Soja: Mercado fecha com menores preços em mais de 4 anos na CBOT
Nesta segunda-feira (22), o mercado internacional da soja fechou o dia com os menores preços em mais de quatro anos na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas recuaram mais de 19 pontos e o contrato mais importante desse momento, o novembro/14, encerrou os negócios cotado a US$ 9,38 por bushel.
O mercado refletiu, entre outros fatores, o bom desenvolvimento da colheita nos Estados Unidos para exibir uma baixa tão acentuada nessa primeira sessão da semana. Após o fechamento do pregão, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu novo boletim de acompanhamento de safras informando que 3% da área de soja já foram colhidos até o último domingo (21).
Os números confirmaram as expectativas do mercado – que variavam de 3 a 5% – e a precificação dessa espera por parte dos investidores que, segundo analistas, foi o principal e mais severo fator de pressão para as cotações nesta sessão.
Paralelamente, também pressionando o mercado e contribuindo para o bom desenvolvimento dos trabalhos de campo nos Estados Unidos, as condições de clima se mantêm bastante favoráveis.
Para até o início de outubro, as previsões indicam tempo quente e seco em quase todo o Meio-Oeste americano, que devem favorecer a secagem tanto da soja quanto do milho, além de favorecer o bom andamento da colheita.
“Nessas próximas duas ou três semanas, devemos ter uma intensificação da colheita, e o clima promete esse avanço significativo dos trabalhos de campo e, consequentemente, da chegada da oferta. Assim, aquela escassez de produto começa a se tornar uma coisa do passado”, afirma Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora.
Demanda
Por outro lado, a demanda segue aquecida e deve se intensificar, segundo analistas, diante desses preços mais baixos. Para Bob Burgdorfer, analista de mercado e jornalista do site norte-americano Farm Futures, a China deve voltar ao mercado essa semana, após ter comprado mais de 2 milhões de toneladas de soja na última semana.
Além disso, os números do boletim de inspeções de exportações mostraram que os embarques semanais de soja dos Estados Unidos ficaram acima do esperado. O número para a soja veio em 467,68 mil toneladas, maior do que o registrado na semana anterior, de 255,02 mil e ainda acima do que o mercado esperava, algo entre 240 mil e 330 mil toneladas.
No acumulado do ano comercial 2014/15, que se iniciou em 1º de setembro, somam, até a semana que terminou em 18 de setembro, 802,71 mil toneladas. Na temporada anterior, nesse mesmo período, o volume era de 588,22 mil toneladas.
“Esses preços, eventualmente, criarão uma nova demanda, mas quanto tempo isso vai demorar e o impacto que essa demanda terá sobre os preços nós ainda não sabemos”, disse o presidente da consultoria C&S Grain Market, William Fordham.
Ao mesmo tempo, a recente valorização do dólar frente a outras moedas poderia tornar o produto norte-americano menos competitivo, prejudicando as exportações dos Estados Unidos em função de preços mais elevados.
“Esses ganhos do dólar podem prejudicar as exportações norte-americanas de grãos já que acabam deixando os produtos mais caros para os importadores”, acredita Burgdorfer.
Fonte: Notícias Agrícolas