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Soja: Encerrando semana agitada, preços operam com estabilidade nesta 6ª feira na CBOT

O mercado internacional da soja opera, na sessão desta sexta-feira (24), próximo da estabilidade. Após as perdas intensas de ontem, os futuros da soja perdiam entre 1,75 e 4 pontos nas posições mais negociadas por volta das 7h30 (horário de Brasília) na Bolsa de Chicago e somente o contrato agosto/15 ainda se sustentava acima dos US$ 10,00 por bushel.

O foco dos negócios no mercado futuro americano continua voltado para o cenário climático dos Estados Unidos, o qual já indica condições mais favoráveis para o desenvolvimento da safra 2015/16 no país. No caso da soja, porém, os traders aguardam por previsões climáticas mais estendidas, uma vez que o mês determinante para a cultura nos EUA é agosto.

Para os próximos dias, já são aguardadas temperaturas mais elevadas e chuvas ainda acima da média em muitos estados do Meio-Oeste americano no período de 29 de julho a 2 de agosto, como ilustram os mapas a seguir, divulgados pelo NOAA, o departamento oficial de clima do governo americano.

No Brasil, porém, o destaque nesta quinta-feira (23) ficou por conta do dólar, que disparou para perto de R$ 3,30 e fez os preços no porto de Rio Grande baterem em R$ 80,00 por saca. Os prêmios elevados contribuíram e o Brasil, segundo analistas consultores, negociou 500 mil toneladas de soja.

 

Veja mais detalhes no fechamento de ontem:

Os preços da soja disponível no porto de Rio Grande, nesta quinta-feira (23) chegaram ao intervalo de R$ 79,50 a R$ 80,00 por saca nos melhores momentos do dia. A puxada das cotações foi registrada mesmo diante das fortes baixas observadas na Bolsa de Chicago e estimuladas pela disparada do dólar. Segundo relataram analistas e consultores, o dia foi bastante agitado no mercado brasileiro e cerca de 500 mil toneladas de soja foram negociadas.

No fechamento do dia, porém, as cotações ficaram entre os R$ 79,50 e R$ 77,50 para o produto disponível e disponível no terminal gaúcho. Ainda assim, o dia, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. “Os ganhos no mercado interno vieram do dólar, mas os negócios foram pontuais, apesar do dia dia agitado. Mas foi um dia importante”, disse. No porto de Paranaguá, as cotações também subiram e, ao longo do dia, chegaram a bater na máxima de R$ 77,00. No fim do dia, porém, mostraram valores de R$ 75,00 para março/16 e R$ 75,80 no disponível.

Nesta quinta-feira, o dólar subiu 2,17%, encerrando o dia a R$ 3,2958 na venda, com a maior cotação desde 19 de março e voltando a se aproximar das máximas observadas em 12 anos. Na máxima da sessão, a divisa bateu em R$ 3,2998.

“Essa alta do dólar já era esperada em função do que o governo fez ontem com os cortes nas metas fiscais para 2015 e 2016. Porém, podemos ter novas altas com divulgação do relatório da Moody´s. Lembrando que o Federal Reserve (o banco central americano) pode elevar os juros dos EUA ainda este ano (o que também poderia elevar ainda mais o dólar). Tudo leva para um viés altista para o dólar até o final deste ano”, diz Márcio Genciano, consultor de mercado da MGS Rural.

O forte avanço do dólar nesta sessão, segundo explicam especialistas, veio em seguida do corte na meta fiscal por parte do governo federal, o que acabou por fortalecer ainda mais a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento a ser divulgado nos próximos dias por parte das agências de classificação de risco.

Para alguns operadores ouvidos pelas agências de notícias, as derrotas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, podem ser absorvidas como uma possibilidade de sua saída do governo. Caso isso se confirme, a moeda americana poderia buscar patamares ainda mais elevados.

 

Leia mais sobre o dólar:

O que tem trazido essa alta para preços da soja no mercado brasileiro, além dos ganhos registrados na Bolsa de Chicago – e da forte alta do dólar nesta quinta-feira -, é a pouca disponibilidade de produto da safra 2014/15 para o atendimento das demandas interna e externa, ainda de acordo com analistas. O pouco restante – já que mais de 90% da oferta dessa temporada já foi comercializada – tem sido ainda disputada com o mercado externo, situação que é refletida nas exportações recordes de soja em grão do Brasil nos últimos meses.

O Brasil já exportou nos primeiros 13 dias úteis de julho 5.212,13 milhões de toneladas de soja em grão e, nos meses de maio e junho bateu recorde nas vendas externas que passaram de 9 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). E o quadro persiste, apesar de a tendência do programa de exportações ser de perder um pouco de ritmo nos meses seguintes, refletido em prêmios bastante elevados nos portos brasileiros.

Assim, avançam também os prêmios nos portos brasileiros. Em Rio Grande, os valores para a soja disponível – ou para as posições mais próximas de entrega – variam de 89 a 90 cents de dólar sobre os valores praticados em Chicago; as mais distantes variam de 35 a 40 cents. Em Paranaguá, os prêmios variam de 20 cents (para março/16) a US$ 1,00 por bushel acima de Chicago no caso de setembro/15.

 

Bolsa de Chicago

As previsões climáticas indicando condições mais favoráveis para o desenvolvimento da safra 2015/16 de grãos dos Estados Unidos pressionaram as cotações da soja na sessão desta quinta-feira (23) na Bolsa de Chicago. Assim, encerrando os dias com baixas entre 10,75 e 15 pontos entre os principais vencimentos, a commodity bateu em suas mínimas em um mês e preços abaixo dos US$ 10,00 por bushel.

Até sexta-feira (23), tempestades severas deverão ser registradas em estados como Dakota do Norte, Iowa e Minnesota, enquanto nas demais áreas do Meio-Oeste o clima já se mostra um pouco mais seco ou com chuvas leves, segundo informa o site internacional Farm Futures. “O verão não deverá trazer muitas ameaças climáticas para a soja e o milho”, acredita o analista de mercado e editor do portal internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer.

A previsão para os próximos sete dias, do NOAA – departamento oficial de clima do governo dos EUA – mostra mais chuvas para Iowa e Illinois e acumulados menores para Indiana e Ohio. Já no período dos próximos 6 a 10 dias, ainda são esperadas chuvas acima do normal no oeste do Meio-Oeste e clima mais quente em toda a porção leste do país.

“O fator clima que fez o mercado romper os US$ 10,00 por bushel nas últimas semanas é o mesmo que está trazendo os preços abaixo dos US$ 10,00 agra, e esse é um movimento normal. O mercado é extremamente climático agora”, explicou Márcio Genciano. E a tendência, ainde segundo ele, se mantém nessa volatilidade trazida pelas novas informações que continuam chegando sobre o comportamento climático no Corn Belt, principalmente as que são esperadas para agosto, mês determinante para a definição da produtividade da oleaginosa nos Estados Unidos.

Para Genciano, caso o quadro de clima ainda se mantenha favorável para a safra nova, as cotações tendem a se ajustar e, nos vencimentos mais distantes, poderiam até mesmo testar os US$ 9,50 por bushel, como no novembro/15, por exemplo, que é a referência para a safra norte-americana. Entretanto, caso as condições voltem a se mostrar desfavoráveis e voltem a prejudicar o desenvolvimento das lavouras, “novos rallies poderão ser observados a partir de agosto”, acredita o consultor. “Nesse momento, o mercado vai se ajustar”, completa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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