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Soja opera de lado nesta 2ª feira e fecha com leve alta na CBOT

Nesta segunda-feira (1), os preços da soja passaram por uma sessão de bastante indefinição para a direção dos preços e marcada por sessões bem pouco expressivas. Assim, depois de testar os dois lados da tabela, as cotações terminaram a sessão com ganhos de 2 a 3,50 pontos nos principais vencimentos. O vencimento maio/15, referência para a safra brasileira, terminou o dia cotado a US$ 10,32 por bushel e, no melhor momento da sessão, bateu nos US$ 10,35.

Com essa sessão de pouca força e uma queda do dólar, os preços da soja nos portos brasileiros não fecharam o dia com uma direção definida. A moeda norte-americana teriminou a sessão com baixa de 0,51% a R$ 2,55, assim, no porto de Rio Grande, o produto futuro, com entrega em maio/15, ficou em R$ 63,00 por saca, perdendo 0,63%, enquanto a soja disponível se manteve em R$ 64,50. Já no porto de Paranaguá, a cotação registrou uma alta de 1,64% para R$ 62,00.

No mercado disponível, o dia também foi de falta de direção. Nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, alta de mais de 1%. Já nas do interior do Paraná quedas de quase 1%, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e sindicatos rurais.

Durante todo o dia, as cotações passaram por um pregão indefinido, sem muita convicção, como explicou Vinícuis Ito, da Jefferies Corretora, de Nova Iorque. Para o analista, o mercado tentou uma acomodação dos preços depois das fortes baixas da última sexta-feira (28), o que criou um ambiente de sustentação para uma recompra de posições por parte dos fundos de investimentos ou outros especuladores.

Além disso, ainda segundo Ito, com a recente baixa das cotações, o interesse vendedor – tanto na América do Sul, quanto nos Estados Unidos – diminuiu muito “e isso deixou o mercado mais leve para essa recompra”, disse. Assim, o mercado vem mantendo como suporte para os preços o patamar dos US$ 10,00 por bushel, o que foi observado durante todo o mês de novembro, e deve se manter a medida em que novos movimentos da demanda – como as compras chinesas das últimas semanas – venham a ser registrados.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta segunda, seu boletim semanal de embarques de grãos e, apesar dos números da soja terem vindo abaixo das expectativas do mercado, para Ito seguem indicando que a demanda este ano está bastante aquecida e ainda tem sido o principal fator de suporte para os preços.

Os Estados Unidos embarcaram 1.849,221 milhão de toneladas, contra 2.846,183 milhões e expectativas que variavam de 2,39 milhões a 2,42 milhões de toneladas. No acumulado do ano, os embarques norte-americanos de soja já somam 21.320,589 milhões de toneladas, contra 17.494,641 milhões do mesmo período da temporada anterior.

“No comparativo do total embarcado no acumulado do ano de 21,3 milhões contra 17,5 milhões de toneladas da safra anterior, há um significativo aumento de 22%. E nós acreditamos, aqui na Jefferies, que esse movimento da demanda não deve apresentar muito declínio daqui em diante e deve se manter forte durante todo o ano comercial, podendo fazer com que os EUA chegue a um volume exportado bem superior do que o USDA espera (46,81 milhões de toneladas) na casa das 51 milhões de toneladas”, diz o analista, direto de Nova Iorque.

Além das informações da demanda, o mercado está atento ainda ao comportamento do clima na América do Sul e isso deverá se intensificar ainda mais em janeiro, mês da fase crítica para a definição da taxa de produtividade da soja, principalmente no Brasil. “Em janeiro entramos no weather market da América do Sul e qualquer ameaça no clima pode dar um estímulo aos preços, com o mercado podendo passar por alguns repiques de alta. Dezembro não é, sazonalmente, um mês altista para os preços da soja”, acredita.

Paralelamente, há ainda uma pressão vinda do cenário macroeconômico que pesa não só sobre a soja, mas sobre todas as commodities agrícolas, que é a derrocada dos preços do petróleo observada nos últimos dias.

Nesta segunda-feira, os preços do brent caíram mais de US$ 2,00 por barril, levando as cotações para menos de US$ 68,00 e, nos Estados Unidos, o barril já é cotado a menos de US$ 66,00, quando especialistas afirmavam que esse mercado não poderia perder o importante patamar dos US$ 70,00.

Apesar desse forte declínio dos preços, a Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) mantém sua decisão de não cortar sua produção e, de acordo com especialistas, em 2015 os preços globais deverão se manter na casa dos US$ 70,00/barril, segundo apurou a agência de notícias Reuters. Por outro lado, alguns analistas em baixas mais acentuadas ainda e os preços podendo chegar a US$ 40,00.

Para Carlos Cogo, consultor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, essa queda do petróleo gera uma forte realização por parte dos investidores que realizam lucros em cima das commodities agrícolas, uma vez que estas vinham acumulando ganhos desde o início de outubro. E ainda de acordo com o consultor, essa é uma tensão que não deve se desfazer tão cedo.

Fonte: Notícias Agrícolas

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