Soja caminha de lado nesta manhã de 3ª feira em Chicago após rally de altas na sessão anterior
Nesta manhã de terça-feira (5), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago caminham de lado e com movimentações limitadas. Por volta das 7h20 (horário de Brasília), em um leve movimento de realização de lucros depois das fortes altas do dia anterior, os principais vencimentos recuavam pouco mais de 0,50 ponto, com o julho/15 – o vencimento mais negociado nesse momento – valendo US$ 9,75 por bushel.
O mercado internacional vem atuando com a influência de fatores pontuais e ainda sustentado pela boa demanda mundial não só pela soja em grãos, mas também pelos seus subprodutos, principalmente o óleo neste início de semana. “Temos ouvido que a China aumentou seu apetite por óleo de soje e isso deu força ao mercado também de grãos”, disse o corretor da Risk Management Associates, Bill Gentry à agência internacional Reuters.
Paralelamente, o mercado observa ainda o desenvolvimento da nova safra norte-americana e o comportamento do clima no Meio-Oeste do país, principal região produtora de grãos dos EUA. De acordo com o boletim de acompanhamento de safras divulgado nesta segunda (4) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o plantio da soja já foi concluído em 13% da área, apresentando uma boa evolução em relação à última semana, quando apenas 2% da área já havia sido semeada. O número fica ainda acima da média dos últimos cinco anos, que é de 9%.
E as últimas previsões climáticas seguem indicando um cenário favorável para esse início da nova safra norte-americana, sem apresentar, por enquanto, qualquer novidade ou preocupação excessiva.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Os futuros da soja fecharam a sessão desta segunda-feira (4) com fortes altas na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas encerraram o dia com altas entre 9 e 14,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato julho/15, o mais negociado nesse momento, ficou em US$ 9,77 por bushel, subindo 12,50 pontos. Os mercados do óleo e do farelo de soja acompanharam o avanço e também encerraram o pregão em campo positivo.
Ao lado de boas altas registradas em Chicago nesta segunda-feira, o mercado da soja no Brasil foi favorecido ainda pelo bom avanço registrado pelo dólar frente ao real. A moeda norte-americana encerrou o dia com ganhos de mais de 2% e terminou os negócios acima dos R$ 3,00 novamente.
Com isso, os preços nos portos de Santos e Rio Grande, por exemplo, voltaram para a casa dos R$ 70,00 por saca e estimularam os produtores a negociarem bons volumes de soja neste início de semana, ainda segundo explicou Vlamir Brandalizze.
No terminal gaúcho, o preço da soja disponível encerrou a segunda-feira com R$ 70,20 por saca e alta de 2,63%, já o valor para entrega maio/16 subiu 2,21% para R$ 74,00. Em Paranaguá, o preço se manteve estável em R$ 69,00.
Com isso, os preços no interior do país também se tornam mais atrativos e o sojicultor, de acordo com o consultor, volta à ponta vendedora do mercado. “Entre portos e interior, nesta segunda, as vendas chegaram a 1 milhão de toneladas”, diz.
Altas em Chicago
O mercado internacional da oleaginosa iniciou uma nova semana e o mês de maio com fôlego renovado e os compradores, principalmente os internacionais, ainda mais ávidos por soja, segundo explicam analistas. “O mercado está animado nesse início de semana, os fundos voltaram à ponta compradora e a demanda é o principal fator de estímulo aos preços”, explica Vlamir Brandalizze.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, o volume de soja comprometido para as exportações já excedeu a última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Enquanto o departamento estimava vendas de 48,72 milhões de toneladas na safra 2014/15 – que só termina em 31 de agosto deste ano – as vendas já passam de 49 milhões.
Além disso, os embarques norte-americanos de soja também estão aquecidos e, no acumulado da temporada, já superam largamente o registrado no mesmo período do ano safra anterior. Na semana que terminou em 30 de abril, os EUA embarcaram 172,066 mil toneladas de soja, contra 311,866 mil da semana anterior. As expectativas dos traders, porém, variavam entre 0 e 110 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, o total já é de 45.974,824 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado esse número era de 41.454,078 milhões de toneladas.
Assim, tanto nos Estados Unidos, quanto nas outras principais origens como Brasil e Argentina, as vendas estão acontecendo em um ritmo um pouco mais lento dado a postura dos produtores de segurarem mais sua soja apostando em melhores oportunidades de comercialização um pouco mais adiante. “E nos EUA, quase não há mais oferta disponível para exportação”, explica Brandalizze. No Brasil, porém, a semana começou com certa força dado, principalmente, os ganhos do dólar.
A situação é ainda mais forte na Argentina, onde a instabilidade econômica e a incerteza política desestimula ainda mais os produtores a entregarem sua soja nos atuais patamares de preços. A desvalorização da moeda local complemente o quadro desfavorável. E a Bolsa de Cereais da Argentina revisou sua previsão para a safra de soja do país com um volume que pode chegar a 60 milhões de toneladas. A colheita já está concluída em pouco mais de 60% da área no país.
Nova safra dos EUA
Paralelamente, o mercado observa, mas ainda sem dispensar muita atenção ao quadro – o desenvolvimento da nova safra norte-americana. O plantio se desenvolve em um ritmo um pouco mais lento do que o registrado na média dos últimos cinco anos, porém, sem apresentar qualquer atraso muito significativo.
Para Vlamir Brandalizze, essas informações devem ganhar um peso maior mais adiante, a medida em que as lavouras apresentarem um estágio de desenvolvimento mais adiante.
Nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim de acompanhamento de safras, após o fechamento do mercado, às 17h (horário de Brasília). No último reporte, o departamento informou que, até o dia 26 de abril, a semeadura da oleaginosa estava concluída em 2%.
Fonte: Notícias Agrícolas