Agronegócio

Soja: Na última sessão da semana, mercado opera em alta na Bolsa de Chicago

O mercado internacional da soja opera em campo positivo nesta sexta-feira (4). Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, por volta das 7h40 (horário de Brasília), subiam entre 4,75 e 6 pontos nos principais vencimentos.

A semana foi, novamente, agitada, e marcada por forte volatilidade. Entretanto, como explicam os analistas, o mercado tenta uma ligeira recuperação para fechá-la, buscando garantir um bom posicionamento para os próximos dias.

Além disso, os traders já focam ainda um equilíbrio para os preços antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O relatório sai no dia 11 de setembro, próxima sexta.

Afinal, entre os fundamentos, neste momento, o componente mais observado é a conclusão da nova safra norte-americana. As condições climáticas ainda não trazem ameaças muito severas para as lavouras do Meio-Oeste e as perspectivas são de uma colheita cheia, passando de 105 milhões de toneladas, de acordo com as expectativas de consultorias internacionais.

 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Depois de mais uma sessão marcada por intensa volatilidade e de testar algumas boas altas na Bolsa de Chicago ao longo do dia, os futuros da oleaginosa fecharam os negócios desta quinta-feira (3) em campo negativo. Os principais vencimentos terminaram o dia perdendo pouco mais de 4 pontos, com a referência para a safra norte-americana – novembro/15 – valendo US$ 8,69 por bushel.

A falta de novidades fortes que poderiam trazer movimentações mais expressivas para as cotações faz com que o mercado continue caminhando de lado e sem muitas mudanças. De um lado, o financeiro ainda preocupa, com o foco mantido, principalmente, sobre a saúde da economia da China. De outro, a conclusão e proximidade da colheita da safra norte-americana também atua como um peso sobre as cotações.

Para o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, outro fator de pressão sobre os preços da soja praticados em Chicago é um contínuo avanço do dólar não só frente ao real, mas à uma cesta de principais moedas. O ganho da divisa – com investidores se focando em ativos mais seguros – acaba reduzindo a competitividade dos produtos norte-americanos, o que pode ser observado em outros produtos também trabalhando do lado negativo da tabela. O trigo, por exemplo, bateu em suas mínimas desde 2010 nesta quinta-feira.

Por outro lado, Cogo afirma ainda que há dois fatores limitantes para essa baixa: a demanda ainda forte pelo mercado internacional e a postura dos vendedores, principalmente nos EUA, mas também na América do Sul, diante desse quadro de oferta elevada e preços pressionados.

De acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as vendas semanais de soja em grão e de farelo superaram as expectativas do mercado e favoreceram o andamento das cotações.

Na semana que terminou em 27 de agosto, as vendas semanais de soja somaram 1.472,3 milhões de toneladas, contra 1.325,8 milhão da semana anterior. As expectativas do mercado, no entanto, variavam de 550 mil a 950 mil toneladas.

Foram canceladas 60,5 mil toneladas da safra 2014/15, mas ainda assim o total desse ano comercial supera a última projeção do departamento norte-americano, que é de 49,7 milhões. Da safra nova, as vendas somaram 1.532,8 milhão de toneladas e os principais compradores foram destinos não revelados. No acumulado do ano, as vendas para exportação desta safra já totalizam 13.451,4 milhões de toneladas.

O USDA informou também que as vendas semanais para exportação dos EUA de farelo de soja ficaram em 204,5 mil toneladas, superando ligeiramente as expectativas que variavam de 50 mil a 200 mil toneladas. Na semana anterior, o total foi de 149,9 mil toneladas.

Da safra velha foram canceladas as compras de 13,9 mil toneladas, porém, da nova foram vendidas 218,4 mil toneladas, elevando o total vendido acumulado dessa nova temporada a 2.421,6 milhões de toneladas.

Além disso, o departamento trouxe ainda dois novos anúncios de venda de soja da nova safra que totalizaram 883,4 mil toneladas, sendo 773,4 mil para destinos desconhecidos e mais 110 mil toneladas para China.

 

Mercado Brasileiro

No mercado brasileiro, o destaque foi, novamente, a movimentação do dólar. A divisa abriu o dia com forte alta, superou os R$ 3,80 pela primeira vez desde 2002, e na sequência também apresentou muita volatilidade no pregão desta quinta-feira. A moeda norte-americana terminou o dia, portanto, estável frente ao real e cotada a R$ 3,7598 na venda.

As máximas em quase treze anos pelo dólar são sustentadas, como explicam analistas, pelo quadro doméstico. A permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e sua autonomia e credibilidade voltaram a ganhar destaque, inclusive na imprensa internacional, e a situação agravou ainda mais a já comprometida cena fiscal e política do Brasil.

As incertezas que rondam também o mercado financeiro global e o risco de contágio da crise, principalmente em economias emergentes, também ajudam a manter a volatilidade da moeda.

Com isso, no Brasil, a quinta-feira foi de falta de direção comum para os preços. Nos portos, Rio Grande fechou com R$ 82,00 no futuro, subindo 0,61% em relação ao último preço desta terça-feira (2). Ao longo do dia, porém, o valor foi a R$ 82,50 por saca. Já o preço para o produto da safra nova conseguiu manter os R$ 81,00 e fechou o dia estável. Em Paranaguá, R$ 79,50 no disponível, com alta de 0,63%, e R$ 78,50 no futuro, com ganho de 0,64%. Em Santos, R$ 81,40 e alta de 0,87%.

No interior do país, a maior parte das praças de comercialização fecharam o dia registrando algumas altas. Em São Gabriel do Oeste, no MS, alta de 0,31% para R$ 65,20 e em Jataí, ganho de 0,78% para R$ 60,80. No Sul do Brasil, alta de 0,74% em Não-Me-Toque/RS, para R$ 68,50 e de 0,76% para Ubiratã e Londrina/PR para R$ 66,50 por saca.

Fonte: Notícias Agrícolas

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