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Safra de soja tem queda de mais de 21% na produtividade em Mato Grosso do Sul

As lavouras de soja ocupam 4,2 milhões de hectares de Mato Grosso Sul.  Do total produzido, pouco mais de 70% vão para a exportação. Os principais mercados consumidores do grão são a China (68%) e a Argentina com (23%). O Estado ocupa a quarta posição no cenário nacional de produção da proteína.

Na safra 2023/2024, Mato Grosso do Sul expandiu sua área de soja (4,2 milhões) em 5,2% em comparação com o ciclo anterior. No entanto, a produtividade foi de 48,84 sc/ha, uma redução de 21,8%. A produção resultante foi de 12,3 milhões de toneladas, uma retração de 17,7%.

Para o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc, toda a sociedade perde quando a produção no campo cai. “Olhando pelo aspecto financeiro do produtor do nosso Estado, em comparação com a safra anterior, haverá uma diminuição aproximada em seu fluxo de caixa na ordem de 11 milhões de reais a menos, comprometendo sensivelmente sua capacidade de fazer frente a todos os seus compromissos, pois quando a agricultura enfraquece, todos os ramos da economia sofrem com a queda da colheita”, reflete.

“Este ano, a área de soja atingiu um novo recorde, continuando sua tendência de crescimento constante. No entanto, a seca deste ano prejudicou a produção, que poderia ter mantido a média de crescimento dos últimos 10 anos de 6,8%”, relata o coordenador técnico da Aprosoja MS, Gabriel Balta.

De acordo com dados do projeto Siga/MS, executado pela Aprosoja/MS, a produtividade inicialmente projetada era de 54 sc/ha. Contudo, após uma revisão em abril, a produtividade foi reajustada para 50,5 sc/ha. Isso representa uma redução de 9,6% em relação à projeção inicial. A produtividade final de 48,84 sc/ha é a terceira pior nos últimos 10 anos.

“É importante lembrar que, apesar desses números, os avanços na tecnologia de cultivares e no setor como um todo têm sido enormes. Portanto, o impacto dessas reduções é ainda mais significativo”.

Em relação à produção total, houve uma redução na estimativa inicial de 1,47 milhão de toneladas, ou seja, uma queda de 10,6%. Ao analisar o histórico dos últimos 10 anos, fica evidente que perdemos uma grande eficiência no cultivo da soja.

De acordo com o analista econômico da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, para evitar perdas na comercialização dos grãos, devido a uma baixa nos preços, uma das estratégias que têm sido adotadas pelos agricultores é o carrego de estoques para comercialização futura. “Essa prática visa tirar vantagem dos momentos mais favoráveis através da armazenagem do grão para ser comercializado em períodos mais propícios, quando os preços estiverem maiores. A tomada de decisão nessa estratégia requer uma análise cuidadosa das condições de mercado, incluindo preços futuros e prêmios oferecidos. Outra análise que deve ser feita também é a de capacidade estática de armazenagem, visto que existe um déficit na capacidade de armazenagem de grãos que pode, inclusive, impactar de forma negativa no preço, trazendo perdas ao invés de ganhos na comercialização. É preciso estar atento também à situação climática do país, visto que catástrofes podem impactar na oferta de grãos. Essa análise deve sempre levar em consideração o efeito da demanda interna e externa, visto que elas podem influenciar no preço da soja”.

Ranking

Os cinco municípios que lideram o ranking de produtividade nesta safra são Alcinópolis (75,5 sc/ha); Costa Rica (74,53 sc/ha); Chapadão do Sul  (71,81 sc/ha);  São Gabriel do Oeste (64,57 sc/ha) e Sonora (59,79 sc/ha).

Levantamento dos dados

Os dados foram levantados pela equipe técnica da Aprosoja/MS, e envolveu um processo detalhado e meticuloso. Foram amostradas 1.905 propriedades, abrangendo uma área total de 1,459 milhão de hectares. Para determinar a área cultivada, foi realizado o georreferenciamento das culturas no campo, cobrindo extensas áreas. Nesta safra, foram percorridos 29.037 quilômetros e coletados 26.529 pontos de GPS.

Após este levantamento, as informações foram corroboradas com imagens de satélite para finalizar o trabalho de sensoriamento. Este processo resultou na determinação da área plantada em nível estadual.

Este método de coleta de dados, que combina o trabalho de campo com a tecnologia de sensoriamento remoto, permite uma avaliação precisa e confiável da área de soja.

Texto: Crislaine Oliveira (Assessoria de Comunicação da Aprosoja/MS)

Foto: Arquivo da Aprosoja/MS

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