Agronegócio

Soja segue movimento negativo e tem leve queda na CBOT nesta 4ª feira

Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago, mais uma vez, operam em campo negativo na manhã desta quarta-feira (19), dando continuidade ao movimento negativo registrado no fechamento de ontem. Assim, por volta das 7h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas recuavam pouco mais de 7 pontos.

Como explicam os analistas e já vinha sendo esperado, o mercado continua observando a conclusão da nova safra norte-americana e a colheita já concluída em 94% da área dos EUA até o último domingo (16), segundo números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o que acaba por ser um fator de pressão para as cotações.

Além disso, os produtores norte-americanos aproveitaram os últimos rallies de preços e participaram um pouco mais da comercialização, realizando novas vendas. “Com a colheita se finalizando, os produtores estão vendendo um pouco mais. A armazenagem está ficando cada vez mais comprometida e isso também está trazendo mais alguns bushels para o mercado”, diz o vice-presidente da consultoria Price Futures, de Chicago, Jack Scoville.

Paralelamente, apesar de muitas áreas na América do Sul ainda sofrerem severamente com as condições de clima adversas e a falta de chuvas, as previsões de institutos internacionais de meteorologia, como o MDA Weather, indicando que as precipitações nos próximos 10 dias poderão contribuir para a umidade no solo e ajudar na evolução do plantio também pesa sobre os negócios.

Apesar disso, as análises técnicas ainda mostram o mercado com um importante suporte dos US$ 10,00 por bushel, segundo explica o gestor de investimentos da SmartQuant Fundos de Investimentos, Antônio Domiciano. “O movimento de alta tem se mostrado consistente e sinaliza que uma alta mais robusta pode acontecer em meados do ano que vem (…) O produtor tem que estar atento à possibilidade da soja perder os US$ 10,00 – que é o suporte – e isso poderia motivar um novo movimento de baixa. Assim, a tendência é de alta até que o suporte dos US$ 10 seja mantido”, diz o gestor”, completa.

Para Domiciano, porém, entre os meses de março e julho de 2015, os preços da soja poderiam registrar uma alta de cerca de 10%, com as cotações da soja podendo alcançar os US$ 11,80 por bushel caso o mercado tenha força para romper os US$ 10,80. No link abaixo, veja a íntegra de Antônio Domiciano:

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (18)

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta terça-feira (18), fecharam o pregão regular com baixas de dois dígitos nos principais vencimentos. As posições mais negociadas caíram mais de 12 pontos e o contrato janeiro/14 encerrou o dia valendo US$ 10,24, porém, na máxima da sessão chegou nos US$ 10,42. Já o maio/15, referência para a safra brasileira, terminou os negócios em US$ 10,37, mas chegou a trabalhar na casa dos US$ 10,55 no melhor momento da sessão.

Em mais este pregão, o mercado se comportou de forma técnica e com uma volatilidade mais acentuada devido à intensa participação dos fundos especulativos, que tem aproveitado os momentos em que os preços atingem seus patamares de suporte ou resistência para garantir lucros. “Os fundos entram e saem do mercado, dando esse jogo mais dilatado dos preços, conforme vimos no pregão de ontem, que estava negativo, mas fechou a sessão com altas de 13 a 14 pontos, o que resulta nessa volatilidade mais acentuada”, explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Análise Técnica – Apesar de o mercado contar, nesse momento, com fundamentos que, de um lado, promovem uma sustentação para as cotações e, de outro, pesam negativamente sobre os negócios, as análises técnicas apontam que o momento para os preços da soja na Bolsa de Chicago é de uma falta de tendência bem definida, com o mercado caminhando de lado.

Entretanto, segundo o gestor de investimentos Antônio Domiciano, da SmartQuant Fundos de Investimentos, a soja mostra que as cotações continuam apresentando uma tentativa de reação, apesar de lenta. “A soja tentou bater nos US$ 10,80, que era uma resistência importante que resultou em vendas, e voltou”, explica. “O movimento de alta tem se mostrado consistente e sinaliza que uma alta mais robusta pode acontecer em meados do ano que vem”, completa.

Para Domiciano, entre os meses de março e julho de 2015, os preços da soja poderiam registrar uma alta de cerca de 10%, com as cotações da soja podendo alcançar os US$ 11,80 por bushel ao romper os US$ 10,80. “O produtor tem que estar atento à possibilidade da soja perder os US$ 10,00 – que é o suporte – e isso poderia motivar um novo movimento de baixa. Assim, a tendência é de alta até que o suporte dos US$ 10 seja mantido”, diz o gestor.

Fundamentos – Para o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, no entanto, o mercado observou o recuo das cotações motivado ainda por uma evolução do plantio da nova safra brasileira que, apesar do atraso em relação às temporadas anteriores apresentou um avanço, e dos rumores de que alguns estados norte-americanos estariam sofrendo com a incidência de gripe aviária.

A notícia da doença entre as aves chegou ao mercado, porém, mostra que a abrangência é limitada e, dessa forma, deve ter um impacto suave sobre o andamento das cotações. No entanto, já resulta na necessidade do abatimento de alguns animais, o que impacta diretamente sobre o mercado do farelo de soja, o qual recuou, nesta segunda-feira, mais de 2% em Chicago. Esse impacto, reforça o analista, deverá ser bem pontual, sobretudo.

Apesar disso, ainda de acordo com Camilo Motter, o mercado continua operando de olho em dois fatores principais: a força da demanda e seu movimento crescente e o comportamento do clima na América do Sul e de que forma tem impactado no desenvolvimento da safra 2014/15.

Nos últimos dias, o mercado veio recebendo boas informações da demanda, como os embarques semanais muito fortes e superando as 13 milhões de toneladas no acumulado da temporada, novas vendas para a China e outros destinos – como a operação de mais de 100 mil toneladas reportada nesta segunda -, além do esmagamento da oleaginosa nos EUA em outubro que também ficou acima das expectativas. Além disso, uma procura maior por farelo de soja completou o quadro e, como disse Motter, foi um importante direcionador positivo para os preços nos últimos dias.

“Há uma demanda muito consistente por farelo. Com os preços das carnes melhores, há um aumento do confinamento, sobre tudo nos EUA, o pecuarista investe mais. Além disso, o inverno começa muito rigoroso e, portanto, com mais necessidade de farelo, além das necessidades logísticas, com o sistema todo tomado, principalmente os trens”, explica Motter.

Paralelamente, saem do foco dos investidores as preocupações com a oferta norte-americana e chamam a atenção a situação do plantio sul-americano. Na Argentina, algumas localidades ainda sofrem com o excesso de chuvas e, no Brasil, a falta delas também compromete os trabalhos de campo.

“O mercado precificou as perspectivas de oferta americana de forma rápida e intensa a partir de junho, também precificou uma safra brasileira ao redor de 94/95 milhões de toneladas, e a argentina entre 54/55 milhões. Pela frente, porém, temos dois fatores, e um deles é a intensidade da demanda, mas tudo indica que o consumo mundial está mais consistente. Outra dúvida é o clima na América do Sul e isso também está sendo precificado”, acredita o analista. “E essas dúvidas climáticas virão para os preços”, completa.

No Brasil, muitas áreas ainda apresentam problemas no desenvolvimento das lavouras por conta da falta de chuvas. Além de um potencial produtivo ameaçado por conta da estiagem e do atraso no plantio, muitas regiões tiveram que ser replantadas e em certas localidades as plantas adiantaram seus estágios de desenvolvimento e não atingiram os níveis adequado, com tamanhos de 25 a 40 cm, “mas não fecharam as fileiras”, relata Camilo Motter.

E todo esse quadro já tem feito com que algumas consultorias venham reduzindo os índices de produtividade da safra brasileira  e também suas projeções para a produção.

Mercado Interno

No mercado disponível brasileiro, os preços da soja não seguiram uma direção comum. Em São Gabriel do Oeste/MS, por exemplo, o valor caiu 4,03% e fechou valendo R$ 59,50. Por outro lado, as cotações subiram de 0,85 a 1,37% no interior do Paraná e Goiás. Em Cascavel e Ubiratã, a terça-feira terminou com R$ 59,00 por saca e, em Jataí, com R$ 53,66.

No porto de Rio Grande, o preço tanto para o produto com entrega em maio/15 como disponível se mantiveram em R$ 65,00 mas, em Paranaguá, a cotação registrou alta de 0,79% para R$ 64,00.

Fonte: Notícias Agrícolas

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