Uma quadrilha especializada no furto de gados foi presa em Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande, ao deixar uma fazenda com duas carretas carregadas de animais da propriedade. O grupo identificado pelo GARRAS (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) é responsável por pelo menos duas ações no Estado.
Genivaldo José de Almeida (42), Edvaldo Ortiz (49), Simão Oliveira da Costa (26), Marcelo Gomes da Silva (24) Nilo Cunha (54) a e Sérgio Luís de Barros (45) foram presos em flagrante na madrugada de domingo para segunda-feira (9).
De acordo com o delegado Fábio Peró, a primeira denúncia envolvendo a quadrilha aconteceu em janeiro deste ano. Na data, foram furtadas 50 cabeças de gado de uma fazenda em Ribas do Rio Pardo. As investigações levaram a polícia a um depósito clandestino em Rancharia, no Estado de São Paulo, onde 34 animais foram recuperados.
As investigações continuaram e na semana passada, denúncias de que um novo furto aconteceria em Bandeirantes chegaram aos policiais da especializada. Equipes do setor de combate ao abigeato da delegacia foram ao município e montaram barreira em uma estrada vicinal, próximo a fazenda alvo dos bandidos.
Os policiais viram o momento em que os suspeitos chegaram ao local com uma caminhonete Hilux branca e duas carretas. “De onde a equipe estava ela ouviu os peões gritando para o gado e o rebanho entrando nas carretas”, relatou o delegado.
Uma barreira foi montada na estrada, assim que os veículos deixaram a fazenda, e os suspeitos abordados. Segundo Peró, os motoristas tentaram fugir, mas acabaram presos em flagrante pelo crime.
Estrutura e organização – Conforme Peró, cada integrante da quadrilha possuía uma função definida na organização. Simão e Marcelo faziam o serviço de peões, Sérgio e Nilo, os motoristas das carretas, e Genivaldo, o chefe do grupo. Edvaldo, segundo a polícia, era o corretor, ou seja, o responsável por negociar o gado furtado.
“Eles mudavam os motoristas e os peões para tentar descaracterizar o crime de organização criminosa, mas como cada um tinha sua função muito específica, por mais que eles cometessem o crime somente uma vez, todos vão responder”, detalhou o delegado.
Peró explicou que após os furtos, os animais eram levados para depósitos clandestinos, ou arrendamentos feitos geralmente em nome de Edvaldo. Com o gado “escondido”, a quadrilha providenciava notas fiscais novas e revendia o rebanho para fazendeiros e frigoríficos por valores muito abaixo do mercado.
Até o momento, o Garras já apontou a quadrilha como responsável por outros dois furtos, um deles na mesma fazenda em que os suspeitos foram flagrados neste fim de semana. Na data, os bandidos levaram 20 cabeças de gado. “Estamos investigando furtos em Camapuã, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste e Ribas do Rio Pardo, que podem ter sido cometidos pelos mesmos suspeitos”.
Durante as ações, os policiais ainda encontraram uma espingarda calibre 24 na casa de Simão, que foi indiciado por porte ilegal de arma. Ele e o resto da quadrilha vão responder por organização criminosa, furto qualificado e desobediência.
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