Soja segue movimento técnico em Chicago nesta 5ª feira e opera com variações limitadas
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam próximos da estabilidade na manhã desta quinta-feira (25). Por volta das 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 1 ponto entre as posições mais negociadas e o contrato novembro/15, referência para a safra americana, era cotado a US$ 9,56 por bushel. Já o primeiro contrato – julho/15 – ainda superava, ligeiramente, os US$ 9,80.
O mercado internacional, segundo explicam analistas, continua se comportando de forma técnica, depois de ter acumulado boas altas frente às adversidades climáticas nos Estados Unidos – as quais permanecem, porém, mais amenas nesta semana. Além disso, os investidores buscam ainda se posicionar antes da divulgação dos novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que trarão uma atualização dos estoques trimestrais e da área de plantio no país.
Sobre a temporada 2015/16, o departamento agrícola norte-americano ainda aponta um atraso no plantio e, em seu último reporte sobre o acompanhamento da nova safra reduziu o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 67% para 65% e elevou a taxa de plantações em condições ruins ou muito ruins de 6% para 8%. No entanto, ainda de acordo com os analistas, as condições climáticas nos EUA devem voltar ao centro das atenções entre julho e agosto e podem chamar a atenção pelas temperaturas acima da média nesse período, fase em que as lavouras começam sua fase de enchimento de grãos e definição de produtividade.
Veja como fechou o mercado na sessão desta quarta-feira:
As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram mais um dia de volatilidade. Depois de testar os lados da tabela, as principais posições da oleaginosa fecharam a sessão desta quarta-feira (24) com perdas entre 4,25 e 5,75 pontos. O vencimento novembro/15, referência para a safra americana, terminou o pregão a US$ 9,56 por bushel.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado trabalhou de maneira técnica nesta quarta-feira. “Tivemos um mercado técnico operando em cima de gráficos, contratos de compras e vendas e observando os indicativos internacionais, principalmente ao comportamento do dólar frente a outras moedas e o impasse da dívida da Grécia”, afirma.
Apesar das oscilações, as movimentações dos contratos da oleaginosa foram pequenas e essa deverá ser a tendência para os preços futuros nos próximos dias, conforme acredita Brandalizze. “O quadro de clima nos EUA já impulsionou as cotações nas últimas semanas e deu suporte para puxar os preços. A partir de agora temos o sol se abrindo no Meio-Oeste e a perspectiva é de boa evolução nas lavouras norte-americanas. Nesse momento, o fator clima deve perder a importância e teremos um mercado mais técnico”, ressalta o consultor.
Entretanto, o clima deverá voltar a ter atenção dos participantes do mercado mais adiante, especialmente entre os meses de junho e agosto. Isso porque, nesse período, as lavouras da soja estarão em fase de florescimento e início de enchimento de grãos e as previsões climáticas indicam temperaturas acima da média. Caso o padrão climático seja confirmado, as plantas poderão passar por um stress, o que pode dar suporte aos preços no mercado internacional, ainda de acordo com Brandalizze.
“Passamos pela primeira fase do mercado climático, depois voltaremos ao clima quando as plantas estarão em fase reprodutiva. Essa semana, o plantio da soja entra na fase final nos EUA e, mesmo nos estados mais atrasados como é o caso do Kansas, o tempo aberto deverá favorecer a colheita do trigo e, consequentemente a semeadura da oleaginosa. Agora, teremos uma fase de calmaria em relação ao clima, pois mesmo que não tenhamos chuvas nos próximos dias, temos ainda boa umidade no solo”, ratifica o consultor.
Relatório do USDA
Na próxima terça-feira (30), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta dois importantes números sobre a produção norte-americana: os estoques trimestrais e a área de plantio da temporada 2015/16. Inclusive, na visão do consultor, esse pode ser o fator para impulsionar os preços da soja na próxima semana.
“Se os números de área plantada com o grão nos EUA ficarem abaixo do indicado anteriormente pelo USDA, de 34,24 milhões de hectares, será um fator positivo. O mesmo acontece com as projeções em relação aos estoques. As cotações podem se aproximar novamente dos US$ 10 por bushel”, destaca o consultor.
Mercado interno
Apesar da alta do dólar, que encerrou o dia a R$ 3,10 na venda, com ganho de 0,76%, influenciado pela postura mais cautelosa dos investidores em meio às preocupações com a Grécia e as notícias políticas monetárias do Brasil e do EUA, as cotações da soja nos portos brasileiros recuaram nesta quarta-feira.
A soja disponível no Porto de Paranaguá caiu 3,50%, cotada a R$ 69,00. Já o preço futuro ficou estável em R$ 72,00, para entrega em março/16. Em Rio Grande, o preço da soja disponível permaneceu inalterado em R$ 70,50 a saca. Por outro lado, a cotação futura recuou 0,67%, com valor a R$ 73,70/saca.
Nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no estado do Paraná, o dia foi de ligeira queda de 0,86%, com a saca da soja a R$ 57,50. Sobre a comercialização da safra brasileira, o consultor ainda sinaliza que boa parte da safra velha já foi negociada e os produtores que ainda têm o grão poderão ter boas oportunidades de negócios, já que a demanda no mercado interno é forte.
“Já a comercialização da safra nova segue lenta. Com os preços da soja em patamares mais baixos do que os registrados em anos anteriores, os produtores venderam menos, porém, oportunidades têm aparecido. Na semana passada, tivemos muitos negócios e os produtores têm que aproveitar. Já temos os custos de produção em torno de 10% a 15% mais altos, então os agricultores terão que fazer a comercialização da soja em mais vezes”, orienta Brandalizze.
Fonte: Notícias Agrícolas