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Soja: Apesar da semana negativa na CBOT, preços estáveis no Brasil

images (1)O mercado internacional da soja fechou a semana com os menores preços em quatro anos na Bolsa de Chicago. Nesta sexta-feira (19), os futuros da oleaginosa terminaram o dia perdendo mais de 14 pontos nas posições mais negociadas. Em relação à última segunda-feira (15), o recuo do vencimento novembro/14, referência para a safra norte-americana, foi de 3,24%, e o valor ficou em US$ 9,57 por bushel. Já o contrato março/15, em uma semana, caiu 4,01% e fechou em US$ 9,72.

Referências menores em Chicago resultaram em um mercado pressionado em algumas praças do Brasil também . No porto de Rio Grande, por exemplo, a semana fechou com a soja a R$ 56,70 por saca, registrando uma baixa de 2,24%. Por outro lado, em Paranaguá, os preços subiram 1,80% e terminaram a sexta em R$ 56,50, frente aos R$ 55,50 da última segunda-feira. No interior do país, as cotações apresentaram estabilidade, variando, em média, de R$ 52,00 a R$ 54,00.

No mercado interno, o produtor brasileiro conta com algum suporte para os preços vindo de um dólar mais valorizado, frente ao real e com prêmios positivos sendo pagos nos portos.

Paralelamente, a comercialização ainda se mostra em ritmo bastante lento, com novas vendas quase inexistentes nesse momento. Dessa forma, uma menor pressão da oferta ajuda a dar algum suporte às cotações, segundo explicam analistas. “Temos um excesso de produção, mas não de oferta”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Nesta sexta, o dólar registrou mais um dia de altas e fechou no maior nível desde fevereiro. A moeda norte-americana fechou valendo R$ 2,37, subindo 0,33%. Na semana, os ganhos somam 1,61% e, no mês, alta acumulada é de 5,97%. Nos portos, o prêmio para a soja novembro/14 é de US$ 2,30 por bushel sobre o valor praticado em Chicago.

“A primeira coisa é o produtor não se assustar com esse mercado para poder fazer um bom planejamento”, orienta o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. Além disso, é importante o produtor evitar ainda o período de concentração dos embarques – que vai de fevereiro a junho – para garantir algumas vendas. “Outra dica é, se possível, contratar os prêmios agora (que seguem positivos)”, completa.

Pressão em Chicago

Sem novidades que possam trazer fôlego ao mercado, as boas perspectivas para a nova safra dos Estados Unidos e ainda favorável quadro climático seguem como principal fator de pressão para as cotações. E essa é a tendência, segundo explicam analistas, por pelo menos um intervalo de 4 a 5 semanas.

Esse recuo dos preços poderia se agravar ao passo em que a colheita avança no Meio Oeste americano e a entrada efetiva de produto dessa nova temporada se aproxima. De acordo com o operador de mercado da NewAgro Commodities Gean Kuhn, estima-se que 2% da área cultivada com a oleaginosa já tenha sido colhida.

Para Brandalizze, esse mercado deve permanecer frágil e pressionado pelo menos até que cerca de 80 a 90% da área de soja norte-americana já estejam colhidos, ou seja, até o final de outubro, caso tudo continue ocorrendo normalmente em solo americano.

Ainda segundo Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, essa deve ser uma tendência para os preços, já que o mercado mantém suas atenções voltadas para as informações de oferta, mesmo com boas notícias chegando do lado da demanda.

“Agora, esse é um mercado frágil e que ainda olha muito para a situação de clima, e como para os próximos 5 a 7 dias não são esperados problemas climáticos, o mercado continua pressionado, mesmo tendo demanda”, diz.

Nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a quarta venda de soja da semana para a China, nesse caso com um volume de 1,236 milhão de toneladas com entrega na temporada 2014/15.

Na última segunda-feira (15), os chineses compraram 118 mil, 620 mil na quarta e 110 mil ontem. De acordo com os últimos números do USDA, a nação asiática já adquiriu da nova safra norte-americana até agora 13,82 milhões de toneladas, contra 15,03 milhões do mesmo período da temporada anterior.

Demanda 

Ainda de acordo com Carlos Cogo, a demanda continua sendo observada como um fator que pode equilibrar os preços e trazer melhores níveis mais adiante, dado seu crescimento e força que vêm sendo observados. Já foram vendidas da nova safra dos EUA mais de 25 milhões de toneladas de soja, enquanto que, no mesmo período do ano anterior, esse número não chegava a 23 milhões.

“Ou seja, o preço baixo atraiu compradores e isso vai ser um pilar para formar um piso para o preço. A medida que tivermos uma grande safra na América do Sul e os compradores tiverem uma soja brasileira ou argentina, isso pode pressionar os preços no longo prazo”, diz o consultor.

Fonte: Notícias Agrícolas

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