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Soja opera de lado em Chicago nesta 3ª à espera dos números USDA

Na manhã desta terça-feira (9), a soja trabalha em campo negativo na sessão eletrônica da Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta das 7h30 (horário de Brasília), perdiam entre 1,75 e 3,50 pontos depois de um fechamento anterior positivo.

Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado internacional de grãos deve continuar caminhando de lado até que seja divulgado, amanhã (10), o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

O início da semana foi positivo com a chegada dos números dos embarques semanais dos EUA acima das expectativas do mercado e com o anúncio de uma nova venda de soja em grão de 130 mil toneladas para a Espanha. Agora, os investidores operam na defensiva à espera desses novos números do departamento americano.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

O mercado internacional da soja, nesta segunda-feira (8), registrou uma sessão de significativa volatilidade e, durante todo o dia, testou os dois lados da tabela na Bolsa de Chicago. O mercado, por volta das 14h (horário de Brasília), chegou a subir mais de 12 pontos e, no melhor momento da sessão, o vencimento janeiro chegou aos US$ 10,50 por bushel, para fechar a US$ 10,43, com alta de 7,75 pontos.

Em uma semana de novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado tende a ficar mais na defensiva, segundo analistas, entretanto, notícias ainda positivas vindas da demanda trazem um novo fôlego aos futuros da oleaginosa.

Nesta segunda, o departamento americano reportou uma nova venda de soja de 130 mil toneladas da safra 2014/15 para a Espanha e trouxe os números dos embarques semanais bastante fortes e, novamente, acima das expectativas, o que puxou ainda mais os preços em Chicago.

De acordo com o boletim do USDA, na semana que terminou em 4 de dezembro, os Estados Unidos embarcaram 2.203,505 milhões de toneladas de soja, contra 2.049,656 milhões da semana anterior. As expectativas para a oleaginosa variavam entre 1,5 milhão e 1,69 milhão de toneladas.

No acumulado do ano, o total embarcado de soja já totaliza 23.743,421 milhões de toneladas. Na temporada anterior, nesse mesmo período, os embarques somavam 19.143,891 milhões de toneladas. O USDA projeta que, em toda a temporada 2014/15, sejam exportadas 46,1 milhões de toneladas.

Paralelamente, ainda nesta segunda-feira, a a Administração Geral das Alfândegas da China informou que, em novembro, as importações de soja do país foram 47,1% maiores do que as de outubro e somaram 6,03 milhões de toneladas. O motivo, segundo apurou a agência de notícias Reuters, foi o aumento das compras por parte dos processadores locais para atender o pico da demanda sazonal.

“Os preços dos EUA estão muito baixos, o que tem estimulado muita importações. Além disso, as unidades (chinesas) de soja aumentam o esmagamento durante esta época do ano”, disse o analista Li Lifeng, no portal da indústria (www.cofeed.com), ainda de acordo com informações da agência Reuters.

Segundo explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest, as compras chinesas de soja, no acumulado do ano comercial, já estão 12,3% maiores do que o registrado no mesmo período da safra anterior. No entanto, apesar desse ritmo forte, as margens de esmagamento no país estão negativas e isso poderia, aos poucos, diminuir a intensidade das aquisições de soja da nação asiática mais adiante.

Paralelamente, o mercado e os investidores vêm ainda se posicionando antes desse novo boletim que o USDA traz na próxima quarta-feira, 10 de dezembro. Para o analista de mercado Stefan Tomkiw, da Jefferies Corretora, de Nova York, o departamento poderá trazer uma revisão em algumas de suas projeções para aproximá-las do cenário atual. Sobre os estoques, o analista aposta em uma redução de 12,25 milhões para algo próximo de 10,89 milhões de tonelas e, em contrapartida, um aumento de 820 mil toneladas nas exportações e de 540 mil no esmagamento doméstico.

No Brasil

No Brasil, o dia foi de estabilidade para as cotações da soja apesar do fechamento positivo em Chicago e da boa alta do dólar. A moeda norte-americana registrou mais um dia de ganhos frente ao real e terminou o a sessão desta segunda em R$ 2,6115 maior valor desde 2005, com alta de 0,7%.

Em Paranaguá, o preço do produto futuro teve leve baixa de 0,31% para R$ 63,50 por saca. Já em Rio Grande, os valores se mantiveram estáveis em R$ 65,00 e R$ 69,00 para a soja futura e disponível, respectivamente.

Ainda de acordo com Marcos Araújo, a safra 2014/15 deverá ser um ano de renda para o produtor brasileiro apesar de valores mais ajustados. No Norte de Mato Grosso, por exemplo, com um custo médio de R$ 2438,00 por hectare, a renda do produtor deve ser de algo próximo de R$ 276,00/ha. Já para o produtor do Paraná esse custo cai para R$ 2339,00 e a renda sobe para algo perto dos R$ 591,00 por hectare.

“Então, o retorno tem sido bom, já que nesse custo já estão incluso depreciação, remuneração da terra a e o Pro Labore”, explica o analista da Agrinvest. Os custos de produção da soja, ainda segundo Araújo, registraram um aumento médio de 7% no Brasil e a média de produtividade esperada para o MT é de 55 sacas e para o PR de cerca de 53 sacas por hectare.

Assim, o analista afirma que esses momentos onde se observam altas em Chicago aliadas à uma alta do dólar, o produtor deveria encará-los como oportunidades de venda, uma vez que, caso isso se reverta e Chicago e o dólar voltem a cair, as margens podem ficar cada vez mais ajustadas e até mesmo negativas.

De acordo com um levantamento feito pela AGRural, até agora o Brasil já comercializou 26% da safra 2014/15 de soja. Em relação ao final de outubro, houve um aumento de 5 pontos percentuais. A média dos últimos cinco anos para o período, no entanto, é de 39%.

“As altas em Chicago na primeira quinzena de novembro e a valorização do dólar diante do real ajudaram na evolução da comercialização da safra 2014/15”, afirmou a AgRural em relatório com dados levantados até o final de novembro.

Fonte: Notícias Agrícolas

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