Soja: Mercado inicia sessão desta 3ª feira em campo positivo e tenta consolidar 2º dia consecutivo de ganhos
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (1) do lado positivo da tabela, com ligeiros ganhos. Por volta das 8h10 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam ganhos entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,81 por bushel, mesmo patamar registrado no encerramento do dia anterior.
As cotações operam em alta pelo segundo dia consecutivo e buscam consolidar o movimento positivo. Ainda nesta segunda-feira (30), as cotações da commodity foram impulsionadas pelos bons números dos embarques semanais. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na semana encerrada no dia 26 de novembro, os embarques somaram 1.835,072 milhão de toneladas.
Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações podem tentar quebrar o patamar de resistência de US$ 9,00 por bushel nos próximos dias. “Começamos a semana positivamente e hoje já podemos ver o mercado tentando superar o patamar de US$ 9,00 por bushel. Hoje, tivemos o quadro de demanda positivo, com níveis de embarques interessantes, sinalizando que há boa procura pela soja americana. E os produtores americanos não querem vender, pois os preços ainda não cobrem os custos de produção”, completa.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja encerraram o pregão desta segunda-feira (30) do lado positivo da tabela. Durante a sessão, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e exibiram altas entre 7,25 e 8,00 pontos no fechamento. O contrato janeiro/16 era cotado a US$ 8,81 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 8,73 por bushel. Já o maio/16 era negociado a US$ 8,89 por bushel.
“Começamos a semana positivamente e amanhã já podemos ver o mercado tentando superar o patamar de US$ 9,00 por bushel. Hoje, tivemos o quadro de demanda positivo, com níveis de embarques interessantes, sinalizando que há boa procura pela soja americana. E os produtores americanos não querem vender, pois os preços ainda não cobrem os custos de produção”, afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Na semana encerrada no dia 26 de novembro, os embarques de soja somaram 1.835,072 milhão de toneladas. Apesar do ligeiro recuo em relação à semana anterior, na qual foram embarcadas 1.855,121 milhão de toneladas, o número ficou acima das estimativas do mercado, entre 1.450 milhão e 1.750 milhão de toneladas.
Com o volume anunciado, os embarques de soja no ano comercial totalizam 19.968,536 milhões de toneladas até o momento. O número representa uma queda de 7,3% em comparação cm igual período do ano anterior, quando os embarques estavam em 21.541,235 milhões de toneladas. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Além disso, o foco dos participantes do mercado permanece na América do Sul. Na Argentina, os investidores avaliam qual o impacto da retirada das taxas de exportação, uma promessa do novo governo, de Maurício Macri, que assumirá a presidência no próximo mês. “A Argentina irá reduzir sua tarifa sobre exportações de soja em 5%, para 30%, quando o presidente eleito toma posse, disse o ministro da Agricultura, Ricardo Buryaile, em entrevista ao Clarín”, informou o site internacional AgWeb.
Enquanto isso, no Brasil as atenções estão voltadas ao plantio da safra 2015/16. De acordo com levantamento realizado pela consultoria Safras & Mercado, a semeadura estava completa em 78,7% da área estimada para essa temporada até o dia 27 de novembro. Na semana anterior, o número era de 65,6% e a média para o mesmo período é de 87%.
As chuvas ainda continuam irregulares no Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso. Na região de Tapurah (MT), os produtores ainda não conseguiram finalizar os trabalhos nos campos e há muitos casos de replantio do grão. De acordo com o presidente do sindicato rural do município, Silvésio de Oliveira, o rendimento médio das lavouras na região é de 49 scs/ha, porém, nesta safra o rendimento pode cair até 3 scs/ha devido ao clima irregular. “Isso tudo é fator positivo para trabalhar com ganhos ao longo da semana”, completa Brandalizze.
Por outro lado, os produtores rurais também estão preocupados com os focos de incêndio nas lavouras de soja ocasionados pelas altas temperaturas. “Nós temos relatos em Sinop, Nova Ubiratã e Tapurah, onde havia uma palhada de braquiária para fazer o plantio direto e há quinze dias o produtor já tinha plantado soja – instalada há 30 dias – aconteceu o incidente que queimou a lavoura”, completa Oliveira.
Ainda na visão do consultor, o inverno começando mais cedo no Hemisfério Norte pode desencadear uma demanda maior por ração, que pode influenciar positivamente os preços. “E também temos a Conferência do Clima, em Paris, essa semana, e os países terão que colocar algumas alternativas para tentar melhorar a situação da poluição e do aquecimento global”, pondera Brandalizze.
Mercado interno
Já no mercado interno, as cotações tiveram um dia volátil. Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a saca da soja disponível recuou 1,80% no Porto de Paranaguá e fechou a segunda-feira a R$ 80,00. Em contrapartida, a cotação futura subiu 2,70%, para R$ 76,00 a saca. No terminal de Rio Grande, a saca disponível finalizou o dia a R$ 80,00 e o preço futuro a R$ 82,50.
Por sua vez, o dólar encerrou o dia a R$ 3,8865, com alta de 1,65%, maior nível de fechamento desde 28 de outubro, quando ficou em R$ 3,9201. Conforme dados da agência Reuters, a moeda norte-americana encontrou sustentação nas preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, sobre o mercado doméstico. Além disso, os possíveis desdobramentos da situação do cenário político do país também foram avaliados.
Segundo dados divulgados pelo Cepea, as preocupações com o clima, falta ou excesso de chuvas, dependendo da região, levaram os produtores a interromperem as negociações da temporada 2015/16 nas últimas semanas. Ainda conforme levantamento, cerca de 30% a 40% da produção já foi comercializada antecipadamente em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e São Paulo.
Fonte: Notícias Agrícolas