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Soja: Mercado em Chicago dá continuidade ao movimento negativo nesta manhã desta 4ª feira

O movimento negativo para os futuros da soja continuam na sessão desta quarta-feira (15) na Bolsa de Chicago. Por volta das 8h (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 3 e 4 pontos, com o contrato novembro/15 valendo US$ 10,20 por bushel. Porém, pouco mais tarde, por volta de 8h30, as baixas já vinham se acentuando e a commodity perdia mais de 6 pontos entre os principais vencimentos.

Segundo explicam analistas, como Ginaldo Sousa, da Labhoro Corretora, o mercado espera por mais novidades sobre as adversidades climáticas nos EUA e os seus impactos sobre a safra 2015/16 e até lá, os movimentos de alta ficam limitadas. Além disso, as novas previsões de clima continuam a ser acompanhadas e influenciando sobre o andamento dos negócios.

Hoje, o mercado em Chicago espera ainda a divulgação dos números da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa) sobre o esmagamento de soja em junho nos EUA e as expectativas indicam números elevados, os quais poderiam trazer algum impulso para as cotações.

 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

O mercado internacional da soja encerrrou a sessão desta terça-feira (14) em queda. Os futuros da oleaginosa operaram durante todo o dia com volatilidade, chegaram a testar ligeiras altas, mas fecharam o dia com baixas de 2,50 a 4,25 pontos entre os principais. Ainda assim, o patamar dos US$ 10,00 continua mantido.

Segundo explicaram analistas, o pregão foi marcado por um comportamento técnico do mercado e pelas ligeiras realizações de lucros provocadas pelos fundos de investimentos. Paralelamente, o clima norte-americano segue sendo um dos principais componententes do mercado neste momento, até porque há nesse momento a perspectiva do mais forte El Niño dos últimos 50 anos.

“Estamos em um momento em que o clima tem um peso muito grande nas tendências de curto prazo (…) Entretanto, as altas verificadas nas últimas semanas já permite os players a uma boa realização de lucros. Em um período dos últimos 30 dias, as altas da soja já acumulam uma alta média de 13% a 14%, na média”, afirma Mársio Ribeiro, analista de mercado da Cerrado Corretora.

No Brasil, os preços – e consequentemente os negócios – também perderam um pouco de força diante das leves baixas registradas em Chicago aliadas à uma queda um dia de pouca movimentação para o dólar. A moeda americana fechou com 0,25% de alta em R$ 3,1385 na venda, depois que os investidores optaram pela compra de divisas após as sessões consecutivas de perdas acentuadas.

Assim, no porto de Paranaguá, a soja disponível manteve os R$ 73,00 por saca, enquanto para o produto da safra nova houve um recuo de 1,33% para R$ 74,00. Em Rio Grande, estabilidade para a oleaginosa disponível – ainda em R$ 75,00 – e para a futura, em R$ 76,00/saca. No interior do país, os preços também se mantiveram estáveis, sem variações nas principais praças de comercialização. A exceção ficou para Ubiratã/PR, onde uma ligeira queda de 0,79% foi registrada, para R$ 62,50 por saca.

 

Clima nos EUA

Parte do suporte que vem sendo observado no mercado internacional de grãos, ainda de acordo com os analistas – nacionais e internacionais – vem das adversidades climáticas que continuam severas nos Estados Unidos. O Meio-Oeste americano, nos últimos dias, continuou recebendo volumes elevados de precipitações e as chuvas dos próximos sete dias também devem superar os 50 mm em estados importantes, segundo informou o NOAA – departamento oficial de clima do governo dos EUA.

Por conta disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu último boletim de acompanhamento de safras divulgado nesta segunda-feira (13), reduziu seu índice de lavouras em boas/excelentes condições de 63% para 62%. Em estados como Illinois, importante na produção da oleaginosa, tem apenas 48% das plantações em boa forma, e em Ohio e Indiana esse número cai para 42%. Por outro lado, Minnesota e Iowa, por exemplo, os índices passam de 70%.

Para os próximos dias, ainda de acordo com previsões do NOAA, as chuvas seguem intensas no Meio-Oeste americano. São previstos acumulados entre 50,8 e 101,6 mm para estados como Indiana, Iowa, Illinois e Missouri.

 

El Niño

E as preocupações com o clima, não só nos Estados Unidos, se agravam à medida em que o El Niño deste ano vai ganhando força, aumentando sua intensidade e confirmando sua configuração. Segundo informou a meteorologista sênior do instituto norte-americano AccuWeather, Kristina Pydynowski, esse pode ser o mais forte dos últimos 50 anos e, de acordo com as últimas previsões indicam ainda que o fênomeno poderia durar até o verão de 2016 na América do Sul e primavera do ano que vem na América do Norte.

“O El Niño apresentou uma força estável ao longo do último mês e agora está se aproximando para ganhar ainda mais resistência. Há uma convicção crescente de que esse será um dos mais fortes dos últimos 50 anos, e o fenômeno atinge seu pico, normalmente, durante o período de dezembro a fevereiro”, disse Brett Anderson, meteorologista também do Accuweather. “O El Niño mais forte desde o início do século 20 aconteceu entre os anos de 1997 e 1998”, completou.

 

Mercado Financeiro

As notícias mostram que os ânimos estão mais calmos no mercado financeiro internacional, porém, há algumas incertezas que seguem permeando os negócios de uma forma geral. O foco continua mantido sobre a crise grega, apesar do acordo firmado no início desta semana. A China também ainda chama a atenção, bem como os Estados Unidos e sua perspectiva do aumento da taxa de juros no país.

“O mercado financeiro deve continuar a ser observado. Os acordos fechados com relação ao refinanciamento da dívida da Grécia podem provocar um movimento de capitais, saindo das commodities e retornando ao mercado financeiro”, explicou Mársio Ribeiro.

Nesta terça-feira, dados sobre a economia norte-americana vieram um pouco mais fracos aom mostrarem as vendas no varejo e os preços dos importados recuando em junho. Assim, pareceu ainda mais distante a elevação dos juros, o que acabou motivando uma baixa do dólar não só frente ao real, mas à uma cesta de principais moedas.

“O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deixou claro que vai se basear nos dados para decidir sobre os juros, e os dados de hoje vieram fracos”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo ao portal G1. A expectativa do mercado financeiro é de que esse aumento chegue até o final do ano.

No Brasil, o ajuste fiscal segue no foco dos negócios, principalmente em relação às metas que vem sendo discutidas pelo governo e as autoridades monetárias. “O governo precisa achar um ponto de equilíbrio, entregar uma meta factível mas que ainda demonstre comprometimento”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato também ao G1.

Fonte: Notícias Agrícolas

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