Soja opera em campo positivo na Bolsa de Chicago, porém, próxima da estabilidade nesta 4ª
O mercado internacional da soja segue operando em campo positivo na sessão desta quarta-feira (9) na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos, por volta das 8h (horário de Brasília), subiam entre 3 e 4 pontos, com exceção apenas do primeiro contrato – setembro/15 -, que subia 0,25 ponto e era cotado a US$ 8,91 por bushel.
Como explicam os analistas, as cotações da oleaginosa seguem refletindo um bom quadro técnico, principalmente com uma nova alta das ações asiáticas nesta quarta. Pelo segundo dia consecutivo, os principais índices subiram e registraram uma máxima em três semanas diante da possibilidade de mais estímulos à economia da China pelo governo local.
“A recuperação é o resultado de acentuadas quedas nos preços da ações anteriormente, e o efeito cumulativo das medidas de suporte do governo”, disse o analista da Huatai Securities Zhou Lin à agência de notícias Reuters. “Mas ainda é muito cedo para julgar se o rali é sustentável, porque ainda há forte pressão de vendas.”
Paralelamente, estão os fundamentos. Boas notícias vieram ontem do lado da demanda, que ajudam na recuperação das cotações. Ao mesmo tempo, o último boletim semanal de acompanhamento de safras trazido no final da tarde desta terça pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrou uma estabilidade no índice de lavouras em boas/excelentes condições no país em 63%. A informação acabou sendo bem recebida pelos investidores, embora a expectativa do mercado fosse de um recuo nesse número.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Nesta terça-feira (8), a soja fechou a sessão com fortes altas na Bolsa de Chicago. Após o feriado nos EUA, os principais vencimentos retomaram os negócios e terminaram o dia com ganhos de 10,50 a 12,50 pontos, e o contrato setembro/15 valendo US$ 8,89 por bushel, enquanto o novembro/15, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 8,79.
Esse foi o primeiro rally para a oleaginosa depois de consecutivas baixas registradas no mercado futuro americano, refletindo um movimento de correção técnica das cotações, de acordo com o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. “Os investidores estão agora se protegendo, retomando algumas posições, principalmente os grandes fundos”, diz.
Para Brandalizze, o mercado ainda é bastante técnico e, apesar dessa recuperação neste pregão, pode testar novas baixas nos seguintes. “Acredito que Chicago vá evoluir, mas não muito. Há ainda muita indefinição no mercado”, explica o consultor. Afinal, os investidores seguem de olho no humor do financeiro – principalmente as informações vindas da China -, o desenvolvimento do clima nos EUA na conclusão da safra americana de soja, além do comportamento da demanda e dos vendedores tanto os norte-americanos, quanto sulamericanos, principalmente no Brasil.
Entre os fundamentos, no entanto, o quadro fundamental também foi positivo, segundo explicou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter. As condições de clima nos Estados Unidos são acompanhadas com muita atenção pelos investidores, principalmente o excesso de chuvas na porção mais a oeste do Meio-Oeste americano, enquanto o leste ligeiramente mais seco exige um pouco mais de atenção.
“A expectativa do mercado é de que o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA perca um ponto percentual no boletim desta terça”, diz Motter.
A semana que passou, de acordo com as últimas previsões do NOAA, departamento oficial de clima do governo americano, foi de clima quente e seco em diversas partes do Corn Belt, o que poderia trazer alguma alteração nos índices de lavouras em boas ou excelentes condições apresentados no relatório que será reportado hoje, após o fechamento do pregão.
Mercado Brasileiro
No Brasil, o dia também foi positivo para as cotações. Ainda assim, a semana começa, novamente, com um ritmo lento de negócios – o que também é observado no mercado norte-americano – com os produtores reticentes em voltar às vendas, regulando suas ofertas, explica Camilo Motter.
Em Rio Grande, a soja disponível subiu 1,59% para R$ 83,10 por saca, enquanto manteve os R$ 80,00 em Paranaguá. Já o produto da safra nova, no terminal gaúcho, registrou uma ligeira valorização – de 0,37% – para R$ 81,50, enquanto manteve os R$ 79,00 no porto paranaense.
No interior do país, os ganhos também foram significativos e ficaram entre 0,66% em Jataí/GO – para R$ 61,40 – a 1,55 em Ubiratã, onde o preço subiu para R$ 67,50. Em Não-Me-Toque, no RS, o dia fechou com R$ 69,50 e alta de 1,46%.
E os valores avançaram no cenário interno mesmo diante de uma desvalorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana terminou os negócios com baixa de 1,07% a R$ 3,8190, depois de bater em R$ 3,7793 na mínima do dia. O recuo da divisa, segundo informações da Reuters, veio após a intervenção do Banco Central na flutuação da taxa cambial, além de um cenário menos nervoso no quadro internacional e um dia mais positivo para o mercado acionário.
“O alívio do mercado hoje vem por causa dos leilões de linha do BC e dos mercados externos, com a alta da bolsa da China. Mas a tendência, no curto prazo, ainda é de alta (do dólar)”, disse o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik à agência de notícias.
Fonte: Notícias Agrícolas