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Soja: Preços voltam a subir em Chicago com movimento de correção técnica nesta 6ª feira

Os preços da soja sobem na manhã desta sexta-feira (30) na Bolsa de Chicago. Ainda sem novidades fortes e já conhecendo seus principais direcionadores, o mercado tenta consolidar um movimento de correção técnica depois das baixa dos últimos pregões. Assim, as posições mais negociadas subiam pouco mais de 3 pontos.

O foco dos negócios segue mantido sobre o avanço do plantio no Brasil, e nos países da América do Sul que começam seus trabalhos de campo nas próximas semanas, além da finalização da colheita nos Estados Unidos, a qual já estava concluída em quase 90% da área até o último domingo.

As informações sobre a demanda também vêm consolidando seu espaço no quadro internacional, uma vez que os últimos números das vendas para exportação e dos embarques norte-americanos têm sido bastante fortes de acordo com os boletins trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Para o analista de mercado Bob Burgdorfer, do portal internacional Farm Futures, novos rallies para as cotações dependem agora da demanda e do clima na América do Sul. “As vendas para exportação dos EUA têm sido robustas, mas a atenção está se voltando para a América do Sul, onde o plantio está se desenvolvendo e as chuvas têm se tornado mais frequentes”, diz.

 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira (29):

Com uma pressão vinda da finalização da colheita nos Estados Unidos e do avanço do plantio no Brasil, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam do lado negativo da tabela em mais uma sessão. Os futuros da oleaginosa, nesta quinta-feira (29), fecharam o dia com baixas de pouco mais de 3 pontos.

Entre os vencimentos principais, o novembro/15, referência para a safra americana, terminou com US$ 8,77 por bushel; o janeiro/15, o mais negociado nesse momento, fechou o pregão cotado a US$ 8,79; e o maio/16, referência para a safra brasileira, terminou com US$ 8,88.

“O dado mais importante agora é o de clima no Brasil”, diz Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais. E as previsões seguem trazendo boas notícias aos produtores rurais brasileiros, apesar de ainda indicarem chuvas irregulares e, com isso, nem todas as regiões são beneficiadas.

“Muitos produtores de Mato Grosso, Goiás e de Minas Gerais ainda relatam que não registram chuvas em suas propriedades, o que vem interferindo no pleno andamento do plantio da soja e das demais culturas de verão”, explica o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos.

Nesse estágio de incerteza ainda em alguns estados, o produtor, que já vendeu boa parte de sua safra nova e opta por dedicar ainda mais atenção a um plantio bem feito nesta temporada e garantir sua produtividade, se retira dos negócios. Além disso, é estimulado ainda pela instabilidade momentânea do dólar, como sinalizam analistas.

Nesta quinta, os preços da soja negociadas nos portos brasileiros também voltaram a recuar. Em Paranaguá, a disponível caiu para R$ 82,00 por saca, perdendo 1,20%, enquanto o produto futuro foi a R$ 81,00 por saca, com queda de 1,22%. No terminal de Rio Grande, preços de R$ 85,00 e R$ 81,00, respectivamente, caindo 1,28% e 0,61%.

No interior do Brasil, estabilidade na maior parte das praças de comercialização, à exceção de São Gabriel do Oeste, MS, onde o preço foi a R$ 73,00 por saca, com alta de 1,39%. No estado, os valores da soja já subiram mais de 30% em um ano.

Nesta quinta-feira, a moeda americana fechou com baixa de 1,68% e valendo R$ 3,8541. “O mercado está muito técnico, muito pequeno. Quem estava comprado em dólar e perdeu dinheiro neste mês não quer dobrar a aposta, e o efeito de deixar essa posição vencer é o mesmo de um fluxo de entrada”, disse o operador da gestora de recursos de um banco internacional à agência de notícias Reuters.

Segundo Motter, o peso do dólar na formação dos preços praticados no Brasil ainda é grande e pode ser sentido imediatamente. “De qualquer maneira, em qualquer cenário, o dólar adquiriu um novo patamar onde vai se situar no decorrer, mesmo com estabilidade econômica e isso, claro, vem para o preços da soja. Porém, esse que é o principal vetor, vai depender dos próximos passos da política”, explica.

Ainda assim, para o analista, a postura do produtor em relação aos negócios da safra nova de evitar novas vendas nesse momento, depois das boas chances que já foram registradas, é acertada. No entanto, para a safra velha, o momento pode ser interessante.

“Na medida em que nos aprofundamos na entressafra, os preços ficam regionalizados e acima da paridade internacional. Para a safra nova, tivemos indicações melhores há alguns dias, quando o câmbio esteve melhor, e o produtor participou bem, e agora ele sente que o momento é de segurar um pouco, para ver a evolução do plantio, que é a maior preocupação do momento para a safra nova”, diz.

 

Demanda

Ainda nesta quinta, o mercado recebeu um outro indicativo importante da força da demanda mundial pela soja, porém, insuficiente para dar estímulo às cotações. Entretanto, a notícia amenizou a pressão sobre o mercado, que chegou a perder, ao longo do dia, mais de 7 pontos.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que, na semana encerrada em 22 de outubro, os Estados Unidos venderam 2,156 milhões de toneladas de soja em grão enquanto as projeções dos traders oscilando entre 1,6 milhão e 2 milhões de toneladas.

Da safra 2015/16 foram vendidas 2.087,4 milhões de toneladas, 8% a mais do que na semana anterior, e o principal destino foi a China, que adquiriu 1.410,7 milhão. O departamento informou ainda a venda de mais 68,6 mil toneladas de soja da safra 2016/17.

Assim, o acumulado no ano comercial 2015/16 subiu para 27.678,0 milhões de toneladas até a última semana. Ainda assim, o total é 20% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, e na semana passada, esse índice era de 22%.

O Conselho Internacional de Grãos (IGC), nesta quinta, aumentou sua projeção para a produção global em 2 milhões de toneladas para 319 milhões de toneladas em relação ao mês anterior, contra 321 milhões da temporada 2014/15. Ao mesmo tempo, porém, manteve os estoques inalterados em 49 milhões de toneladas devido ao aumento no consumo da oleaginosa. Ainda assim, acima dos 47 milhões do ano comercial 2014/15.

Fonte: Notícias Agrícolas

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