Soja: Mercado recupera perdas da sessão anterior e têm leves ganhos na CBOT antes do USDA
O mercado da soja na Bolsa de Chicago já parece recuperar parte dos ganhos registrados na sessão anterior e trabalha com ligeira alta nesta sexta-feira (9). Os principais vencimentos subiam entre 3,25 e 4 pontos, por volta das 7h50 (horário de Brasília), com o contrato novembro/15 valendo US$ 8,85 por bushel.
O dia é de relatório do USDA. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos traz, às 13h (Brasília), seu novo reporte mensal de oferta e demanda e as expectativas são de números altistas para o mercado.
Consultorias internacionais esperam um corte na produção e na produtividade norte-americanas e, caso esse quadro se confirme, os preços poderiam se recuperar de forma ainda mais expressiva na CBOT. Os estoques finais esperados, na expectativa média, também são menores do que aqueles reportados em setembro.
Até que não cheguem os novos números, o mercado caminha de lado e os traders se posicionam. A postura dos investidores ainda é cautelosa uma vez que essas informações chegam no momento do auge da colheita nos Estados Unidos, ou seja, de uma pressão típica para essa época do ano na CBOT.
Paralelamente, as informações sobre a demanda também são consideradas, principalmente depois da melhora dos últimos dias. Ontem, o boletim semanal de vendas para exportação também reportado pelo USDA trouxe um volume, entre as safras 2015/16 e 2016/17, de mais de 2,2 milhões de toneladas somente para a semana que terminou em 1º de outubro.
E embora no acumulado do ano comercial atual as vendas estejam abaixo do registrado no ano anterior nesse mesmo período, como explicaram analistas, o sentimento do mercado em relação à procura pela oleaginosa dos EUA melhorou e já preocupa menos.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a sessão desta quinta-feira (8) em campo negativo na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas terminaram o dia com baixas de 8,50 a 9,75 pontos, levando o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, a US$ 8,81 por bushel. Já o maio/16, referência para a safra do Brasil, ficou em US$ 8,94.
O mercado, depois de operar em alta nos dias anteriores, optou pela realização de lucros neste pregão de véspera do novo relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Ao longo da semana, com o objetivo de estarem bem posicionados, os traders foram antecipando algumas boas estimativas para um boletim altistas nesta sexta-feira e, na sequência, devolveram parte destes ganhos, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
“O mercado liquidou porque uma nova onda surgiu nos EUA de que o USDA é bastante conservador, vai mudar pouco nesse próximo relatório e deixar as mudanças mais forte para novembro. Em função dessa situação, o mercado acabou promovendo essa liquidação técnica, esse movimento técnico de véspera”, explica Brandalizze.
Expectativas para o USDA
O mercado internacional trabalhou com as informações de 24 consultorias privadas para trazer as expectativas para o novo relatório do USDA e as médias esperadas indicam uma revisão para baixo nos índices de produção, produtividade e estoques finais dos EUA nesta temporada 2015/16 em relação aos números de setembro.
A nova safra norte-americana de soja está sendo estimada para algo entre 97,7 milhões e 108,56 milhões de toneladas, com média de 105,74 milhões. Em setembro, a colheita foi projetada pelo USDA em 107,09 milhões. O rendimento médio esperado para a soja é de 53,17 sacas por hectare, ligeiramente abaixo das 53,4 estimadas em setembro. As expectativas dos traders variam de 48,75 a 54,42 sacas por hectare.
Já os estoques finais, sempre tão especulados, trabalham com um amplo range de projeções, o qual varia de 3,4 milhões a 13,91 milhões de toneladas, e média de 10,83 milhões. No reporte de setembro, os números vieram em 12,25 milhões de toneladas. No quadro mundial, o volume esperado fica entre 82 milhões e 86,5 milhões de toneladas, com média de 84,6 milhões. Em setembro, os estoques vieram em 85 milhões de toneladas e, na temporada 2014/15, foram de 78,7 milhões de toneladas.
Sobre a área plantada nos EUA nesta temporada, as expectativas são de 33,27 milhões a 33,99 milhões de hectares, com média de 33,55 milhões e frente aos 33,79 milhões estimados em setembro.
Mercado Brasileiro
Nesta quinta-feira, os prêmios praticados no porto de Paranaguá para as principais entregas de soja subiram mais de 20% e foram, ainda segundo explicou Vlamir Brandlizze, o principal suporte para os preços da soja no Brasil em um dia de combinação de dólar e Bolsa de Chicago em queda.
Os negócios, como relatou Brandalizze, seguem, mas pontualmente e em um ritmo que permanece bem mais lento do que em semanas anteriores. O mercado ainda é bastante comprador, a demanda é forte, porém, A instabilidade do câmbio e a volatilidade típica da semana no mercado internacional por conta da espera pelo USDA limita o interesse do produtor brasileiro em voltar às vendas nesse momento.
Nesse cenário, a soja disponível terminou o dia com R$ 81,50 no terminal de Paranaguá, e com R$ 83,00 no de Rio Grande, com alta de 0,62% e baixa de 0,95%, respectivamente. Já no mercado a futuro, os preços finais foram de R$ 81,00 e R$ 80,20 por saca, ainda 1,22% e 2,67%, nos portos paranaense e gaúcho. No interior do país, mais um dia de falta de direção entre as cotações. Enquanto as praças do Paraná recuaram, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul avançaram. Os demais estados, como Mato Grosso e Goiás, tiveram estabilidade.
Fonte: Notícias Agrícolas