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Soja opera com estabilidade nesta manhã de 3ª feira em Chicago de olho no clima dos EUA

Os futuros da soja, nesta manhã de terça-feira (9), operam com estabilidade na Bolsa de Chicago. Depois das altas de ontem e dos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o desenvolvimento da nova safra americana, o mercado parece ainda buscar uma direção.

Por volta das 7h25 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,75 e 2,50 pontos entre os principais vencimentos e o novembro era cotado a US$ 9,22 por bushel. Já a primeira posição – julho/15 – valia US$ 9,46.

O USDA mostrou que o plantio da soja chegou a 79% da área até o último domingo (7) e o número ficou abaixo da média dos últimos cinco anos e também do registrado no mesmo período anterior. Assim, como já sinalizam analistas nacionais e internacionais, o excesso de chuvas no Meio-Oeste preocupa e já dá sinais de atraso nos trabalhos de campo.

Para Ênio Fernandes, consultor de mercado, é esse clima chuvoso e ainda boas informações sobre a demanda – como os números dos embarques semanais divulgados ontem acima das expectativas – que ainda dão suporte às cotações. Entretanto, a volatilidade continua, como é típica de um período de mercado climático.

 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Na sessão desta segunda-feira (8), o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o dia em campo positivo. Entre os principais vencimentos, os ganhos ficaram entre 4,75 e 6,50 pontos, com o novembro/15, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,20 por bushel. Na máxima da sessão, a posição bateu em US$ 9,24.

Um dos principais fatores de suporte e estímulo para as cotações, segundo explicam analistas e consultores, é o excesso de chuvas no Meio-Oeste americano que já compromete o bom andamento dos trabalhos de campo em regiões importantes de produção.

“Os campos molhados em partes do Meio-Oeste criou algumas pequenas ‘lagoas’ ao redor de plantas de soja recém emergidas, o que poderia levar à necessidade do replantio em determinadas áreas caso essa água permaneça nesses locais. Além disso, as novas previsões indicam mais chuvas no leste de Iowa e no leste de Nebraska para esta semana, áreas que já estava encharcadas pelas últimas chuvas”, relatou o analista de mercado Bob Burgdorfer, do site internacional Farm Futures.

Nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu boletim semanal de acompanhamento de safras e a expectativa é de que o índice de plantio passe de 71 para 79% da área. Além disso, o reporte traz, pela primeira vez nesta nova safra, as condições das lavouras de soja norte-americanas e o esperado é de que 74% delas estejam em boas ou excelentes condições.

De acordo com informações da Somar Meteorologia, durante toda essa semana todas as regiões produtoras de grãos dos EUA ainda receberão precipitações de fraca a moderada intensidade e a expectativa, por enquanto, ainda é de que os danos sejam mínimos. “Mas vale ressaltar que esse verão norte-americano será marcado por chuvas acima da média”, informou o relatório diário da Somar desta segunda-feira.

Ainda segundo Burgdorfer, o mercado encontrou suporte também nas altas registradas pelos futuros do farelo de soja – que registrou suas máximas em um mês e subiram 1,6% no dia – e pelo dólar mais baixo nesta segunda-feira frente ao real e demais moedas. No Brasil, a moeda caiu 1,29% para R$ 3,1099, e a pressão foi acentuada diante da espera do mercado financeiro pela divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontece nesta semana.

Demanda – Ainda nesta segunda, o USDA trouxe seu novo reporte semanal de embarques de grãos e os números para a soja ficaram acima das expectativas de 30 a 140 mil toneladas e somaram 216,590 mil. O número é maior ainda do que o registrado na semana anterior, de 73,998 mil toneladas.

Assim, no acumulado do ano, o total de soja já embarcado pelos EUA chega a 47.172,577 milhões de toneladas, contra 42.247,069 milhões do mesmo período da safra 2013/14.

Paralelamente, foram divulgados os dados alfandegários da China que mostraram que as importações de soja da nação asiática cresceram 2,7% em maio em relação ao mesmo período do ano passado. O volume totalizou 6,13 milhões de toneladas e há expectativas, segundo analistas ouvidos pela agência Reuters de que os próximos meses também tragam aumentos.

“As importações mensais de soja pela China em junho poderão atingir até 8,5 milhões de toneladas, um volume mensal quase recorde, de acordo com estimativas de alguns analistas”, informou a agência.

 

No Brasil

E frente a essa baixa do dólar, os preços no Brasil recuaram, apesar dos ganhos registrados em Chicago. Em Paranaguá, a soja disponível perdeu mais de 2% para R$ 68,00 por saca, enquanto em Rio Grande a baixa foi e 0,44% para R$ 68,50. No produto da safra nova, preços de R$ 71,50 e R$ 73,00, respectivamente, com baixas de 1,38% e 0,68%.

No interior do país, os preços também recuaram com essa queda do dólar e, dessa forma, os negócios seguem acontecendo de forma pontual e em um ritmo mais lento. O produtor brasileiro segue cauteloso e observando os melhores momentos de comercialização para voltar ao mercado.

Segundo números trazidos nesta segunda-feira (8) pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, as exportações de soja do Brasil nos primeiros quatro dias úteis de junho somaram 2,207 milhões de toneladas, com uma receita gerada de US$ 851,3 bilhões. O preço médio da tonelada no período foi de US$ 385,70.

Na comparação com maio do ano passado, houve alta de 19,2% na receita, de 60,1% no volume e queda de 25,6% no preço.

Fonte: Notícias Agrícolas

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