Soja: Em Chicago, mercado opera sem direção e aguarda números do boletim do USDA
As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam sem direção definida na manhã desta terça-feira (10). As principais posições da oleaginosa exibiam leves ganhos entre 0,25 e 0,5 pontos, por volta das 7h59 (horário de Brasília). Já o vencimento maio/16 era cotado a US$ 8,72 por bushel, com queda de 0,25 pontos.
O mercado trabalha em compasso de espera frente ao novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado na tarde de hoje. A perspectiva dos participantes do mercado é que órgão indique um aumento na safra americana de 105,81 milhões para 106,52 milhões de toneladas. A produtividade também deverá ser ajustada para cima e pode somar 53,87 sacas por hectare, contra as 53,52 sacas por hectare projetadas em outubro.
Paralelamente, os estoques finais do país poderão ficaram em 11,87 milhões de toneladas, contra as 11,57 milhões de toneladas indicadas pelo departamento em seu último boletim. Já os estoques mundiais da oleaginosa deverão totalizar 85,32 milhões de toneladas, conforme projeções do mercado. O número estimado está ligeiramente acima do projetado em outubro pelo USDA, de 85,14 milhões de toneladas de soja.
Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:
A sessão desta segunda-feira (9) foi de volatilidade aos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity fecharam o dia com leves perdas. Apenas o vencimento novembro/15 exibiu leve alta de 2,20 pontos, cotado a US$ 8,73 por bushel. As demais posições registraram ligeiras quedas entre 1,00 e 2,40 pontos.
A movimentação intensa é decorrente da preparação dos investidores para o novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de novembro. O relatório será divulgado na tarde desta terça-feira (10) e irá apresentar as novas projeções para a safra e estoques dos EUA e globais. E, segundo pesquisa realizada pela Bloomberg com analistas, a produção do grão no país poderá totalizar 106,52 milhões de toneladas.
Caso se confirme, a estimativa ficará acima do indicado pelo órgão em outubro, de 105,81 milhões de toneladas. Do mesmo modo, a produtividade das plantações também poderá ser revista e passar de 53,52 sacas por hectare, para 53,87 sacas por hectare. Na semana anterior, a consultoria americana Lanworth projetou o rendimento médio das lavouras americanas em 47,3 sacas por hectare.
Enquanto isso, os estoques finais do país poderão ficaram em 11,87 milhões de toneladas, contra as 11,57 milhões de toneladas indicadas pelo departamento em seu último boletim. Já os estoques mundiais da oleaginosa deverão totalizar 85,32 milhões de toneladas, conforme projeções do mercado. O número estimado está ligeiramente acima do projetado em outubro pelo USDA, de 85,14 milhões de toneladas de soja.
“Ainda assim, acredito que o relatório terá pouca força, pois as projeções que são esperadas no caso da soja, com uma produção entre 104 milhões até 107 milhões de toneladas já foram absorvidas pelo mercado. E, nesse momento, temos um fator limitante para grandes altas que é a finalização da colheita do grão nos EUA”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Como fator positivo, as agências internacionais, apontaram a venda de 126 mil toneladas do grão divulgado pelo USDA nesta segunda-feira. O volume foi adquirido por destinos desconhecidos e deverá ser entregue na temporada 2015/16. Além disso, o USDA também informou que cerca de 256,740 mil toneladas, indicadas em uma venda anterior e, destinadas a destinos não revelados foram transferidas para a China.
Já os embarques semanais da soja somaram 2.026,509 milhões de toneladas, na semana encerrada no dia 5 de novembro. Segundo dados do site internacional Pro Farmer, o número ficou aquém das expectativas dos participantes do mercado, que apostavam em um número entre 2.100,000 milhões a 2.450,000 milhões de toneladas do grão.
Na semana passada, o número indicado pelo USDA ficou em 2.561,791 milhões de toneladas. Dessa forma no acumulado do ano comercial, os embarques de soja norte-americanos já totalizam 14.035,032 milhões de toneladas, 4% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 13.498,511 milhões de toneladas.
Plantio no Brasil
Paralelamente, os investidores permanecem atentos ao andamento do plantio da soja no Brasil. Conforme dados indicados pela consultoria Safras & Mercado, a semeadura da oleaginosa avançou no país e alcançou 42,3% da área estimada para essa temporada, até o dia 6 de novembro. O número é equivalente a 13,9 milhões de hectares cultivados, de uma área total projetada em 32,9 milhões de hectares.
Ainda segundo a consultoria, as chuvas mais regulares na semana anterior permitiram o avanço dos trabalhos nos campos. Contudo, a Somar Meteorologia já indica que as chuvas deverão ser irregulares ao longo dessa semana, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste, mais na forma de pancadas de chuvas. “E esse novo período poderá trazer complicações ao plantio da soja, já que as chuvas só deverão retornar de forma mais generalizada em meados da semana que vem”, disse Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia.
Ainda assim, a preocupação permanece na região Nordeste do país e também no estado do Tocantins, onde o tempo segue seco e com altas temperaturas. Em Darcinópolis (TO), a semeadura já registra atraso de 12 dias e muitos produtores nem conseguiram iniciar o trabalho no campo devido à ausência de precipitações, segundo ressalta o produtor da região, Marcílio Marangoni.
Mercado interno
Os preços da soja no Porto de Rio Grande registraram ligeiras altas nesta segunda-feira (9). A saca da oleaginosa disponível encerrou o primeiro dia da semana a R$ 82,50, com valorização de 0,61%, já o preço futuro subiu 0,13%, com a saca do grão cotada a R$ 78,10. Já em Paranaguá, não houve referência para a saca disponível e o preço futuro ficou em R$ 76,00/sc.
Apesar da alta do dólar, a oscilação observada em Chicago acabou influenciando as cotações. Por sua vez, a moeda norte-americana subiu 0,99% e fechou a segunda-feira a R$ 3,7997 na venda. Ainda conforme dados da agência Reuters, o câmbio exibiu um movimento de correção técnica frente à queda registrada na última sexta-feira e também com apostas de que a taxa de juros nos EUA deverá ser elevada em dezembro.
Com pouco mais de 7% de um total estimado em 96 milhões de toneladas de soja da safra 2014/15, os produtores seguram o volume e o utilizam como ativo financeiro, de acordo com os analistas. “As atenções se concentram no campo, e a comercialização do grão para entrega em 2016 está lenta, com os preços no spot apenas nominais”, informou o Cepea em nota. Frente à recente valorização cambial, o volume comprometido de soja da próxima temporada já ultrapassa 40%.
Já as exportações foram indicadas em 477,1 mil toneladas de soja no acumulado dos 4 dias úteis de novembro, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A média diária ficou em 119,276 mil toneladas do grão, uma queda de 3,4% em relação ao observado no mesmo período de outubro, com 123,5 mil toneladas.
No mesmo período, os embarques de soja renderam ao país uma receita de US$ 179,5 milhões, com média diária de US$ 44,886 milhões. Na parcial de 2015, o Brasil já exportou 52,15 milhões de toneladas, 14% a mais que em todo o ano passado e já acima das 50,88 milhões de toneladas estimadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para 2015.
Fonte: Notícias Agrícolas