícia Militar está atuando em conjunto com o Gaeco”, declarou.

 

ALTO COMANDO

As prisões realizadas envolveram dois tenentes-coronéis, comandantes de unidades no interior do Estado. Na cidade de Maracaju também estaria outro PM, este seria cabo, envolvido diretamente na cobrança de propina de contrabandistas de cigarro. Esse policial chegou a receber a honraria Medalha Tiradentes, em 21 de abril de 2016.

Em dezembro de 2017, o Gaeco fez flagrante de dois policiais militares cobrando propina. Eles exigiam R$ 150 mil para liberar um caminhão carregado com cigarro vindo do Paraguai. Com eles, ainda estavam envolvidos outros cinco PMs.

Foram denunciados, na ocasião, o terceiro sargento Alex Duarte Aguir, os cabos Rafael Marques da Costa, Eduardo Torres de Arruda, João Nilson Cavanha Vilalva e Felipe Fernandes Alves, além dos soldados Lucas Silva de Moraes e Walgnei Pereira Garcia.

 

NOME DA OPERAÇÃO

A ação do Gaeco foi batizada de Oiketicus em alusão às lagartas desta espécie que constroem uma estrutura com seda e fragmentos vegetais, com o formato semelhante a um “cigarro” alongado, e serve para a sua proteção. O “cigarro” vai sendo ampliado com o crescimento do inseto.

Fonte: Correio do Estado

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