Soja inicia nova semana operando em queda na CBOT de olho no financeiro e safra dos EUA
O mercado internacional da soja dá continuidade ao movimento negativo da última sexta-feira (31) e abre uma nova semana operando em baixa na Bolsa de Chicago. Na sessão desta segunda-feira (3), os futuros da oleaginosa perdiam entre 5,50 e 8,25 pontos nos principais vencimentos.
Os traders seguem atentos às informações do mercado financeiro – principalmente o andamento do dólar frente ao real e principais moedas mundiais – e também ao desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. No próximo dia 12 de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e à espera desses números, as especulações sobre o real tamanho da safra aumentam e promovem um ajuste de posições por parte dos investidores.
Além disso, hoje o departamento traz ainda seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras atualizando as condições das lavouras norte-americanas e isso poderia também influenciar o andamento do mercado, bem como as novas previsões climáticas para os próximos dias no Meio-Oeste americano.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta sexta-feira (31) em campo negativo. Ao longo do pregão, os contratos da commodity reverteram os ganhos e encerraram o dia com perdas entre 9,00 e 11,25 pontos. O vencimento novembro/15, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 9,40 por bushel.
Para o analista de mercado da TRINI Consultoria, Márcio Antônio Ribeiro, o principal fator de pressão sobre os preços da oleaginosa em Chicago foi a informação de que a China teria cancelado a compra de 200 mil toneladas do grão norte-americano. O volume deveria ter sido entregue ao longo da temporada 2014/15 e os dados foram confirmados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
“Isso fez com que boa parte dos traders realizasse lucros, o que trouxe essa queda, especialmente no final da tarde. A informação acaba gerando especulações no mercado, pois pode demonstrar uma situação confortável de compras de soja com origem da América do Sul, por parte da China, e uma possível desaceleração na economia chinesa”, explica o analista de mercado.
Outro componente importante na composição do cenário é a valorização do dólar no mercado internacional. “O dólar subiu frente todas as moedas no mundo nesta sexta-feira. A moeda tem encontrado suporte nas perspectivas em relação a um possível aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. E, por enquanto, não devemos observar uma reversão de tendência para o dólar, pelo menos no curto prazo”, ressalta Ribeiro.
Paralelamente, as informações divergentes quanto às projeções tanto nos preços, quanto nos mapas climáticos acabam deixando o mercado sem uma tendência definida, ainda conforme sinaliza o analista de mercado. Enquanto isso, os investidores já começam a se preparar para o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado no dia 12 de agosto. Isso porque, o órgão irá apresentar os números da nova temporada americana, com área plantada com o grão e a perspectiva para a produtividade das lavouras.
Em relação ao clima, o NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país -, indicou que o Meio-Oeste deverá receber chuvas um pouco acima da normalidade no período entre os dias 6 a 10 de agosto. Já as temperaturas, poderão ficar até 70% abaixo da média no mesmo intervalo. É importante destacar que o período mais importante para o desenvolvimento da cultura nos EUA é o mês de agosto.
Mercado interno
Apesar da queda mais forte observada no mercado internacional, os preços da soja praticados nos Portos brasileiros registraram ligeira alta nesta sexta-feira. No terminal de Paranaguá, a saca do produto disponível fechou o dia a R$ 77,00, com ganho de 1,32%, já a saca da soja para entrega março/16, encerrou a R$ 75,70, com valorização de 0,93%.
Já em Rio Grande, a saca disponível subiu 0,39%, com o valor de R$ 77,80. A saca do grão para entrega maio/16 subiu 1,04%, chegando a R$ 77,80. As cotações foram sustentadas pela forte valorização observada no câmbio. A moeda norte-americana terminou a sessão desta sexta-feira a R$ 3,4247 na venda, com ganho de 1,59%. O patamar é o mais alto dos últimos 12 anos, conforme informou a agência Reuters. O movimento positivo foi impulsionado pelas incertezas políticas e econômicas no Brasil.
Fonte: Notícias Agrícolas