Região dos Chapadões desenvolve manejo biológico em soja
A região dos Chapadões (Chapadão do Sul, Costa Rica, Paraiso das Águas, no MS, e Chapadão do Céu em GO) é conhecida no ‘Agro’ em função da utilização das tecnologias e considerada por muitos como a porta da região do cerrado no Brasil.
As produtividades normalmente superam as médias brasileiras nas culturas de algodão, soja e milho, além de se destacar na integração lavoura/pecuária e culturas como cana-de-açúcar e feijão.
Toda esta produtividade é construída pelo capricho e zelo dos produtores com suas lavouras e da utilização de muita tecnologia advinda de várias empresas do setor.
Uma tecnologia já utilizada no passado com grande êxito em alguns estados e atualmente voltando a ser pesquisada e melhor trabalhada com grandes avanços é o controle biológico de pragas.
A Fundação Chapadão tem trabalhado com diversas empresas no setor de biológicos, e muitos resultados positivos têm sido descobertos. Vários experimentos no controle de lagartas, mosca-branca e cigarrinhas vêm sendo conduzidos. Além dos experimentos, uma área de pouco mais de 100 hectares vem sido conduzida na Fazenda Rancho Ideal, de propriedade de Maria Otília Zardo, somente com a utilização de biológicos no controle das lagartas.
Estas pragas podem levar a prejuízos superiores a 50% na produtividade e para o manejo na região são utilizados diversos inseticidas químicos para o controle das mesmas. Na área, até o final de janeiro, foram utilizadas somente aplicações dos biológicos à base de Bacillus thuringiensis e vírus específicos às diversas lagartas ocorrentes. O posicionamento das estratégias de manejo tem sido baseado no monitoramento com a utilização de programas que georeferenciam os locais. Com estes pontos o monitor pode voltar próximo do mesmo local já amostrado e desta forma avaliar a diminuição ou aumento populacional.
O pesquisador Germison Tomquelski, da Fundação Chapadão, relata que esta área é uma das maiores no Brasil com este tipo de acompanhamento e com a utilização somente de biológicos. A complexidade da mesma é superior a uma área com utilização de químicos. Germison define que o desafio é instigante, e deve-se considerar que a ferramenta pode proporcionar um menor impacto para o meio ambiente, preservando inimigos naturais – “É diferente, temos desfolha, e o produtor precisa entender isto, porém, é uma necessidade, haja visto a dificuldade que temos de lançar novos produtos, eficiências das diversas estratégias, e podemos progredir interagindo o químico com o biológico e talvez chegar na plenitude do manejo integrado de pragas, mas já é um grande avanço”.
O trabalho é fruto de uma parceria com a empresa AgBitech, onde a mesma trouxe diversos pesquisadores dos EUA e Austrália, a fim de observar a performance das ferramentas, além da parceria com a produtora que acreditou no sistema de manejo.
A Fundação Chapadão apresenta programas de monitoramento de pragas que podem auxiliar o produtor a melhorar o seu manejo. Para mais detalhes, os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão à disposição. O telefone para contato é (67)3562-2032.
Fonte: Equipe Pragas e Plantas Daninhas – Fundação Chapadão