Soja: Focado nos fundamentos, mercado fecha sessão desta 6ª feira com leves quedas na CBOT
As cotações futuras da soja fecharam a sessão desta sexta-feira (20), com leves quedas, próximas da estabilidade. As principais posições da commodity exibiram quedas entre 2,25 e 2,75 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,57 por bushel. Contudo, a semana foi de ligeiras valorizações aos preços da oleaginosa, com ganhos entre 0,26% e 0,55%.
Recentemente, as cotações da soja têm operado de maneira bastante técnica, com poucas movimentações. “Nos últimos quatro meses temos o mercado recuando a US$ 8,50 por bushel e se recuperando, indo a uma lateralidade. E para avançar os patamares de resistência entre US$ 8,68 e US$ 8,70 por bushel, precisaríamos de informações mais fortes”, explica a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro.
Com isso, nos últimos dias, o mercado acabou registrando ligeiras movimentações influenciadas por notícias do mercado financeiro, como a alta do dólar no cenário internacional e anúncios de vendas e das exportações e embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Inclusive, nesta sexta-feira o órgão divulgou a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos.
Do lado oferta, os investidores acompanham a finalização de uma safra recorde nos EUA, acima dos 108 milhões de toneladas e de projeções favoráveis à América do Sul. E, pelo menos, por enquanto, as notícias que chegam aos participantes do mercado são de que o clima no Brasil segue favorável, com chuvas beneficiando boa parte das regiões produtoras.
Porém, esse cenário, não é contemplado pelos produtores rurais brasileiros, uma vez que, no Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas permanecem bastante irregulares. No Mato Grosso, maior estado produtor do grão no país, a semeadura ainda segue atrasada e os produtores já ressaltam a necessidade de replantio em muitas áreas. Em contrapartida, o Sul do Brasil segue com chuvas consistentes, o que já tem chamado a atenção dos agricultores para o aparecimento das doenças, entre elas a ferrugem asiática.
“E os custos de produção estão mais altos nesta temporada. Com o dólar valorizado, existe um descompasso nas contas e justamente em um ano como esse ter um custo extra para replantio é mais complicado. Essa semana tivemos relatos de agricultores que estão procurando sementes, são poucos os locais que não houve casos para replantio, já que as chuvas têm sido falhas”, afirma a analista de mercado.
Mercado interno
Em meio à queda nos preços em Chicago e no dólar, os preços da soja no Porto de Rio Grande recuaram nesta sexta-feira. A saca disponível caiu 1,25%, cotada a R$ 79,00, já a saca para entrega em maio/16 fechou o dia a R$ 75,00, com queda de 1,32%. Em Paranaguá e muitas praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas não houve referência para hoje em decorrência do feriado facultativo do Dia Nacional da Consciência Negra.
No mercado interno, as cotações também cederam durante a semana com o impacto do dólar e da movimentação no mercado internacional. Em Londrina, Ubiratã e Cascavel, ambas praças do Paraná, a queda ficou em 3,68%, com o valor da saca a R$ 65,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), a desvalorização ficou em 2,78%, com a saca a R$ 70,00. Já em Não-me-toque (RS), a perda foi menor, ao redor de 0,68%, com a saca cotada a R$ 72,50.
Por sua vez, a moeda norte-americana recuou 0,86%, negociada a R$ 3,6970 na venda. O dia foi marcado por poucos negócios devido ao feriado no Brasil, que manteve os mercados fechados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Entretanto, os analistas afirmam que esse é o momento de entressafra no Brasil e boa parte da safra 2015/16 já foi comercializada anteriormente. Consequentemente, os produtores brasileiros estão preocupados com a finalização do plantio do grão e da garantia de uma boa produtividade para essa temporada.
Fonte: Notícias Agrícolas